Quando a guerra começou, os salesianos pensavam que seria uma questão de dias ou semanas. Não podiam imaginar que duraria tanto: "Não estávamos preparados para esta situação; tivemos de nos reinventar continuamente" – dizem eles de Alepo. A única coisa que sempre foi clara era que eles ficariam com os jovens e suas famílias, para acompanhá-los e ajudá-los em tudo o que pudessem, com uma cultura e educação para a paz. "Eles fazem parte da nossa família e a família não se abandona" – enfatizam eles.
Todos, inclusive os salesianos, experimentaram a dor da morte inesperada de um ente querido. Todos, confusos pela injustiça, já chegaram a se perguntar sobre a presença e a bondade de Deus, e no final todos encontraram suas respostas e algum conforto na familiaridade, proximidade e ajuda dos salesianos de Alepo, Damasco e Kafroun.
Durante todo esse tempo em meio a adversidades, as crianças precisaram se tornar adultos responsáveis. "A cada manhã eles cumprimentam suas famílias como se fosse o último dia de suas vidas. Eles levam um número de telefone escrito em seus braços, caso algo lhes aconteça e seus entes queridos memorizam as roupas que usam quando saem de casa, caso precisem ser reconhecidos após um bombardeio" – explica tristemente um salesiano missionário, em Damasco.
Sua fé, no entanto, cresceu tanto que eles representam um exemplo para o mundo inteiro. Os salesianos contam que todos os dias recebem lições de vida vindos da alegria e do desejo de viver dessas pessoas. Existem milhares de registros de histórias de dor, sacrifício e necessidade, mas também de amor, de vida e de esperança. Principalmente, de superação dos próprios limites.
Hoje, os salesianos da Síria servem cerca de 400 crianças e jovens em Kafroun, mais de 1.000 em Alepo e outros 1.200 em Damasco: "São jovens incríveis, cheios de vida e prontos para enfrentar grandes desafios, graças à sua fé incondicional" – destaca o P. Alejandro León, Superior dos Salesianos no Oriente Médio.
Fonte: Misiones Salesianas – Agência iNfo Salesiana ANS