Na carta, padre López subdivide, em uma série de aspectos, quanto já foi realizado e quanto se deveria continuar a fazer em favor dos refugiados. Afirmando que “a chegada dos refugiados não é imediata (estima-se que começarão a chegar em novembro ou dezembro) e que à Espanha chegarão cerca de 15.000 em dois anos”, sugere que “seria desejável que cada comunidade designe um irmão que mantenha o contato em âmbito local com as autoridades competentes”, como caritas diocesanas, comissões para os migrantes e outros organismos eclesiais.
“A nossa generosidade não se deveria limitar ao caso atual dos refugiados sírios que vêm ao nosso país. Há no Líbano 1 200 000 refugiados sírios, enquanto na Turquia se fala de 1 800 000 pessoas. Com eles trabalham os nossos irmãos salesianos. Como não ajudá-los e apoiá-los?”, prossegue.
O inspetor convida a pensar e agir em favor dos refugiados que ainda não chegaram à Europa, mas que, entretanto existem: "... É verdade que como salesianos não ficamos indiferentes: em nossas casas de acolhida, nos centros diurnos, nas casas para a emancipação dos jovens e por meio de outros serviços sociais, temos acolhido um bom número. Mas é suficiente?”.
Sublinha, além disso, a necessidade de ajudar àqueles que ainda estão nos países de guerra e não podem fugir (ou porque sentem que é um dever seu permanecer ali), e por isso diz: “Os que fogem da Síria ou de outros países para vir à Europa merecem a nossa acolhida solidária... Mas, podemos acaso esquecer os que continuam a sofrer a guerra cotidiana na própria casa, na rua, no próprio bairro?”.
“(....) Também com esses jovens e pequenos trabalham os nossos irmãos de Alepo e Damasco, em um ambiente de guerra que todos os dias põe em risco as suas vidas. Aos irmãos que ainda o não fizeram, convido-os a ler o relatório da crônica que o padre Munir El Rai escreveu depois da sua visita às três casas salesianas da Síria”, publicada na Info ANS: Parte 1, Parte 2, Parte 3.
A circular do padre López toca igualmente outros temas ligados a refugiados: “Educar à paz e fazer o possível para deter as guerras”, coisa que o inspetor sublinha como essencial, visto que “a solução é deter a guerra, construir a paz”.
E acrescenta, citando um missionário salesiano em Damasco: “Se as grandes potências e as Nações Unidas se puserem de acordo e o quiserem, esta guerra termina em três dias”.