O encontro pela paz, na Capital, deu-se exatamente enquanto no estado de Rakhine se verificava mais um pavoroso episódio de violência, com a morte de cinco muçulmanos e a destruição de dezenas de casas, como efeito a uma represália por parte de fanáticos budistas.
Perante tal realidade o Prelado salesiano disse: “Devemos mandar um sinal intenso a quantos queiram plantar a semente da discórdia”. Recordou em seguida a vasta gama étnico-cultural que compõe a Nação birmanesa, mas ressaltando-a positivamente, e não como obstáculo: “Temos necessidade de celebrar a nossa unidade na diversidade: somos sete grandes tribos e 135 subtribos (…) O encontro entre os filhos e as filhas da nossa grande nação seja um férvido encontro em favor da paz e da harmonia. Que a nossa voz seja forte, articulada e difundida desde os mais altos tetos. A paz escorra como um rio. Deixai que os grandes sonhos de um futuro Mianmar sejam os de construir sobre a justiça, sobre a paz e sobre a fraternidade”.
Em seu discurso o salesiano convidou igualmente a olhar para os países em “guerra perene” para aprender dos erros alheios e evitá-los, valorizando ao contrário os pontos de força e as tradições das várias almas do Mianmar: “Buda pregou uma mensagem de compaixão que tem valor universal. Cristo anunciou a mensagem de ‘Paz na Terra’. Gandhi, hindu convicto, foi apóstolo da não violência”.
O Prelado voltou a insistir na importância de não desvanecer as oportunidades de progresso social atualmente disponíveis no país e afirmou que o Mianmar é um “país abençoado”, rico de recursos. E deve voltar a ser aquele “lugar invejado nos anos 1950 e 1960 pelas pequenas realidades, como a Cingapura, hoje na vanguarda”.
Fonte: ANS – Yangun