Domingos Sávio, o “pequeno gigante”

Terça, 05 Mai 2020 14:38 Escrito por  Pe. Tarcizio Paulo Odelli, SDB
Celebramos no dia 6 de maio a festa litúrgica de São Domingos Sávio, o “pequeno gigante do espírito”, como disse o Papa Pio XI. O prefácio da missa traz um resumo da sua vida: “dócil à ação do Espírito, Domingos soube percorrer, em pouco tempo, um caminho simples e seguro de santidade, na alegria do coração e no fiel cumprimento dos deveres de cada dia”.  

“Se eu fosse Papa, não teria nenhuma dificuldade para declarar santo o nosso Domingos Sávio.” Esta frase teria sido dita por Dom Bosco, que sempre acreditou na santidade do seu aluno e escreveu a primeira biografia sobre ele. Nem sempre é fácil falar deste jovem como exemplo para os nossos adolescentes, porque, muitas vezes, é apresentado como tendo uma santidade muito angelical e difícil de ser seguida. No entanto, Domingos foi um grande apóstolo entre seus colegas, tão pequeno (tinha 1,50m de altura) e tão santo.

 

Magro, frágil, preferia mais ouvir do que falar. Era humilde e respeitoso, tinha uma habilidade especial para pacificar discussões e desavenças. Seu único interesse era, como filho espiritual de Dom Bosco, transmitir o amor de Deus, e procurava com que seus colegas sempre servissem a Deus da melhor maneira possível. Depois de ter lido o mote de Dom Bosco “Da mihi animas cetera tolle” tornou-se o grande apóstolo do Oratório de Valdocco. Aquilo que lhe faltava em força física, ele recuperava em excelência moral, em fortaleza de coração e em aceitação da vontade de Deus, qualquer que esta fosse.

 

Quatro propósitos

Domingos Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, no vilarejo chamado Riva di Chieri, a 4 km de Chieri, pertencente a Castelnuovo d'Asti, na Itália. Seus pais se chamavam Carlos Baldassare Savio e Brígida Rosa Anna Doroteia Gaiata. Tiveram 10 filhos, sendo Domingos o segundo. Suas atitudes e devoção chamavam a atenção de todos. Ainda quando criança ia à igreja para rezar. Se o templo estivesse fechado, ele simplesmente se ajoelhava de frente a porta e ficava ali em oração até abrirem a igreja.

 

Recebeu a primeira comunhão no dia 8 de abril de 1849, com sete anos, uma exceção feita pelo pároco que tinha perguntado aos colegas padres se poderia fazer isso. “Entre os meus rapazes, existe um que com sete anos é inteligente e devoto como um anjo. Devo dar a ele a primeira comunhão?” Foi nesta ocasião que fez quatro propósitos: 1. Me confessarei com frequência, e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me permitir; 2. Quero santificar os dias festivos; 3. Os meus amigos serão Jesus e Maria; 4. A morte, mas não pecados. Domingos foi crismado na paróquia de Castelnuovo em 13 de abril de 1853 pelo bispo Luis Moreno, de Ivrea.

 

Atenção aos enfermos

Em outubro de 1854, com 12 anos, Domingos Sávio se encontrou com São João Bosco. Dom Bosco estava com seus rapazes em Becchi, depois do auxílio que prestaram as pessoas em Turim devido ao cólera, que tinha aparecido naquele ano e tinha feito muitas vítimas na cidade. De 1º de agosto a 21 de novembro morreram, aproximadamente, 1.400 pessoas pela doença. Por isso Domingos, depois de sua entrada no Oratório, também ainda esteve no grupo dos jovens que ajudaram as pessoas com esta doença, que reapareceu, não tão forte como antes.

 

Conta-se de uma mulher que ele descobriu estar com o cólera numa casa próxima ao Cottolengo, só passando pela rua, sem que ninguém tivesse dito nada. Constatado que realmente havia tal pessoa, que estava muito mal, foi chamado o sacerdote para dar a unção dos enfermos.

 

Companhia da Imaculada

Domingos fez os estudos secundários, como eram chamados na época. Era inteligente, sempre com boas notas. Tocado pelo carisma de São João Bosco, e pelo ideal que se resumia na expressão “Dai-me almas”, Domingos quis, mais do que nunca, levar aos céus mais e mais pessoas. Por isso, ele fundou a Companhia da Imaculada Conceição.

