Salesianos ucranianos na zona de guerra

Sexta, 22 Janeiro 2016 11:36 Escrito por  InfoANS
Salesianos ucranianos na zona de guerra InfoANS
 No contexto da guerra que perdura na Ucrânia desde abril de 2014, entre os militares ucranianos que defendem a unidade do Estado, surgiu a necessidade particular da presença de capelães. Este serviço nas Forças Armadas da Ucrânia, que no momento estão empenhadas na frente de operação “antiterrorismo” (ATO) na Ucrânia Oriental , foi realizado por dois sacerdotes salesianos: Hrygoriy Shved e Oleh Ladniuk.

 Os dois religiosos estiveram por algum tempo no front e na retaguarda do exército, garantindo o acompanhamento espiritual e o suporte psicológico, particularmente nos tempos de máxima tensão bélica. Em setembro e dezembro de 2014 o padre Shved esteve como voluntário na zona de guerra, mas acabou ferido.

  “Não só trabalhamos com os jovens; também vivemos preocupados por eles e sofremos com eles", conta o religioso. Quando em Kiev se juntava o movimento de protesto patriótico ‘EuroMaidan’, eu, ouvindo as notícias a respeito daqueles jovens que morriam, o que desejava mesmo era estar lá.(....) Consegui achar um tempinho para ir a Kiev e encontrei-me em Maidan, exatamente depois dos massacres: foi um momento muito duro. Tudo parecia acabado... Víamos os caixões dos jovens assassinados. Celebramos o rito fúnebre e encomendamos aqueles corpos: e compreendi que a nossa missão era ficar ali com eles e acompanhá-los.

 Quando ouvi que havia a oportunidade de partir como voluntário, imediatamente lembrei-me de Maidan. Quem sabe o que pensam os jovens nessas circunstâncias, naqueles últimos momentos… Alguns, quem sabe, desejariam confessar-se, trocar alguma palavra, estar entre os amigos, ter necessidade de apoio por parte de um sacerdote antes que de um militar. Foi por isso que decidi partir, esperando ser útil no front”.

 

Padre Ladniuk serviu como capelão militar no Natal e na Páscoa. “A tarefa direta do capelão  é o serviço sacerdotal: confessar, celebrar a Santa Missa, o rito fúnebre. E obviamente sustentar espiritualmente os militares, visto que aqui na zona de guerra, realmente faltam os psicólogos. A depressão, a tristeza e a dor são hóspedes muito frequentes em nossas almas, particularmente agora com a guerra. Uma conversa psicológica, um suporte moral para nós, capelães, equivale à oração. Um capelão se torna um mestre do como não perder as forças; ajuda o militar a evitar erros (…).Ódio e homicídio não conseguem pacificar o povo. Falando com os militares, peço sempre que não rebaixem ao nível dos que atacam, provocam a agressão. É claro que não é fácil!”.

 

Nas áreas de guerra há uma enorme necessidade de capelães militares. Por seu serviço, os dois salesianos receberam de dom Sviatoslav Shevchuk, arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, o prêmio honorífico “A Cruz do Capelão Militar”; e ao padre Shved também a Medalha de Honra ao Mérito, nas Forças Armadas da Ucrânia”, concedida pelo general Viktor Muzhenko, chefe de Estado Maior do Exército Ucraniano. 

 

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Última modificação em Domingo, 24 Janeiro 2016 17:56

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Sexta, 22 Janeiro 2016 11:36 Escrito por  InfoANS
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 No contexto da guerra que perdura na Ucrânia desde abril de 2014, entre os militares ucranianos que defendem a unidade do Estado, surgiu a necessidade particular da presença de capelães. Este serviço nas Forças Armadas da Ucrânia, que no momento estão empenhadas na frente de operação “antiterrorismo” (ATO) na Ucrânia Oriental , foi realizado por dois sacerdotes salesianos: Hrygoriy Shved e Oleh Ladniuk.

 Os dois religiosos estiveram por algum tempo no front e na retaguarda do exército, garantindo o acompanhamento espiritual e o suporte psicológico, particularmente nos tempos de máxima tensão bélica. Em setembro e dezembro de 2014 o padre Shved esteve como voluntário na zona de guerra, mas acabou ferido.

  “Não só trabalhamos com os jovens; também vivemos preocupados por eles e sofremos com eles", conta o religioso. Quando em Kiev se juntava o movimento de protesto patriótico ‘EuroMaidan’, eu, ouvindo as notícias a respeito daqueles jovens que morriam, o que desejava mesmo era estar lá.(....) Consegui achar um tempinho para ir a Kiev e encontrei-me em Maidan, exatamente depois dos massacres: foi um momento muito duro. Tudo parecia acabado... Víamos os caixões dos jovens assassinados. Celebramos o rito fúnebre e encomendamos aqueles corpos: e compreendi que a nossa missão era ficar ali com eles e acompanhá-los.

 Quando ouvi que havia a oportunidade de partir como voluntário, imediatamente lembrei-me de Maidan. Quem sabe o que pensam os jovens nessas circunstâncias, naqueles últimos momentos… Alguns, quem sabe, desejariam confessar-se, trocar alguma palavra, estar entre os amigos, ter necessidade de apoio por parte de um sacerdote antes que de um militar. Foi por isso que decidi partir, esperando ser útil no front”.

 

Padre Ladniuk serviu como capelão militar no Natal e na Páscoa. “A tarefa direta do capelão  é o serviço sacerdotal: confessar, celebrar a Santa Missa, o rito fúnebre. E obviamente sustentar espiritualmente os militares, visto que aqui na zona de guerra, realmente faltam os psicólogos. A depressão, a tristeza e a dor são hóspedes muito frequentes em nossas almas, particularmente agora com a guerra. Uma conversa psicológica, um suporte moral para nós, capelães, equivale à oração. Um capelão se torna um mestre do como não perder as forças; ajuda o militar a evitar erros (…).Ódio e homicídio não conseguem pacificar o povo. Falando com os militares, peço sempre que não rebaixem ao nível dos que atacam, provocam a agressão. É claro que não é fácil!”.

 

Nas áreas de guerra há uma enorme necessidade de capelães militares. Por seu serviço, os dois salesianos receberam de dom Sviatoslav Shevchuk, arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, o prêmio honorífico “A Cruz do Capelão Militar”; e ao padre Shved também a Medalha de Honra ao Mérito, nas Forças Armadas da Ucrânia”, concedida pelo general Viktor Muzhenko, chefe de Estado Maior do Exército Ucraniano. 

 

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