Missionário em sua essência, filho de Dom Bosco, dom Cristóbal já foi apóstolo no Paraguai, depois enviado como inspetor à Bolívia e novamente chamado a ser inspetor, desta vez na Espanha, seu país de origem. Mais tarde, em Sevilha, recebeu o encargo "missionário" para servir como pastor no Marrocos. Em todas as entrevistas que concedeu, ele demonstrou orgulho por ser pastor em um país que tem apenas 0,08% de católicos. "A Igreja Católica existe no Marrocos!, exclama: é uma Igreja viva, jovem, cheia de graça, ansiosa por testemunhar”.
Na homilia da cerimônia do sexto consistório público ordinário para a criação de novos cardeais, o Papa Francisco refletiu acerca da compaixão de Jesus, como palavra-chave do Evangelho: “Não é uma atitude ocasional e esporádica, mas é constante; mais: parece ser a atitude do seu coração, no qual encarnou a misericórdia de Deus”. Após a reflexão, se dirigiu aos novos cardeais de forma particular: “Estará viva em vós esta consciência, de terem sido e serem sempre precedidos e acompanhados por sua misericórdia?”. Essa consciência era o estado permanente do coração imaculado da Virgem Maria, que louvava a Deus como "seu Salvador", que "considerava a humildade de sua serva" (Lc 1,8).
Quando perguntado "Por que acha que o Papa o elegeu cardeal?", o cardeal Cristóbal responde: "Estou convencido de que esta decisão não diz respeito a mim, mas representa um grande gesto de consideração do Papa pela Igreja do Marrocos e por todo o Magrebe. O Papa quis tornar visíveis essas realidades eclesiásticas, antes quase invisíveis. E também promover o diálogo inter-religioso, especialmente o diálogo islâmico-cristão, além de atuar em favor dos migrantes".
Por outro lado, a nomeação de minha pessoa "pode também ser considerada um sinal de gratidão do Papa ao rei Mohammed VI e por três razões: a recepção que teve durante sua visita em março de 2019; a prática e disseminação de um Islã moderado, equilibrado e aberto; a atenção dada aos que são forçados a emigrar”, destacou o Neocardeal.
O desejo do cardeal é que “a fé não seja mais uma das causas das tensões mundiais, mas se torne a solução para esses problemas. Somos chamados a propagar os olhares da fraternidade. unidos entre nós, devemos semear reconciliação e justiça, a fim de que a humanidade se torne uma grande família”.
Participaram da cerimônia do consistório público ordinário para a criação de novos cardeais: o padre Ángel Fernández Artime, Reitor-mor dos salesianos, um grupo de salesianos da Espanha, Itália, Paraguai, amigos e familiares, autoridades marroquinas, entre outros.