Mas o que muitos não sabem é que Luís Orione foi oratoriano de Dom Bosco, entrando no oratório em 1886, com apenas 14 anos de idade. Logo de início encantou-se com Dom Bosco e com a forma que este padre tinha de tratar todos os seus meninos como se cada um deles fosse seu preferido.
Enfiava-se entre todos para estar o mais perto possível de Dom Bosco e isso não passava despercebido a este, que sempre o brindava com alguma frase ou pergunta jocosa, afirmando depois: “Você é mesmo uma coisa!”
Luís Orione ansiava por poder confessar-se com Dom Bosco, mas este, já alquebrado pela vida, reservava esse privilégio a apenas alguns salesianos ou jovens prontos a ingressar no seminário. Um certo dia, no entanto, Luís Orione ficou sabendo que Dom Bosco iria lhe atender em confissão. Alegrou-se, mas preocupou-se também: precisava se preparar para esse momento.
Fez um rígido exame de consciência e chegou a preencher três cadernetas com seus pecados. Foi ao extremo de examinar alguns formulários que davam “dicas” de exame de consciência, só respondendo não à pergunta – “Você matou?”. Chegou a hora da confissão. Orione tremia imaginando o que Dom Bosco diria ao ler seus pecados.
Dom Bosco convidou-o a ajoelhar-se e lhe pediu seus pecados. Orione entregou a primeira caderneta. Dom Bosco fingiu pesá-la com a mão, rasgou-a ao meio e lhe perguntou se havia mais. Luís Orione entregou as outras duas, totalmente desorientado, e viu Dom Bosco dar a elas o mesmo fim. Depois lhe afirmou, sorrindo: “A confissão está feita. Não pense mais no que escreveu”.
Luís Orione nunca mais esqueceu aquele sorriso nem a promessa que dias mais tarde Dom Bosco lhe fez: “Nós dois seremos sempre amigos”.
Após a morte do fundador dos salesianos, Luís Orione fundou a ordem dos “Filhos da Divina Providência”, e nessa ocasião disse sobre Dom Bosco: “Caminharia sobre brasas ardentes para vê-lo de novo e dizer-lhe obrigado”.