O objetivo do projeto foi garantir a preservação dos objetos, assim como seu valor para a Congregação e para a música. Inicialmente foi realizada a separação do acervo, que durou cerca de 10 dias. No mês de janeiro, o grupo composto pela professora Denise e pelos noviços Gutielles dos Reis Santos, Giovani do Carmo Júnior e Welitom Geraldo Guimarães, se reuniu para realizar esta primeira etapa. “Era muito trabalho para pouco tempo. Sendo assim, estabelecemos critérios para a separação do material e metas diárias a serem atingidas”, lembra Denise.
As metas foram cumpridas e o resultado foi um acervo composto pelos mais variados itens, entre eles instrumentos musicais (dois órgãos, um cravo, um piano de cauda e dois teclados); aparelhos eletrônicos; diversas mídias (DVDs, CDs, fitas VHS, fitas K7 e disquetes); materiais impressos (livros sobre música e partituras e livros antigos do século XVI, entre outros).
Todo material está guardado na mesma sala em que, durante anos, o padre Marcello trabalhou no Colégio Santa Rosa. Agora, o próximo passo é organizar e catalogar o acervo para, em seguida, definir onde ele será guardado e se será exposto ao público.
Padre Marcello e a música
Padre Marcello Martiniano Ferreira nasceu em 1932, em Ponte Nova, MG. Teve como professores de piano Helena Lodi e Arnaldo Estrela, com quem se diplomou na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1964. Na mesma escola, cursou Harmonia, Contraponto, Fuga e Composição. De 1966 a 1970, cursou Magistério em Órgão Principal, com Ferruccio Vignanelli, no Pontifício Instituto de Música Sacra, em Roma, Itália. Aperfeiçoou-se em cravo e órgão e participou ainda de diversos outros cursos na área musical.
Em 1985, doutorou-se em Musicologia, em Roma, apresentando uma tese sobre a origem e descrição dos órgãos das Sés de Faro (Algarve, Portugal) e de Mariana (Minas Gerais), como sendo dois órgãos gêmeos de Arp-Schnitger, enviados ambos para Portugal, no início do século XVIII. O padre foi também organista titular da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Niterói, desde 1965 até o dia de sua morte.