É exatamente esse ponto que toca os jovens. Cronologicamente, a juventude é a fase da vida que se caracteriza por seu jeito específico de falar, se expressar, de se vestir e de agir. Tempo de projetar, sonhar e se arriscar. Os jovens são vistos, de forma geral, como aqueles que querem e podem transformar o mundo. Neles, constatamos grandes ideais, a força física e o tempo para colocar em prática todos os seus anseios interiores.
Eles vivem com a leveza e a liberdade pois sabem que para a sociedade, têm o direito de errar, por serem novos e também em formação. Assim, arriscam-se com maior facilidade e tranquilidade para tão somente depois de vivida, avaliar a experiência. No que tange a formação, a vivência de experiências e a avaliação, são direcionados a um itinerário que deve ser percorrido por meio da educação. Apenas a educação permite formar para a sensibilidade social e política e para o despertar das potencialidades de cada pessoa, podendo assim, no momento oportuno, fazer escolhas significativas para a vida.
A precariedade do sistema educativo sinaliza, para nós, um olhar mais atento para as “bandeiras” levantadas pelos jovens na atualidade, as causas e motivações pelas quais estão doando suas vidas. Um processo educativo falho resulta em uma sociedade sem sonhos transformados em projetos, e por conseguinte, sem realizações pessoais.
Já compartilhando dessa visão, nos anos 1800, Dom Bosco exortava os seus salesianos: “Quereis fazer uma coisa boa? Educai a juventude. Quereis fazer uma coisa santa? Educai a juventude. Quereis fazer uma coisa santíssima? Educai a juventude. Quereis fazer uma coisa divina? Educai a juventude” (EDEBE,2012).
A preferência, urgência e escolha de Dom Bosco em educar a juventude se dá pelo fato de enxergá-los como um pequeno grão de mostarda que, ao ser plantado e cultivado, produz grandes frutos. Ele acreditava na força da semente, ou seja, acreditava no potencial dos jovens, para se tornarem bons cristãos e honestos cidadãos e assim transformar e construir um novo mundo com as próprias mãos: a Civilização do Amor.