A catedral do Sagrado Coração de Jesus, em Três Lagoas, MS, ficou lotada pelos familiares, amigos de infância e outros que foram se acrescentando durante a caminhada de formação de Danilo Guedes ao sacerdócio.
A missa, apesar de iniciar às 19h, teve a liturgia do sábado em que se celebrou a festa da Transfiguração do Senhor.
Na homilia, dom Edmílson Tadeu fez uma analogia entre a manifestação gloriosa de Jesus no monte Tabor com a vida sacerdotal. “Precisamos de tempos em tempos de um Tabor, desta montanha sagrada como parada estratégica para sentir e saborear a presença próxima e amorosa de Deus Pai que nos transforma, nos transfigura e deixa ressoar em nós sua instigante voz: ‘Este é o meu filho amado, o eleito’,” afirmou.
Ainda na homilia, o bispo celebrante destacou que a força da oração é o sustento para a missão de todo cristão. “A experiência dessa montanha nos arranca do caminho rotineiro e nos abre para um horizonte maior. Podemos reconhecer que a nós também nos foi dada a marca da transfiguração que é força e que nos move continuamente a não nos deixar determinar pela nossa autoimagem”, declarou o bispo.
Ao final, dom Edmílson deixou uma mensagem direta ao salesiano prestes a receber o segundo grau do sacramento da Ordem. “Danilo, a nossa identidade sacerdotal é edificada e renovada dia após dia no tempo transcorrido com Nosso Senhor. A relação com ele, continuamente alimentada na oração, tem como consequência imediata a necessidade de tornar partícipes dela tantos quantos nos circundam”.
Dom Edmílson também lembrou que o fundamento imprescindível de toda a vida sacerdotal permanece a Santa Mãe de Deus. “A relação com ela não pode limitar-se a uma prática devocional piedosa, mas deve ser alimentada pela entrega cotidiana nos braços da sempre Virgem, de toda a nossa vida, do nosso ministério na sua totalidade. Maria Santíssima reconduz-nos de novo também a nós como João aos pés da cruz de seu filho e nosso Senhor, para contemplar com ela o amor infinito de Deus”, aconselhou.
A cerimônia teve diversos momentos carregados de emoção pela importância litúrgica, beleza dos gestos e mistério religioso. Destacam-se a silenciosa imposição das mãos do bispo celebrante sobre o ordenando, seguido pela imposição das mãos de todos os sacerdotes presentes. Também a troca das vestes litúrgicas de diácono pela estola e casula sacerdotais, entregues pelos pais de Danilo e impostas pelos padres Augusto Kian e Elias Roberto, figuras de importância histórica na caminhada vocacional do neossacerdote. O momento mais forte, no entanto, foi após a unção das mãos quando o novo sacerdote foi apresentado com as mãos erguidas para todos os presentes.
Ao final da celebração, o vigário inspetorial, padre Elias Roberto, leu a Ata de Ordenação Presbiteral, assinada pelo bispo ordenante, dom Edmílson Tadeu, pelo agora padre Danilo Guedes, pelo inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso, padre Ricardo Carlos, e pelo vice inspetor, padre Elias.
Em seguida, o padre Ricardo Carlos agradeceu a presença de todos na celebração, lembrou da chegada do então aspirante Danilo ao Colégio Dom Bosco de Campo Grande e anunciou a primeira obediência do padre Danilo para o Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora em Cuiabá.
“O Coração fala ao coração”
Em seu agradecimento, Danilo lembrou que seu lema sacerdotal “Cor ad cor loquitur” – “O Coração fala ao coração” é uma frase de São Francisco de Sales, que também foi adotada por São João Newman, apologeta inglês que sintetizou a frase para caracterizar a dinâmica da vida sacerdotal.
Também contou um pouco da própria história e agradeceu, especialmente, aos salesianos falecidos que tiveram grande importância na sua caminhada vocacional no tempo em que trabalharam em Três Lagoas, os padres Ângelo Adolfo Sanches, José Crevacore e Sílvio Sartori.
Citou especialmente o mestre Armando Catrana que foi quem “acreditou da minha vocação, me acompanhou e me enviou ao aspirantado de Campo Grande”, recordou o padre Danilo.
O novo sacerdote saudou os amigos da Itália, com quem conviveu durante os estudos teológicos e também agradeceu a todos os presentes que apoiaram e contribuíram para a caminhada vocacional e para a cerimônia de ordenação. Encerrou com as palavras de São Pedro, apóstolo. “Por isso, não tenho nem ouro, nem prata, mas o que tenho vos dou”, prometendo rezar por todos nas suas primeiras missas.
O gesto final da celebração foi a consagração do sacerdócio à Mãe de Deus, depositando flores aos pés da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora.
A primeira missa do padre Danilo ocorreu na Sede da Paróquia São Francisco de Assis, em Três Lagoas.
Fonte: Euclides Fernandes e Gabriela Vilela