O Reitor-Mor, padre Fabio Attard, convida-nos a olhar a parábola do semeador como ícone de nossa ação educativa e pastoral: educar, acompanhar, anunciar o Evangelho não é cálculo de eficiência, mas ato de esperança. A missão nasce da gratuidade e da confiança em Deus, que faz germinar a Palavra e o amor oferecidos com generosidade.
Este espírito ousado moveu Dom Bosco. O fundador não hesitou em enviar seus filhos salesianos a horizontes desconhecidos: em 1875, dez jovens liderados por padre João Cagliero partiram rumo à Argentina, iniciando a Primeira Expedição Missionária Salesiana. Pouco depois, em 1877, as Filhas de Maria Auxiliadora também cruzaram o oceano, levando o carisma de Madre Mazzarello e de Dom Bosco até o Uruguai. Desde então, o anúncio salesiano alcançou mais de 130 países.
Neste mês, celebramos ainda a canonização de Santa Maria Troncatti, missionária FMA no Equador, chamada de “Mãe, missionária, artesã da paz e da reconciliação”. Seu testemunho de fé e coragem entre os povos Shuar recorda-nos que a missão se constrói no serviço humilde, no cuidado com os mais fracos e no amor que reconcilia.
O espírito missionário deu frutos abundantes: jovens santos como Laura Vicuña e Zeferino Namuncurá, o testemunho de Akash Bashir no Paquistão e de Simão Bororo no Brasil; novas congregações e grupos que nasceram do ardor missionário salesiano; e a continuidade de uma presença que, em nosso País desde 1883, se enraizou em escolas, obras sociais, missões indígenas e paróquias.
À medida que nos aproximamos do 150º aniversário da Primeira Expedição Missionária (11 de novembro 1875–2025), o lema proposto pela Congregação ressoa como programa para todos nós: “Agradecer, Repensar, Relançar”. Agradecer o dom missionário que fecundou a Igreja; repensar os desafios de hoje; e relançar, com ardor renovado, a presença salesiana entre os jovens, sobretudo os mais pobres.
Semear no escuro, sonhar o futuro, servir com amor: este é o convite missionário que outubro nos deixa. O futuro pertence a Deus, mas Ele o constrói conosco, quando temos a coragem de doar o coração sem reservas.