BS – Como a CF 2013 pode auxiliar na preparação da Jornada Mundial da Juventude?
Pe. Luiz Carlos – A realização da JMJ no Brasil foi determinante para a escolha do tema da CF deste ano, mas a Campanha não será realizada em função da Jornada. A CF cooperará a seu modo com o encontro dos jovens com Sua Santidade, chamando a atenção da Igreja e da sociedade para a realidade dos jovens no mundo atual. A CF, com sua metodologia, quer levar toda a Igreja e setores da sociedade a se voltarem para os jovens, a refletirem sobre a realidade deles; a identificarem suas dificuldades e necessidades, para ajudá-los a exercerem um protagonismo sadio na construção de novas estruturas que gerem vida em todas as dimensões. No processo de realização da Campanha, que se realiza sob o convite à conversão em vista da Páscoa de Nosso Senhor, não podemos deixar de considerar as condições de vida encontradas pelos jovens das periferias, do mundo rural, dos quilombolas e dos povos indígenas. É fazer ecoar ainda mais o grito dos jovens que estão sendo sistematicamente assassinados, fenômeno que já chegou às pequenas localidades. A CF, com essa ótica, a cada tema abordado, sempre provoca uma reflexão sobre as estruturas da sociedade e coopera com a Igreja para a “conversão pastoral”, apelo advindo das Conclusões de Aparecida e presente nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.
BS – Como a Campanha da Fraternidade pode contribuir para a adoção de políticas públicas voltadas para a juventude?
Pe. Luiz Carlos – É claro que não é função da Igreja a adoção de políticas públicas, mas as Campanhas da Fraternidade têm a característica de extrapolar as fronteiras da Igreja e incorporar uma reflexão do ponto de vista socioeconômico, político e cultural. A CF instiga outros setores da sociedade a pensarem sobre os temas tratados. Nesse sentido, a CF 2013 quer fazer ecoar os grandes problemas da juventude para que eles sejam ouvidos pela sociedade como um todo, e para que em função disso suscitem uma reflexão sobre a qualidade das políticas públicas voltadas para a juventude em diversas áreas como, por exemplo, a educação e o âmbito do trabalho.
BS – O Texto-baseda Campanha fala sobre o uso das redes sociais e dos meios de comunicação para a promoção do bem comum. Por que a Igreja optou por essa perspectiva da comunicação?
Pe. Luiz CarlosB – Vivemos hoje na sociedade da comunicação. A partir das tecnologias da informação aparecem novas ambiências de relações – as chamadas comunidades virtuais –, e os jovens são afeitos a essa comunicação. Por isso abordamos essa realidade com o intuito de ajudar os jovens a se nortearem, fazendo bom uso desses meios, pois existem muitas situações errôneas, e para que evangelizem por esses meios, como discípulos missionários.
BS – A participação dos jovens tem sido bem intensa na preparação da JMJ 2013. Isso também acontece na Campanha da Fraternidade? De que modo?
Pe. Luiz Carlos – A participação dos jovens existiu na escolha do tema da Campanha da Fraternidade deste ano (feita após a apresentação de um abaixo-assinado), no desenvolvimento dos materiais e agora nós esperamos que eles se envolvam nas atividades da CF em suas paróquias e irradiem a reflexão pelos ambientes nos quais transitam.
BS – O Texto-basefala também sobre o desejo da Igreja de que os jovens evangelizem os próprios jovens. Podemos considerar o tema da CF deste ano como um convite para os jovens se colocarem a serviço da evangelização?
Pe. Luiz Carlos – Hoje a Igreja tem procurado despertar todas as pessoas para a necessidade de serem discípulos missionários, e os jovens também são convidados a assumirem essa postura. Eles são chamados a assumirem uma atuação dinâmica, e não passiva. São chamados a participarem ativamente da ação evangelizadora da Igreja como discípulos missionários.