Quando o governo da Serra Leoa, conhecendo o trabalho dos salesianos com os meninos de rua, confiou a eles o encargo das crianças que ficaram órfãs pelo ebola, não se duvidou em aceitar. Era o verão passado e a epidemia havia atingido o país, deixando-o sem a possibilidade de enfrentá-la, com um grande medo do contágio por parte da população e das organizações internacionais. Prudentemente muitas ONGs deixaram o campo. Também algumas congregações religiosas.
O governo suspendera todas as aulas e o país estava paralisado. Os salesianos decidiram ficar para cuidar das crianças órfãs, adaptando para elas um espaço em que pudessem viver, socializar, brincar, aprender e receber aquele amor e apoio necessários para superar o trauma e reintegrar-se em suas famílias agora ampliadas.
As crianças voltaram a sorrir e a ter esperança no futuro. E todas são muito gratas aos salesianos.
Em Freetown, Capital da Serra Leoa, onde os salesianos querem construir um grande centro para cuidar de todos os problemas relativos às crianças e jovens (meninos de rua, abusados, órfãos ...), quase 200 crianças receberam nestes meses acompanhamento médico, consultoria psicológica, oportunidades educativas e a possibilidade de superar, através da música, da dança e de outras atividades educativas, o trauma pelas experiências feitas e sofridas.
Também em Monróvia, Capital da Libéria, mais de 200 crianças e jovens, entre 4 e 17 anos, viveram em um centro criado pelos salesianos para órfãos do ebola: “Alguns chegaram tão fraquinhos...: sequer podiam falar ou andar, explica o padre Jorge Crisafulli, inspetor da África Ocidental Anglófona - agora, com os cuidados e uma boa alimentação, fizeram-se progressos notáveis”.