Zenit: fale-nos sobre a sua vocação
Dom Rosario Vella: em meus ideais juvenis sempre houve um desejo de fazer o bem a quem fosse pobre, esquecido, aflito… Quando comecei a pensar no que faria da minha vida, vieram-me à cabeça duas possibilidades: “poderia ser médico. Assim poderia cuidar dos mais pobres, pelos quais ninguém se interessa, dos esquecidos pela sociedade. Ou poderia ser um político. Os políticos podem mudar as estruturas da Sociedade e fazer o bem aos mais necessitados”. Entretanto, também me perguntava: “quem são os mais pobres? Seriam pobres aqueles que não têm uma casa, ou não tem uma roupa decente, ou não têm o que comer?”. Não. Não são estes: embora não tenham casa ou roupa, ou pão, esses podem ter afeto, pessoas que lhes completem a vida… Os mais pobres mesmo são aqueles que não têm Deus. Quem não tem Deus não tem nada. Seu coração está completamente vazio. E a sua vida não tem sentido.
Então decidi tornar-me sacerdote e buscar, como Dom Bosco, os mais pobres, os mais desamparados.
Zenit: qual é a realidade da Igreja em Madagascar e qual é a contribuição salesiana?
Dom Rosario Vella: o povo malgaxe ou madagascarense é jovem: 60% da população têm menos de 20 anos. Infelizmente em Madagascar o jovem não vale nada: é apenas uma mercadoria que pode produzir alguma coisa. É difícil afirmar que um jovem malgaxe possa enfrentar o futuro com serenidade e entusiasmo, porque não há trabalho, a corrupção é... Federal, a insegurança e a delinquência são o pão cotidiano. A situação escolar, educativa e social são desastrosas. Os jovens são realmente esquecidos. Devem dar tudo para construir seu futuro.
A Igreja faz o que pode. Só para dar um exemplo: fizemos na diocese de Ambanja um grande esforço para ir ao encontro das necessidades e das expectativas dos jovens. O seu futuro se prepara com a educação: ela é a maior força para um povo que procura o verdadeiro progresso. Por isso temos reforçado e desenvolvido as escolas, do primário à universidade. Nas escolas buscamos não só oferecer cultura, mas sobretudo formar as consciências.
A entrevista completa está à disposição, em italiano, aqui.