“As famílias das jovens raptadas estão muito irritadas; e muitos queriam ir à floresta recuperar suas filhas, mas é muito perigoso” – referem. Ainda que a população nigeriana tenha muito medo, há todos os dias manifestações exigindo a libertação das jovens. “São todas meninas cristãs. Muitas famílias católicas no norte pedem-nos para receber suas filhas em nossas escolas e internatos, a fim de que possam continuar os estudos” – dizem os Salesianos.
No norte do país – onde atua Boko Haram – muitas escolas foram fechadas por medo. “Só continuam abertas as que são custodiadas por militares, embora também os soldados temam um ataque do Boko Haram, com armas pesadas”. Além disso, “muitos cristãos e católicos são obrigados a deixar tudo: terra, casas, empresas...; e migrar para o Sul”.
O intento dos terroristas de Boko Haram é cancelar todo traço de civilização cristã ocidental. Mas “os nigerianos não querem uma nova divisão do país. Já viveram o problema de Biafra secessionista, nos anos 1960/70” – acrescentam os missionários.
A Procuradoria das Missões Salesianas, de Madri, pede a libertação das jovens raptadas e se une à campanha internacional ‘#BringBackOurGirls’ (Devolvam nossas jovens). Os Salesianos acreditam que a solução do conflito está no diálogo e na tolerância. A educação à paz e à convivência são as melhores maneiras para o povo usufruir do grande potencial do seu país.
A Nigéria tem uma população de 175 milhões de habitantes, sendo que 110 milhões têm menos de 25 anos. Os missionários salesianos podem desenvolver um papel chave no diálogo inter-religioso e o desenvolvimento desse “gigante adormecido”. Para fazer isso, é necessário trabalhar dia após dia na formação da juventude e na educação aos valores universais, como a Razão, a Bondade ('amorevolezza') e a Tolerância.