O oratório é uma das obras salesianas mais características e, em muitos locais do Brasil, esse espaço de educação, evangelização e vivência com crianças e jovens “ao estilo de Dom Bosco” é coordenado por Salesianos Cooperadores. Na zona Norte da capital paulista, o oratório é mantido pelo Colégio Santa Teresinha e é um dos principais focos de atividade dos Salesianos Cooperadores que participam do Centro Local Santa Teresinha.
É neste oratório que atuam os Salesianos Cooperadores Deusa do Carmo Stippe Sobral, Armando José Sobral, Marianna Matrone Gatta e Angel Alberto Gatta. Apesar de estarem no mesmo local e com a mesma vocação, os caminhos que percorreram até atenderem ao chamado para serem Salesianos Cooperadores foram bem diferentes. É sobre essa caminhada vocacional que eles falam aos leitores do Boletim Salesiano.
Como vocês conheceram a Família Salesiana?
Deusa do Carmo Stippe Sobral – A gente conheceu pelos filhos, que hoje já são adultos. Mas, quando eram crianças, procuramos uma escola e ficamos sabendo do Colégio Salesiano (Santa Teresinha), onde matriculamos primeiro o Lucas e depois os outros dois. No ano 2000, o padre Milton, na época, pôs uma faixa na escola que dizia: “Você sabe o que é ser Salesiano Cooperador?”. A gente ficou curioso, todos os dias íamos na escola levar e buscar os filhos, já estávamos encantados com o tipo de educação salesiana, com o acolhimento da escola, e fomos fazer a formação. Desde então, nos encantamos cada vez mais.
Em que a vocação do Salesiano Cooperador difere da vocação religiosa consagrada?
Deusa – A vocação do Salesiano Cooperador é o salesiano no mundo, com o carisma de Dom Bosco. A gente percebe que, para nós, é muito bom colocar em prática aquilo que Dom Bosco deixou em relação aos jovens, tanto no oratório, como com nossos filhos e com nossas equipes de trabalho. Na empresa em que trabalho, deve ter uns 20 jovens e a gente percebe que nosso olhar para esse jovem é diferente. Isso é muito gostoso, poder olhar para o jovem no oratório, no trabalho, em casa, com o olhar de Dom Bosco.
Armando José Sobral – A vocação como Salesiano Cooperador é algo que veio se construindo com o passar do tempo. Nós fizemos a formação, claro, mas a vivência como Salesiano Cooperador é que foi fazendo com que a gente entendesse o que é essa vocação, em todos os aspectos da vida. Sempre tendo essa concepção de trazer o jovem, formar, passar conceitos e, no dia a dia, vamos transmitindo isso. Até que não se dissocia mais: em qualquer situação, em casa com os filhos, no serviço, na Igreja, no oratório, sempre pensamos: “Como Dom Bosco agiria nessa situação?”.
Quais são as atividades de vocês hoje?
Armando – Nós somos mais ligados ao oratório, que é mantido pelo Colégio Salesiano Santa Teresinha aos domingos pela manhã. Começamos de uma forma muito simples, fazendo o lanche para o oratoriano quando ele chegava às 7h da manhã. E aos poucos, como Salesianos Cooperadores, fomos nos envolvendo nas atividades e ganhando espaço. Hoje temos uma atividade mais de coordenação, e tem o braço do GAM (Grupo de Ação Missionária), dos jovens, para vivenciar o oratório junto com as crianças e os adolescentes. Isso é muito legal porque está mostrando para o GAM que é algo muito natural que eles, assim que forem amadurecendo, possam fazer a experiência como Salesianos Cooperadores.
O que traz maior realização para vocês, hoje, como Salesianos Cooperadores?
Deusa – Primeiro, é perceber a sensibilidade que acabo desenvolvendo com eles e que é uma troca. Eu acordo às 4h30 todos os dias, e chegar no domingo e acordar às 6h para o oratório parece um esforço, mas sinto que, se eu não for, vai ficar um vazio em mim. A gente sai cansado do oratório, mas com uma plenitude, porque existe essa troca de afeto.
Armando – Tanto eu como a Deusa nascemos praticamente dentro da Igreja. Tivemos em movimento de jovens, onde nos conhecemos; nos casamos, depois sentimos falta de ter uma atividade e nos tornamos Salesianos Cooperadores pela possibilidade de fazer alguma coisa para os jovens. Nesse momento eu estou coordenador do Centro Local e eu falo para o pessoal que temos essa missão de ajudar o oratoriano a ter um rumo na vida. O que ele quiser, não importa; o importante é a gente conseguir dar apoio e suporte para que ele ganhe sentido na vida, para que se sinta bem, tenha recursos próprios para a vida, essa é a minha satisfação. Temos exemplos claros disso, de jovens que conseguimos trazer para o oratório e hoje foram para a faculdade, têm uma formação, têm condição de sustentar a família de forma digna. Para nós é muito gratificante ver esse resultado final, oxalá a gente pudesse fazer isso com muitos mais.
E o que deve fazer uma pessoa que queira ser Salesiano Cooperador?
Deusa – Nós fizemos um vídeo, com depoimentos de meninos e jovens do oratório e com o testemunho de Salesianos Cooperadores (assista ao vídeo AQUI). Nós convidamos as pessoas que frequentam a missa, mas algo que a gente frisa é que, desde o início, aquela pessoa que está discernindo se quer ser Salesiano Cooperador participe das atividades junto ao oratório, para poder sentir o que é ser o Salesiano Cooperador na prática.
Armando – Temos uma chamada que é fundamental: “Você quer fazer diferença na vida de um jovem? Venha ser salesiano cooperador!”.