A missa foi concelebrada pelo novo cardeal Ángel Fernández Artime, Reitor-mor dos Salesianos, convidado junto com os demais membros de todo o Colégio Cardinalício.
A solenidade começou com uma versão moderna do tradicional hino ‘Laudes Regiae’, invocando a proteção e a bênção de Deus sobre a Igreja, sobre o Papa Francisco, sobre os bispos e o rebanho a ele confiado, sobre os guias civis e sobre todas as pessoas – homens e mulheres.
Caminhar juntos com o olhar de Jesus
Na homilia, o Papa Francisco recordou um “momento difícil” no ministério terreno de Jesus, narrado no Evangelho do dia. “No momento da desolação, tem um olhar capaz de ver mais além: louva a sabedoria do Pai e consegue vislumbrar o bem escondido que cresce, a semente da Palavra acolhida pelos simples, a luz do Reino de Deus que abre caminho mesmo de noite".
De acordo com o Papa, neste início de Assembleia Geral “não precisamos de um olhar imanente, feito de estratégias humanas, cálculos políticos ou batalhas ideológicas”. “Estamos aqui (...) para caminhar juntos com o olhar de Jesus, que bendiz o Pai e acolhe a quantos estão cansados e oprimidos”, disse o Santo Padre afirmando que Jesus, apesar de ter experimentado a rejeição, não se deixa “prender pela desilusão”: permanece “sereno, mesmo na tempestade”.
O Pontífice também explicou que Jesus nos convida a ser uma Igreja que contempla a ação de Deus e discerne o presente: “Igreja que não enfrenta os desafios e problemas de hoje com espírito divisor e conflituoso, mas, pelo contrário, levanta os olhos para Deus, que é comunhão, e, maravilhado e humilde, O bendiz e adora, reconhecendo-O como seu único Senhor”.
Centrar o olhar em Deus
Citando Bento XVI, o Papa Francisco especificou então que a “questão fundamental” a ser abordada pelo Sínodo deve ser “como podemos comunicar a realidade de Deus, que falou ao homem de hoje, para que se torne salvação?”. Mas, para isso, a Assembleia Sinodal não pode agir sozinha: deve partir de novo de Deus, centrando novamente o seu olhar nele, para então se tornar “uma Igreja que olha, com misericórdia, para a humanidade”, que assume o mesmo olhar de Jesus, olhar acolhedor para com os mais frágeis, os atribulados, os descartados.
Por fim, o Santo Padre convidou o Povo de Deus a seguir os passos de São Francisco, o Santo do dia. “Vai e repara a minha igreja” foi o mandato recebido de Jesus pelo Pobre de Assis: “o Sínodo serve para nos recordar isto: a nossa Mãe Igreja sempre precisa de purificação, de ser ‘reparada’, porque todos nós somos um Povo de pecadores perdoados”.
Concluindo a homilia, o Papa Francisco insistiu mais uma vez no protagonismo do Espírito Santo que “muitas vezes rompe as nossas expetativas para criar algo novo que supera as nossas previsões e as nossas negatividades”. “Abramo-nos a Ele e invoquemo-Lo (…). Caminhemos com Ele, com confiança e alegria”, concluiu.