Padre Federico Lombardi analisa Pontificado de Francisco

Segunda, 16 Setembro 2013 14:37 Escrito por  Rádio Vaticana
O Papa Francisco completou na última sexta-feira, 13 de setembro, seis meses de Pontificado. Por conta da ocasião, a Rádio Vaticano entrevistou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, para saber qual é a avaliação dele sobre esse período. Leia um trecho da entrevista abaixo:

Rádio Vaticano: Padre Lombardi, para usar o método do Papa Francisco: quais são as três principais novidades deste pontificado?

Padre Federico Lombardi:  “Eu diria que a primeira novidade é o nome, que me tocou desde o início. Nenhum Papa antes dele o havia usado. E, com ele existe a sua explicação, dada pelo próprio Papa: “pobres, paz, custódia da Criação”. E temos já visto – ao menos sobre pobres e a paz – que verdadeiramente são marcas fundamentais deste Pontificado. Também de extrema atualidade, como nas últimas semanas, este empenho  corajoso pela paz no Oriente Médio.

Uma segunda novidade me parece ser o fim do eurocentrismo da Igreja, isto é, o fato de que temos um papa latino-americano. Na realidade, isto se vê em um sentido positivo, de ampliação dos horizontes:  isto em particular no decorrer da Jornada Mundial da Juventude, em que vimos o Papa no seu continente de proveniência e aprendemos que também seu estilo é pastoral, o seu modo de relacionar-se direto, com as pessoas, a sua linguagem muito simples...Também os seus temas de atenção à pobreza e assim por diante, vem de um contexto eclesial muito rico, com uma grande tradição, que agora vem ao coração da Igreja com uma força e uma presença maior.

Todos os papas foram “universais”, foram papas que tiveram o mundo no coração, então, não é que fossem “parciais”. Porém, eu acredito que se percebe o fato que a escolha de um papa que vem de outro continente, efetivamente traz alguma coisa de específico no estilo, na perspectiva e é alguma coisa desejada pela Igreja universal, desejado pelos cardeais e nós apreciamos isto, como um enriquecimento ulterior no caminho da Igreja universal. Depois, se devo dizer uma terceira característica, me parece aquela de missionariedade.

O Papa Francisco fala muito de uma Igreja não auto-referencial, de uma Igreja de missão, de uma Igreja que olha para além de si mesma e a todo o mundo. A mim, veio em mente a belíssima Carta de João Paulo II no final do Jubileu, Duc in altum, dirigida à Igreja do terceiro milênio. Assim, me parece que efetivamente, com o Papa Francisco, a barca da Igreja esteja viajando, sem medo, com alegria de poder encontrar o mistério de Deus em novos horizontes”.

 

A entrevista na íntegra pode ser lida no site da Rádio Vaticana.

Rádio Vaticana

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Última modificação em Segunda, 16 Setembro 2013 18:07

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Padre Federico Lombardi analisa Pontificado de Francisco

Segunda, 16 Setembro 2013 14:37 Escrito por  Rádio Vaticana
O Papa Francisco completou na última sexta-feira, 13 de setembro, seis meses de Pontificado. Por conta da ocasião, a Rádio Vaticano entrevistou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, para saber qual é a avaliação dele sobre esse período. Leia um trecho da entrevista abaixo:

Rádio Vaticano: Padre Lombardi, para usar o método do Papa Francisco: quais são as três principais novidades deste pontificado?

Padre Federico Lombardi:  “Eu diria que a primeira novidade é o nome, que me tocou desde o início. Nenhum Papa antes dele o havia usado. E, com ele existe a sua explicação, dada pelo próprio Papa: “pobres, paz, custódia da Criação”. E temos já visto – ao menos sobre pobres e a paz – que verdadeiramente são marcas fundamentais deste Pontificado. Também de extrema atualidade, como nas últimas semanas, este empenho  corajoso pela paz no Oriente Médio.

Uma segunda novidade me parece ser o fim do eurocentrismo da Igreja, isto é, o fato de que temos um papa latino-americano. Na realidade, isto se vê em um sentido positivo, de ampliação dos horizontes:  isto em particular no decorrer da Jornada Mundial da Juventude, em que vimos o Papa no seu continente de proveniência e aprendemos que também seu estilo é pastoral, o seu modo de relacionar-se direto, com as pessoas, a sua linguagem muito simples...Também os seus temas de atenção à pobreza e assim por diante, vem de um contexto eclesial muito rico, com uma grande tradição, que agora vem ao coração da Igreja com uma força e uma presença maior.

Todos os papas foram “universais”, foram papas que tiveram o mundo no coração, então, não é que fossem “parciais”. Porém, eu acredito que se percebe o fato que a escolha de um papa que vem de outro continente, efetivamente traz alguma coisa de específico no estilo, na perspectiva e é alguma coisa desejada pela Igreja universal, desejado pelos cardeais e nós apreciamos isto, como um enriquecimento ulterior no caminho da Igreja universal. Depois, se devo dizer uma terceira característica, me parece aquela de missionariedade.

O Papa Francisco fala muito de uma Igreja não auto-referencial, de uma Igreja de missão, de uma Igreja que olha para além de si mesma e a todo o mundo. A mim, veio em mente a belíssima Carta de João Paulo II no final do Jubileu, Duc in altum, dirigida à Igreja do terceiro milênio. Assim, me parece que efetivamente, com o Papa Francisco, a barca da Igreja esteja viajando, sem medo, com alegria de poder encontrar o mistério de Deus em novos horizontes”.

 

A entrevista na íntegra pode ser lida no site da Rádio Vaticana.

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