Qual foi sua reação ao sismo?
Na hora do primeiro tremor eu estava em Lourdes, França. Quando soube, tomei o primeiro voo. Na cidade de Amatrice a primeira pessoa que encontrei foi o Sr. Valerio, padeiro local. Consternado, ele me conduziu à área atrás de sua casa, totalmente destruída, mostrando-me três sacas negras estendidas, das quais sobravam pernas: “Esta é minha mulher. E estes, meus dois filhos”, foram suas palavras.
V. Revma. perguntou-se alguma vez onde estivesse Deus?
Repito a frase que eu disse durante os funerais das vítimas: O terremoto é um fenômeno natural e não é ele que mata, mas as obras dos homens, sim. São a elas que atribuiremos alguma responsabilidade, se houver, por estas vítimas.
Depois do terremoto prevaleceu a solidariedade ou o egoísmo?
Paradoxalmente, um aspecto positivo do terremoto é que permite a volta à essencialidade dos relacionamentos. Mas há também pessoas que não conseguem suportar tudo isso.
Que é preciso fazer hoje?
Reconstruir não compete somente ao Estado: requer o auxílio de uma comunidade que não mire apenas aos próprios interesses. É preciso estar perto das pessoas. Foi por isso que decidi escrever um livro com a biografia das 200 vítimas do terremoto. Depois, é preciso ajudar nas pequenas atividades locais, onde as pessoas perderam tudo. Enfim: é preciso recriar os lugares da comunidade, como também as igrejas, a fim de que as pessoas possam refazer suas vidas e achar pontos de referência.
Quais foram as imagem mais dolorosas e as mais pacificadoras?
As imagens dolorosas são muitas: experimenta-se uma sensação de total impotência perante tanto desespero. As imagens mais belas foram os batizados das primeiras crianças nascidas depois do terremoto: seu sorriso traz consigo a esperança do renascer, do recomeçar...
Com a importância recolhida Dom Pompili disse que ajudará “um casal com filho, casal que perdeu o seu laboratório” a fazer repartir a sua atividade queijeira, dentre outras famílias.
Info ANS