Salesianos Cooperadores: cristãos “sacudidos”

Terça, 14 Março 2023 17:34 Escrito por  SC Carlos R. Minozzi
Ao imaginar “um vasto movimento de pessoas empenhadas na salvação e promoção da juventude mais carente”, Dom Bosco cria a Associação dos Salesianos Cooperadores. Saiba mais!    

Quem lê alguma biografia, tratado ou outro documento a respeito de Dom Bosco, vai encontrar em comum entre os textos uma característica de relacionamento com a juventude muito recomendada pelo santo: a “amorevolezza”, palavra italiana que não tem tradução, mas poderia ser entendida como bondade, carinho, ternura, enfim, como cuidado no relacionamento pessoal.

 

Essa característica foi recomendada a Dom Bosco, já no seu “Sonho dos nove anos”, quando um senhor (que depois se identifica como Jesus Cristo) lhe diz: “- Não com pancadas, mas com a mansidão e a caridade é que deverá ganhar esses seus amigos”. Essa recomendação é depois assimilada e praticada por Dom Bosco quando resolve se espelhar em São Francisco de Sales.

 

Mas quem imagina que por causa disso Dom Bosco é todo o tempo afagos e compreensão, surpreende-se ao deparar com sua radicalidade quando se trata de animar os leigos a viverem seu batismo cristão no objetivo da promoção da juventude.

 

Ao imaginar “um vasto movimento de pessoas empenhadas na salvação e promoção da juventude mais carente”, Dom Bosco cria a Associação dos Salesianos Cooperadores, com uma finalidade descrita em uma famosa afirmação sua feita em 15 de julho de 1886: “A Associação dos Salesianos Cooperadores é criada para sacudir da apatia em que jazem tantos cristãos, e difundir a energia da caridade”.

 

Ora, que apatia via Dom Bosco se abater sobre os cristãos que eram seus contemporâneos? Talvez a apatia de imaginar que bastava frequentar a missa dominical, confessar-se e comungar anualmente por ocasião da Páscoa, rezar o terço, e assim garantir sua própria salvação.

 

No entanto, no Regulamento de Vida Apostólica, principal documento da Associação dos Salesianos Cooperadores, somos lembrados que quem “não quer desacomodar-se além de um limite e ‘gozar a própria vida'’, lança-se inconscientemente a si mesmo na frustração, na mediocridade, ou até mesmo na mesquinhez”.

 

Afirma o dito popular que “o uso do cachimbo faz a boca torta”. Algumas palavras, de tão usadas com outro sentido, perdem a capacidade de expressar seu valor original. É o caso da palavra “mediocridade”, usada no parágrafo acima. Atualmente, ao se referir a uma pessoa medíocre, imaginamos alguém mal-educado, grosso ou tacanho. Na realidade, a “mediocridade” acima utilizada refere-se a “estar na média”, ser igual à maioria das pessoas, dos outros cristãos, aqueles já descritos no texto e que, tanto quanto existiam na cidade de Turim do século XIX, ainda hoje existem em nossas comunidades.

 

Dom Bosco, descontente com essa proposta de vida cristã, cria a Associação dos Salesianos Cooperadores e oferece uma alternativa vocacional aos leigos, para que possam libertar-se da rotina apática em que se encontram e coloquem-se a serviço da promoção juvenil, passem a pertencer ao “vasto movimento de pessoas” também conhecido como Família Salesiana.

 

Fica então para os Salesianos Cooperadores, esses cristãos “sacudidos”, a responsabilidade de difundir a caridade, aplicando no seu relacionamento com a juventude a mesma ternura, compreensão e bondade, enfim, a “amorevolezza” herdada de seu Pai e Mestre, Dom Bosco.

Avalie este item
(0 votos)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Salesianos Cooperadores: cristãos “sacudidos”

Terça, 14 Março 2023 17:34 Escrito por  SC Carlos R. Minozzi
Ao imaginar “um vasto movimento de pessoas empenhadas na salvação e promoção da juventude mais carente”, Dom Bosco cria a Associação dos Salesianos Cooperadores. Saiba mais!    

Quem lê alguma biografia, tratado ou outro documento a respeito de Dom Bosco, vai encontrar em comum entre os textos uma característica de relacionamento com a juventude muito recomendada pelo santo: a “amorevolezza”, palavra italiana que não tem tradução, mas poderia ser entendida como bondade, carinho, ternura, enfim, como cuidado no relacionamento pessoal.

 

Essa característica foi recomendada a Dom Bosco, já no seu “Sonho dos nove anos”, quando um senhor (que depois se identifica como Jesus Cristo) lhe diz: “- Não com pancadas, mas com a mansidão e a caridade é que deverá ganhar esses seus amigos”. Essa recomendação é depois assimilada e praticada por Dom Bosco quando resolve se espelhar em São Francisco de Sales.

 

Mas quem imagina que por causa disso Dom Bosco é todo o tempo afagos e compreensão, surpreende-se ao deparar com sua radicalidade quando se trata de animar os leigos a viverem seu batismo cristão no objetivo da promoção da juventude.

 

Ao imaginar “um vasto movimento de pessoas empenhadas na salvação e promoção da juventude mais carente”, Dom Bosco cria a Associação dos Salesianos Cooperadores, com uma finalidade descrita em uma famosa afirmação sua feita em 15 de julho de 1886: “A Associação dos Salesianos Cooperadores é criada para sacudir da apatia em que jazem tantos cristãos, e difundir a energia da caridade”.

 

Ora, que apatia via Dom Bosco se abater sobre os cristãos que eram seus contemporâneos? Talvez a apatia de imaginar que bastava frequentar a missa dominical, confessar-se e comungar anualmente por ocasião da Páscoa, rezar o terço, e assim garantir sua própria salvação.

 

No entanto, no Regulamento de Vida Apostólica, principal documento da Associação dos Salesianos Cooperadores, somos lembrados que quem “não quer desacomodar-se além de um limite e ‘gozar a própria vida'’, lança-se inconscientemente a si mesmo na frustração, na mediocridade, ou até mesmo na mesquinhez”.

 

Afirma o dito popular que “o uso do cachimbo faz a boca torta”. Algumas palavras, de tão usadas com outro sentido, perdem a capacidade de expressar seu valor original. É o caso da palavra “mediocridade”, usada no parágrafo acima. Atualmente, ao se referir a uma pessoa medíocre, imaginamos alguém mal-educado, grosso ou tacanho. Na realidade, a “mediocridade” acima utilizada refere-se a “estar na média”, ser igual à maioria das pessoas, dos outros cristãos, aqueles já descritos no texto e que, tanto quanto existiam na cidade de Turim do século XIX, ainda hoje existem em nossas comunidades.

 

Dom Bosco, descontente com essa proposta de vida cristã, cria a Associação dos Salesianos Cooperadores e oferece uma alternativa vocacional aos leigos, para que possam libertar-se da rotina apática em que se encontram e coloquem-se a serviço da promoção juvenil, passem a pertencer ao “vasto movimento de pessoas” também conhecido como Família Salesiana.

 

Fica então para os Salesianos Cooperadores, esses cristãos “sacudidos”, a responsabilidade de difundir a caridade, aplicando no seu relacionamento com a juventude a mesma ternura, compreensão e bondade, enfim, a “amorevolezza” herdada de seu Pai e Mestre, Dom Bosco.

Avalie este item
(0 votos)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.