Trata-se de uma instituição que radicaliza a autonomia do aluno: não há salas de aula, nem séries, disciplinas específicas ou professores. Nesta escola, perto da cidade do Porto, estudantes de várias idades se organizam por interesses comuns e desenvolvem projetos de pesquisa. Em vez de um professor, no estilo tradicional, os jovens podem recorrer aos orientadores educativos, que acompanham os grupos nas questões pedagógicas e comportamentais.
José Pacheco reuniu grande público no teatro do Instituto São José. Mais de 150 pessoas, entre educadores, pais de alunos e convidados. Com o tema "Inclusão escolar e social, relação escola-família e trabalho cooperativo", o educador português falou por três horas sobre a experiência da Escola da Ponte e os desafios da educação atual. No Brasil desde 2007, ele começou sua fala elogiando os professores brasileiros. "Viajei o mundo inteiro, conheci dezenas de países, e posso dizer com autoridade que os melhores e mais criativos professores estão aqui", afirmou.
Ao fim da palestra, Pacheco comentou sobre as semelhanças entre a proposta da Escola da Ponte e a pedagogia salesiana. "O que chama a atenção na educação salesiana não é só o que ela propõe, mas a forma com que é realizada. Penso que a grande contribuição de São João Bosco foi mostrar que é possível aprender de forma prazerosa, e esse é um dos pilares de nossa proposta na Escola da Ponte", destacou o professor.