De acordo com a BBC World News, o Peru é o país com o maior plano de estímulo da América Latina para combater o COVID-19. No dia 1º de abril, o Ministério da Saúde do Peru confirmou a morte de 47 pessoas devido ao Covid-19, 1.323 casos confirmados e 198 pessoas internadas. Apesar da situação extremamente difícil, o governo peruano não esqueceu os pobres ou migrantes que ficaram ‘presos’ no país após o fechamento das fronteiras. "Em diálogo com a Congregação Salesiana e com a permissão do superior, padre Manuel Cayo - declarou o padre José Valdivia, ecônomo inspetorial -, o pátio principal da casa inspetorial foi disponibilizado para acolher os necessitados até o fim da pandemia".
Em carta, o padre Valdivia informou os salesianos sobre a decisão do inspetor e seu conselho, de oferecer um suporte salesiano nesta crise humanitária. “Alguns dias atrás, conversamos com Federico Agusti, coordenador geral da ACNUR no Peru (Agência das Nações Unidas para os Refugiados), que solicitou, por meio do Ministério das Relações Exteriores, a permissão de uso das estruturas do pátio de Breña para acolher um grupo de haitianos que não têm onde morar. Muitos deles são filhos e mães de família". Esta decisão foi tomada com base no "convite do Reitor-mor e do ecônomo geral para acolher as pessoas ou vítimas mais vulneráveis nesta pandemia, disponibilizando nossas estruturas".
Cerca de 90 haitianos chegaram ao local designado aos migrantes e foram recebidos na Casa Inspetorial de Breña. Estes migrantes não puderam seguir viagem para o Equador por causa da súbita declaração de emergência sanitária COVID-19 no Peru e ficaram com uma única opção: dormir na rua.
A pedido do Estado peruano, a ACNUR, em coordenação com a Congregação Salesiana, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a ONG Illari Amanecer estão coordenando juntos uma resposta para este momento de asilo obrigatório. Eles precisam de colchões, camas e módulos para dormir, além de alimento.
Graças a esse trabalho em equipe, foi possível ajudar este grupo de 90 pessoas, composto principalmente por jovens famílias: 25 menores, 32 mulheres e 33 homens.
"Os pobres nunca encontrarão Deus indiferente, Ele faz justiça e não esquece", disse o Papa; e é exatamente nestas circunstâncias que podemos sentir a presença e a mão de Deus. A opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora “é uma escolha prioritária que os discípulos de Cristo são chamados a abraçar para não trair a credibilidade da Igreja e dar uma esperança concreta a tantos indefesos”.