 

Um dos que mais o ajudaram foi José Bongioanni, que depois tornou-se padre. Este redigiu a ata de fundação da Companhia, onde são nomeados os sócios fundadores: João Bonetti, Francisco Vaschetti, Domingos Sávio, Luis Marcellino, Celestino Durando, José Momo, José Bongioanni. Noutra ata encontramos os nomes de José Rocchietti, Miguel Rua, João Cagliero.

 

Várias vezes disse a Dom Bosco: “Quantas almas esperam nosso auxílio na Inglaterra! Oh! Se eu tivesse forças e virtude, quisera ir agora mesmo, e com sermões e bom exemplo, convertê-las todas, a Deus”.

 

Caminho de santidade

Domingos Sávio percorreu um caminho de santidade, orientado por Dom Bosco, que lhe disse: “Quero te dar uma fórmula da santidade. Esteja bem atento. Primeiro: alegria. Aquilo que perturba e tira a paz não vem do Senhor. Segundo: deveres de estudo e de oração. Atenção na escola, empenho nos estudos e nas orações. Tudo isso não por ambição, para fazer-te notado ou para que te elogiem, mas por amor do Senhor, e para te tornares um verdadeiro homem. Terceiro: fazer o bem aos outros. Ajuda os teus companheiros sempre, mesmo a custa de sacrifícios. Aqui está toda a santidade”.

 

Tomado pela tuberculose aos 14 anos, voltou à casa dos pais, onde morreu serenamente, as 22h de uma segunda-feira, 9 de março de 1857, exclamando: “Adeus queridos pais. Estou tendo uma visão linda! Que lindo!”

 

Domingos Sávio foi beatificado em 1950 e canonizado em 12 de junho de 1954 pelo Papa Pio XII. Ele é o padroeiro das grávidas, das pessoas que sofrem falsas acusações e dos cantores do coro da igreja.

“Como São Domingos Sávio, que todos sejam missionários do bom exemplo, da boa palavra, da boa ação em família, com os vizinhos e com os colegas de trabalho! Com efeito, em todas as idades pode-se e deve-se dar o testemunho de Cristo! O compromisso do testemunho cristão é permanente e quotidiano!” (S. S. João Paulo II, homilia de 7 de dezembro de 1997).

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Última modificação em Quarta, 06 Mai 2020 10:32

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Domingos Sávio, o “pequeno gigante”

Terça, 05 Mai 2020 14:38 Escrito por  Pe. Tarcizio Paulo Odelli, SDB
Celebramos no dia 6 de maio a festa litúrgica de São Domingos Sávio, o “pequeno gigante do espírito”, como disse o Papa Pio XI. O prefácio da missa traz um resumo da sua vida: “dócil à ação do Espírito, Domingos soube percorrer, em pouco tempo, um caminho simples e seguro de santidade, na alegria do coração e no fiel cumprimento dos deveres de cada dia”.  

“Se eu fosse Papa, não teria nenhuma dificuldade para declarar santo o nosso Domingos Sávio.” Esta frase teria sido dita por Dom Bosco, que sempre acreditou na santidade do seu aluno e escreveu a primeira biografia sobre ele. Nem sempre é fácil falar deste jovem como exemplo para os nossos adolescentes, porque, muitas vezes, é apresentado como tendo uma santidade muito angelical e difícil de ser seguida. No entanto, Domingos foi um grande apóstolo entre seus colegas, tão pequeno (tinha 1,50m de altura) e tão santo.

 

Magro, frágil, preferia mais ouvir do que falar. Era humilde e respeitoso, tinha uma habilidade especial para pacificar discussões e desavenças. Seu único interesse era, como filho espiritual de Dom Bosco, transmitir o amor de Deus, e procurava com que seus colegas sempre servissem a Deus da melhor maneira possível. Depois de ter lido o mote de Dom Bosco “Da mihi animas cetera tolle” tornou-se o grande apóstolo do Oratório de Valdocco. Aquilo que lhe faltava em força física, ele recuperava em excelência moral, em fortaleza de coração e em aceitação da vontade de Deus, qualquer que esta fosse.

 

Quatro propósitos

Domingos Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, no vilarejo chamado Riva di Chieri, a 4 km de Chieri, pertencente a Castelnuovo d'Asti, na Itália. Seus pais se chamavam Carlos Baldassare Savio e Brígida Rosa Anna Doroteia Gaiata. Tiveram 10 filhos, sendo Domingos o segundo. Suas atitudes e devoção chamavam a atenção de todos. Ainda quando criança ia à igreja para rezar. Se o templo estivesse fechado, ele simplesmente se ajoelhava de frente a porta e ficava ali em oração até abrirem a igreja.

