Desafios do futuro da sustentabilidade no Brasil
É inegável que discussões acerca da sustentabilidade contemporânea geram diversas polêmicas, tendo em vista os inúmeros e diferentes determinantes que envolvem o assunto. O Brasil, perante esse debate internacional, assume naturalmente grande responsabilidade, pela enorme biodiversidade e sua grande extensão territorial. Em contrapartida, a maioria da população tem ainda uma consciência sustentável muito primitiva, o que gera diversas dificuldades no processo ecológico.
Pode-se relacionar o problema ambiental aos déficits estruturais da maior parte dos aglomerados urbanos do país. Uma boa parcela desses ambientes mal conta com saneamento básico, água plenamente tratada e um serviço de limpeza urbano severamente escasso. Isso reflete de maneira direta tanto no meio ambiente, quanto na mentalidade da população, o que gera um ciclo vicioso e destrutivo. Eis o resultado: o pouco de educação ambiental eficiente que existe não consegue combater essa desorganização caótica.
Tal ciclo nocivo é autossustentável, e não necessita do menor dos esforços voluntários para se perpetuar. Portanto, não podemos nos entregar a esse caos somente assistindo-o acontecer passivamente, pois caso isso ocorra de fato, a chance de um futuro positivo se reduz à nulidade. O famoso e recente caso que reforça essa tese é o rompimento das barragens de Mariana, cujos impactos ambientais são imensuráveis, quase que irreversíveis. Entretanto, se nada for realizado a respeito dessa situação, as esperanças de uma melhora se esgotam completamente.
Ou seja, para que a situação ambiental brasileira futura seja a melhor possível, é necessário implantar – ou ainda resgatar – valores sustentáveis nas pessoas, pois toda ação parte, primeiramente, de um discurso interior, o qual é construído a partir de uma mentalidade ecológica. É a simples, porém importante consciência de que descartar lixo em lugares impróprios pode acarretar em desastres, por exemplo.
Partindo dessa premissa, seria viável um investimento maior no que se refere à educação ambiental de qualidade. Já se nota que campanhas convencionais não surtem o efeito desejado no âmago das pessoas. É preciso fazê-las projetar um possível futuro caso não se tome nenhuma medida, incitá-las a participar do movimento em prol da natureza.
Poderia ser introduzido nas escolas, como obrigatoriedade, a participação em projetos ecológicos em intervalos semestrais. Se o próprio sistema público exigisse de cada um de seus trabalhadores um ato sustentável anual, a longo prazo os resultados apareceriam. Na iniciativa privada, incentivos e benefícios às pessoas que atuarem a favor do meio ambiente. Tudo isso aliado a um competente sistema publicitário (que usufrua do investimento do governo) embasador desses projetos e iniciativas, poderia gerar um futuro mais agradável ao planeta.
Fonte: http://www.jornalrol.com.br/12360-2/