Nossa vida pode transformar outras vidas para melhor

Quarta, 17 Janeiro 2024 17:23 Escrito por  Fernando Campos Peixoto, SDB
Meu querido e minha querida jovem, você já parou para pensar que uma simples ação sua pode mudar a vida de outras pessoas? Que com a sua presença elas podem se sentir muito bem e até mesmo amadas por Deus? Vou além: você já parou para pensar que você é um sinal e um instrumento da graça de Deus?    

Ao longo do ano de 2023, fizemos algumas reflexões aqui, em nossa coluna “Juventude em pauta”, sendo uma delas um convite a vocês, jovens, para que fugissem dos fatalismos, ou seja, para que não permitissem que as coisas ruins continuassem acontecendo em sua vida ou na dos outros baseados no velho discurso de que tudo foi sempre assim, então, não pode ser mudado. Discurso do “semprismo” que, por muitas vezes, reproduzimos sem ter consciência.

 

O sempre é eterno, imutável, inalterável. Já nós, seres humanos, estamos sendo, um dia fomos, hoje estamos, amanhã talvez sejamos e daqui a algum tempo não seremos mais. Estamos em construção, mudamos.

 

No texto sobre o fatalismo (filosofia de vida que acredita que o mundo não pode ser mudado e que tudo deve permanecer inalterável) fomos convidados a fugir dos fatalismos impostos pela vida como, por exemplo, o de que a mulher é inferior ao homem. Fomos convidados a não nos deixarmos escravizar por essas situações que tentam nos diminuir como pessoas.

 

Já, hoje, com esta conversa, neste novo ano que se inicia, o nosso convite é outro: mais do que fugir dos fatalismos, o chamado é para a concretização de atos bons. Se os fatalismos, com as ações dos seres humanos, podem mudar a vida das pessoas para pior, também nós, por meio da nossa fé, da nossa ação concreta, podemos transformar o mundo para melhor.

 

A exemplo de Dom Bosco

Foi assim que Dom Bosco agiu: ele percebeu que os jovens infratores de Turim e adjacências não tinham ninguém por eles e que, quando pagavam suas penas nas cadeias, não encontravam outra saída, ao serem libertados, a não ser a de voltar a cometer infrações.

 

Naquele momento, Dom Bosco viu que era preciso concretizar a fé, transformá-la em obras. Era preciso fazer alguma coisa por aqueles jovens que só conheciam sofrimento, abandono, desprezo, humilhação e exclusão. Foi quando Dom Bosco começou a realizar com esses jovens o que chamaria mais tarde de Sistema Preventivo. O nome de seu sistema educativo vem do fato de que Dom Bosco agiu de forma preventiva para com aqueles jovens: pensou num lugar para acolhê-los, foi atrás de patrões que respeitassem os seus direitos, para que conseguissem o necessário para a própria subsistência e, assim, não precisassem cometer infrações, tendo como consequência as cadeias.

 

Dom Bosco mesmo disse, certa vez, ao marquês de Cavour: “Não tenho outro objetivo, senhor marquês, que não o de melhorar a sorte desses pobres filhos [...]. Não peço recursos, mas somente um lugar onde acolhê-los. Espero desse modo diminuir o número dos desordeiros e dos que vão parar na cadeia”. Não poderia deixar de fazer algo ante o sofrimento alheio. E usou a sua vida e a sua fé para transformar vidas para melhor.

 

Dom Bosco fez aquilo que Tiago nos sugere, evidenciando que a fé se mostra na prática: “Que adianta alguém dizer que tem fé, mas não tem as obras? A fé sem as obras é morta” (Tg, 2, 14;26). Por meio da fé concretizada em boa ação, pode-se transformar a própria a vida e vida de outras pessoas para melhor.

 

Poder de transformar

Mas podemos refletir no nosso interior: “Não tenho a mesma experiência e/ou condições de Dom Bosco. Não sou santo como ele”. Contudo, podemos transformar o mundo com o pouco que temos. De família pobre e camponesa, Dom Bosco não tinha, muitas vezes, o suficiente para viver, muito menos para estudar. Precisou trabalhar para isso, mas nunca deixou passar cada oportunidade de transformar a vida das pessoas que estavam ao seu redor.

 

Não precisamos de muitas coisas para transformar a vida das pessoas. Uma acolhida, um sorriso, uma ligação, uma visita, um conselho, um gesto de solidariedade e de amososidade. É, queridos e queridas jovens, podemos concretizar a nossa fé no cotidiano. Podemos ser instrumentos de Deus e sinais de seu amor inesgotável para o irmão que sofre, que não tem, por vezes, com quem contar e que está ao nosso lado.

 

Um novo ano se inicia. Tudo o que é novo nos traz oportunidades maravilhosas, nos possibilita outros caminhos. Então, que este 2024 nos faça cada vez melhores. Que nós possamos concretizar a nossa fé no dia a dia, em cada movimento da nossa vida. Demonstrar que somos cristãos à semelhança de Jesus que nos diz: “Amai-vos uns aos outros”.

 

O amor é o segredo de tudo. Que possamos fazer uso da nossa vida para a construção de um mundo melhor, mais bonito, mais justo e solidário, mais fraterno e amoroso. Nossa vida pode transformar outras vidas para melhor!

