“Obrigada!” foi a primeira palavra com que o Santo Padre Francisco começou sua mensagem espontânea. Uma imagem da Virgem de Luján ladeava o altar. Mais de vinte bispos da Argentina estiveram presentes e apenas 10% dos jovens compatriotas do Sumo Pontífice puderam ter acesso à Catedral Metropolitana.

Desde a tarde anterior, os jovens que responderam ao chamado do Papa argentino suportaram horas de frio, vento e chuva intensa nas ruas laterais, esperando para poder entrar na catedral, que tem capacidade para 5 mil pessoas.

“O que espero como consequência da Jornada da Juventude? Quero ‘agito’ (lío). Quero agito nas dioceses, quero que a Igreja saia às ruas, quero que saia fora de seus muros, quero que nos defendamos de tudo que seja acomodação, comodismo, ficar fechado em torno de nós mesmos”.

Em vários momentos, seu discurso foi interrompido por aplausos e “vivas”; gestos, cantos e palavras de carinho: Te amamos, Francisco! Que viva o Papa! Esta é a juventude do Papa! Foram algumas das palavras que se ouviram.

“Quero pedir-lhes uma coisa”, disse o primeiro Pontífice latino-americano. “Cuidem dos dois extremos da população, que são os jovens e os idosos, a quem esta sociedade condena a um destino comum: a exclusão. Não se deixem excluir! É o que lhes peço de coração”, enfatizou.

No encontro, que durou mais de 25 minutos, viveu-se um clima muito cálido e acolhedor, mesmo com todas as normas de segurança, às quais o Papa fez referência afirmando que preferia estar mais próximo dos jovens: “É muito triste estar enjaulado, confesso a vocês”, disse.

O encontro teve início com cantos que todos conhecem na Argentina: Um novo sol, Alma missionária, O Deus da vida, Santa Maria do Caminho... A animação esteve por conta da Pastoral da Juventude Argentina, que todos se sentiram em casa. Seguiram-se as orações, para esperar a entrada do Papa, o que gerava uma enorme expectativa e grande emoção.

Dois jovens apresentaram uma cruz de São Damião, a cruz de São Francisco de Assis, que Sua Santidade benzeu e que a partir de agora percorrerá todas as dioceses argentinas.

De uma maneira muito simpática e direta, o Papa enfatizou: “Por favor, não deixem que se dilua a fé em Jesus Cristo! A fé é inteira, não posso diluir a fé no Filho de Deus que se fez homem, que me amou e morreu por mim. É extraordinário que Deus tenha vindo e se feito homem como nós, e que tenha morrido na cruz”.

Foi um encontro maravilhoso, próximo; ao mesmo tempo esperado e surpreendente. Os jovens argentinos desejavam e aguardavam este gesto de seu conterrâneo, “um dos nossos”, como disseram, que “nos mantêm animados e comovidos”. A catedral carioca se converteu em cenário no qual os argentinos puderam estar mais próximos do Papa, desde a identidade comum, a linguagem, a proximidade e o coração na 28ª Jornada Mundial da Juventude.

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