Foi-nos roubado, e ao afeto dos seus caros – em primeiro lugar os pobres, os indígenas e os necessitados a quem sempre serviu –, dom Marcello Melani, salesiano, bispo emérito de Neuquén, na Argentina.
Com 59 anos de salesiano, 51 de sacerdócio e 28 de bispo, o prelado vivia no Peru, onde foi enviado como missionário ‘ad vitam’, no contexto da 150ª Expedição Missionária Salesiana. Naquele momento, fiel ao seu lema episcopal: “Não para ser servido, mas para servir”, dom Melani reconhecera: “acho que o Senhor continua a dizer-me: ‘Não tenha medo... Estou ao seu lado’. A vida cristã é uma vida missionária: não devemos ter medo de percorrê-la… Com Cristo tudo é possível”.
Recebida a notícia, o inspetor salesiano do Peru, padre Manolo Cayo, SDB, compartilhou a seguinte mensagem: “no dia 8 de dezembro de 2019 ele chegou ao Vicariato Apostólico de Pucallpa .... Durante esse período, dedicou-se inteiramente às pessoas que o procuravam para conselho e oração. No final de março, contraíu o vírus, e, devido a complicações, viveu hoje a sua Páscoa, o que nos deixa muito tristes e, ao mesmo tempo, muito agradecidos por tanta dedicação e generosidade. Caríssimo Marcello: viveste intensamente o teu lema; serviste e te doaste generosamente ao teu povo: doaste tudo. O teu coração missionário descansa em paz; mas o teu exemplo e testemunho ficarão vivos entre nós, como um sinal transparentemente luminoso do amor que Deus tem por nós”.
Marcello Angiolo Melani nasceu em Florença, Itália, em 15 de setembro de 1938. Fez a primeira profissão religiosa salesiana no dia 16 de agosto de 1962, em Chieri, e foi ordenado sacerdote em Turim, no dia 21 de março de 1970.
Em 1971 chegou como missionário à Patagônia Argentina e, por pouco mais de 20 anos, serviu nesta terra como diretor e pároco nas diferentes obras (Bahía Blanca, Esquel, Junín de los Andes, Bariloche). No dia 23 de julho de 1993, foi nomeado bispo coadjutor de Viedma, sendo ordenado em 18 de setembro de 1993. Assumiu o cargo de bispo diocesano de Viedma, por sucessão, em 28 de junho de 1995. Em 9 de janeiro de 2002 foi nomeado bispo diocesano de Neuquén. Na Conferência Episcopal Argentina foi membro da Comissão pela Pastoral Aborígene e da Comissão para as Migrações.
Após apresentar a renúncia ao serviço episcopal voltou, no final de 2011, a servir os necessitados junto às obras salesianas: primeiramente em Zapala (Neuquén), depois novamente em Junín de los Andes e, por fim, no Peru, no Vicariato Apostólico de Pucallpa.
Em sua página do facebook multiplicam-se os testemunhos de afeto dos que o conheceram.
Clique aqui e leia a uma breve entrevista, no qual ele relatou a sua decisão de mais uma vez partir como missionário aos 81 anos de idade.