 

  1. Fernando Campos Peixoto, SDB, é professor de Filosofia, teólogo e mestrando em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), MS.
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Nossa vida pode transformar outras vidas para melhor

Quarta, 17 Janeiro 2024 17:23 Escrito por  Fernando Campos Peixoto, SDB
Meu querido e minha querida jovem, você já parou para pensar que uma simples ação sua pode mudar a vida de outras pessoas? Que com a sua presença elas podem se sentir muito bem e até mesmo amadas por Deus? Vou além: você já parou para pensar que você é um sinal e um instrumento da graça de Deus?    

Ao longo do ano de 2023, fizemos algumas reflexões aqui, em nossa coluna “Juventude em pauta”, sendo uma delas um convite a vocês, jovens, para que fugissem dos fatalismos, ou seja, para que não permitissem que as coisas ruins continuassem acontecendo em sua vida ou na dos outros baseados no velho discurso de que tudo foi sempre assim, então, não pode ser mudado. Discurso do “semprismo” que, por muitas vezes, reproduzimos sem ter consciência.

 

O sempre é eterno, imutável, inalterável. Já nós, seres humanos, estamos sendo, um dia fomos, hoje estamos, amanhã talvez sejamos e daqui a algum tempo não seremos mais. Estamos em construção, mudamos.

 

No texto sobre o fatalismo (filosofia de vida que acredita que o mundo não pode ser mudado e que tudo deve permanecer inalterável) fomos convidados a fugir dos fatalismos impostos pela vida como, por exemplo, o de que a mulher é inferior ao homem. Fomos convidados a não nos deixarmos escravizar por essas situações que tentam nos diminuir como pessoas.

 

Já, hoje, com esta conversa, neste novo ano que se inicia, o nosso convite é outro: mais do que fugir dos fatalismos, o chamado é para a concretização de atos bons. Se os fatalismos, com as ações dos seres humanos, podem mudar a vida das pessoas para pior, também nós, por meio da nossa fé, da nossa ação concreta, podemos transformar o mundo para melhor.

 

A exemplo de Dom Bosco

Foi assim que Dom Bosco agiu: ele percebeu que os jovens infratores de Turim e adjacências não tinham ninguém por eles e que, quando pagavam suas penas nas cadeias, não encontravam outra saída, ao serem libertados, a não ser a de voltar a cometer infrações.

 

Naquele momento, Dom Bosco viu que era preciso concretizar a fé, transformá-la em obras. Era preciso fazer alguma coisa por aqueles jovens que só conheciam sofrimento, abandono, desprezo, humilhação e exclusão. Foi quando Dom Bosco começou a realizar com esses jovens o que chamaria mais tarde de Sistema Preventivo. O nome de seu sistema educativo vem do fato de que Dom Bosco agiu de forma preventiva para com aqueles jovens: pensou num lugar para acolhê-los, foi atrás de patrões que respeitassem os seus direitos, para que conseguissem o necessário para a própria subsistência e, assim, não precisassem cometer infrações, tendo como consequência as cadeias.

 

Dom Bosco mesmo disse, certa vez, ao marquês de Cavour: “Não tenho outro objetivo, senhor marquês, que não o de melhorar a sorte desses pobres filhos [...]. Não peço recursos, mas somente um lugar onde acolhê-los. Espero desse modo diminuir o número dos desordeiros e dos que vão parar na cadeia”. Não poderia deixar de fazer algo ante o sofrimento alheio. E usou a sua vida e a sua fé para transformar vidas para melhor.

 

Dom Bosco fez aquilo que Tiago nos sugere, evidenciando que a fé se mostra na prática: “Que adianta alguém dizer que tem fé, mas não tem as obras? A fé sem as obras é morta” (Tg, 2, 14;26). Por meio da fé concretizada em boa ação, pode-se transformar a própria a vida e vida de outras pessoas para melhor.

 

Poder de transformar

Mas podemos refletir no nosso interior: “Não tenho a mesma experiência e/ou condições de Dom Bosco. Não sou santo como ele”. Contudo, podemos transformar o mundo com o pouco que temos. De família pobre e camponesa, Dom Bosco não tinha, muitas vezes, o suficiente para viver, muito menos para estudar. Precisou trabalhar para isso, mas nunca deixou passar cada oportunidade de transformar a vida das pessoas que estavam ao seu redor.

 

Não precisamos de muitas coisas para transformar a vida das pessoas. Uma acolhida, um sorriso, uma ligação, uma visita, um conselho, um gesto de solidariedade e de amososidade. É, queridos e queridas jovens, podemos concretizar a nossa fé no cotidiano. Podemos ser instrumentos de Deus e sinais de seu amor inesgotável para o irmão que sofre, que não tem, por vezes, com quem contar e que está ao nosso lado.

 

Um novo ano se inicia. Tudo o que é novo nos traz oportunidades maravilhosas, nos possibilita outros caminhos. Então, que este 2024 nos faça cada vez melhores. Que nós possamos concretizar a nossa fé no dia a dia, em cada movimento da nossa vida. Demonstrar que somos cristãos à semelhança de Jesus que nos diz: “Amai-vos uns aos outros”.

 

O amor é o segredo de tudo. Que possamos fazer uso da nossa vida para a construção de um mundo melhor, mais bonito, mais justo e solidário, mais fraterno e amoroso. Nossa vida pode transformar outras vidas para melhor!

 

  1. Fernando Campos Peixoto, SDB, é professor de Filosofia, teólogo e mestrando em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), MS.
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