 

Recebeu a primeira comunhão no dia 8 de abril de 1849, com sete anos, uma exceção feita pelo pároco que tinha perguntado aos colegas padres se poderia fazer isso. “Entre os meus rapazes, existe um que com sete anos é inteligente e devoto como um anjo. Devo dar a ele a primeira comunhão?” Foi nesta ocasião que fez quatro propósitos: 1. Me confessarei com frequência, e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me permitir; 2. Quero santificar os dias festivos; 3. Os meus amigos serão Jesus e Maria; 4. A morte, mas não pecados. Domingos foi crismado na paróquia de Castelnuovo em 13 de abril de 1853 pelo bispo Luis Moreno, de Ivrea.

 

Atenção aos enfermos

Em outubro de 1854, com 12 anos, Domingos Sávio se encontrou com São João Bosco. Dom Bosco estava com seus rapazes em Becchi, depois do auxílio que prestaram as pessoas em Turim devido ao cólera, que tinha aparecido naquele ano e tinha feito muitas vítimas na cidade. De 1º de agosto a 21 de novembro morreram, aproximadamente, 1.400 pessoas pela doença. Por isso Domingos, depois de sua entrada no Oratório, também ainda esteve no grupo dos jovens que ajudaram as pessoas com esta doença, que reapareceu, não tão forte como antes.

 

Conta-se de uma mulher que ele descobriu estar com o cólera numa casa próxima ao Cottolengo, só passando pela rua, sem que ninguém tivesse dito nada. Constatado que realmente havia tal pessoa, que estava muito mal, foi chamado o sacerdote para dar a unção dos enfermos.

 

Companhia da Imaculada

Domingos fez os estudos secundários, como eram chamados na época. Era inteligente, sempre com boas notas. Tocado pelo carisma de São João Bosco, e pelo ideal que se resumia na expressão “Dai-me almas”, Domingos quis, mais do que nunca, levar aos céus mais e mais pessoas. Por isso, ele fundou a Companhia da Imaculada Conceição.

 

Um dos que mais o ajudaram foi José Bongioanni, que depois tornou-se padre. Este redigiu a ata de fundação da Companhia, onde são nomeados os sócios fundadores: João Bonetti, Francisco Vaschetti, Domingos Sávio, Luis Marcellino, Celestino Durando, José Momo, José Bongioanni. Noutra ata encontramos os nomes de José Rocchietti, Miguel Rua, João Cagliero.

 

Várias vezes disse a Dom Bosco: “Quantas almas esperam nosso auxílio na Inglaterra! Oh! Se eu tivesse forças e virtude, quisera ir agora mesmo, e com sermões e bom exemplo, convertê-las todas, a Deus”.

 

Caminho de santidade

Domingos Sávio percorreu um caminho de santidade, orientado por Dom Bosco, que lhe disse: “Quero te dar uma fórmula da santidade. Esteja bem atento. Primeiro: alegria. Aquilo que perturba e tira a paz não vem do Senhor. Segundo: deveres de estudo e de oração. Atenção na escola, empenho nos estudos e nas orações. Tudo isso não por ambição, para fazer-te notado ou para que te elogiem, mas por amor do Senhor, e para te tornares um verdadeiro homem. Terceiro: fazer o bem aos outros. Ajuda os teus companheiros sempre, mesmo a custa de sacrifícios. Aqui está toda a santidade”.

 

Tomado pela tuberculose aos 14 anos, voltou à casa dos pais, onde morreu serenamente, as 22h de uma segunda-feira, 9 de março de 1857, exclamando: “Adeus queridos pais. Estou tendo uma visão linda! Que lindo!”

 

Domingos Sávio foi beatificado em 1950 e canonizado em 12 de junho de 1954 pelo Papa Pio XII. Ele é o padroeiro das grávidas, das pessoas que sofrem falsas acusações e dos cantores do coro da igreja.

“Como São Domingos Sávio, que todos sejam missionários do bom exemplo, da boa palavra, da boa ação em família, com os vizinhos e com os colegas de trabalho! Com efeito, em todas as idades pode-se e deve-se dar o testemunho de Cristo! O compromisso do testemunho cristão é permanente e quotidiano!” (S. S. João Paulo II, homilia de 7 de dezembro de 1997).

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