Pós-ebola: realidade social e empenho salesiano

Sexta, 29 Janeiro 2016 15:40 Escrito por  InfoANS
Pós-ebola: realidade social e empenho salesiano InfoANS
No dia 14 de janeiro a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou debelada a epidemia do ebola que a partir de 2014 flagelara a África Ocidental: “Todas as cadeias de contágio conhecidas foram interceptadas”. Entretanto, nem sequer 24 horas depois, foi confirmada a morte por ebola de uma mulher, em Serra Leoa.

Sem dúvida, o despertar de algum foco não tinha sido descartado pela OMS; e por isso nos três países em que a epidemia irrompeu (Serra Leoa, Libéria e Guiné) o alerta continua elevadíssimo. Entretanto o verdadeiro problema agora não é uma retomada de contágios, mas, antes, a realidade que o vírus deixou nos três países.

 

Em dois anos o ebola matou 11.316 pessoas sobre 28.638 casos. O Banco Mundial avaliou o montante das perdas do PIB para os três países em US$ 2,2 bilhões. A Serra Leoa sofreu uma grave recessão, pelas dificuldades vividas pelos setores de tração da sua economia: agricultura e atividade mineraria. A Guiné e a Libéria tiveram duramente reduzidos os seus comércios, por causa do fechamento das fronteiras e pelo medo de investimentos por parte dos empresários externos.

 

Mas a questão não é apenas os mortos e os danos econômicos. As consequências do ebola se estendem, sobretudo, ao tecido social: só na Serra Leoa cerca de 12.000  crianças ficaram órfãs em decorrência do vírus. Também aumentaram as violências contra os menores e a gravidez precoce. Centenas de crianças foram acusadas de bruxaria, sendo acusadas pela morte dos seus familiares...

 

Por este motivo agora é ainda mais necessário trabalhar pelo crescimento sadio e harmônico da juventude desses países, porque serão eles que vão refazer a nação. “Há necessidade de psicólogos, terapeutas e agentes sociais na área socioterapêutica, em condições de oferecer auxílio integral às crianças e aos adolescentes traumatizados”, já dizia há um ano o Salesiano Irmão Lothar Wagner, empenhado na ONG “Don Bosco Fambul”, em Freetown.

 

Uma criança salva do vírus ebola não é necessariamente uma criança curada: precisa ainda de atenção, apoio, ajuda… E com muito maior razão se tiver ficado destituída do afeto dos pais e da infância.

 

Ajudar e acompanhar as crianças e adolescentes atingidos pelo ebola foi o que fizeram, por meio de numerosos programas, projetos e ambientes específicos os Salesianos da África Ocidental durante todo o tempo da epidemia. E é quanto continuarão a fazer com maior entusiasmo agora, com o encorajamento pessoal do reitor-mor dos salesianos, padre Ángel Fernández Artime.

 

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Última modificação em Quarta, 03 Fevereiro 2016 13:24

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No dia 14 de janeiro a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou debelada a epidemia do ebola que a partir de 2014 flagelara a África Ocidental: “Todas as cadeias de contágio conhecidas foram interceptadas”. Entretanto, nem sequer 24 horas depois, foi confirmada a morte por ebola de uma mulher, em Serra Leoa.

Sem dúvida, o despertar de algum foco não tinha sido descartado pela OMS; e por isso nos três países em que a epidemia irrompeu (Serra Leoa, Libéria e Guiné) o alerta continua elevadíssimo. Entretanto o verdadeiro problema agora não é uma retomada de contágios, mas, antes, a realidade que o vírus deixou nos três países.

 

Em dois anos o ebola matou 11.316 pessoas sobre 28.638 casos. O Banco Mundial avaliou o montante das perdas do PIB para os três países em US$ 2,2 bilhões. A Serra Leoa sofreu uma grave recessão, pelas dificuldades vividas pelos setores de tração da sua economia: agricultura e atividade mineraria. A Guiné e a Libéria tiveram duramente reduzidos os seus comércios, por causa do fechamento das fronteiras e pelo medo de investimentos por parte dos empresários externos.

 

Mas a questão não é apenas os mortos e os danos econômicos. As consequências do ebola se estendem, sobretudo, ao tecido social: só na Serra Leoa cerca de 12.000  crianças ficaram órfãs em decorrência do vírus. Também aumentaram as violências contra os menores e a gravidez precoce. Centenas de crianças foram acusadas de bruxaria, sendo acusadas pela morte dos seus familiares...

 

Por este motivo agora é ainda mais necessário trabalhar pelo crescimento sadio e harmônico da juventude desses países, porque serão eles que vão refazer a nação. “Há necessidade de psicólogos, terapeutas e agentes sociais na área socioterapêutica, em condições de oferecer auxílio integral às crianças e aos adolescentes traumatizados”, já dizia há um ano o Salesiano Irmão Lothar Wagner, empenhado na ONG “Don Bosco Fambul”, em Freetown.

 

Uma criança salva do vírus ebola não é necessariamente uma criança curada: precisa ainda de atenção, apoio, ajuda… E com muito maior razão se tiver ficado destituída do afeto dos pais e da infância.

 

Ajudar e acompanhar as crianças e adolescentes atingidos pelo ebola foi o que fizeram, por meio de numerosos programas, projetos e ambientes específicos os Salesianos da África Ocidental durante todo o tempo da epidemia. E é quanto continuarão a fazer com maior entusiasmo agora, com o encorajamento pessoal do reitor-mor dos salesianos, padre Ángel Fernández Artime.

 

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