No início deste ano, o Papa Francisco, numa entrevista com os diretores das revistas culturais europeias dos jesuítas, falou a respeito do papel da comunicação e da missão que temos na Igreja de anunciar os valores do Evangelho por meio dos meios da comunicação social. Ele afirmou que as revistas devem comunicar “da forma mais encarnada possível, pessoalmente, sem perder a relação com a realidade e as pessoas, ‘face a face’”. Para o Papa, não se trata de comunicar apenas ideias. “Você tem que comunicar ideias que vêm da experiência. Isso para mim é muito importante”, ressalta ele.
Lendo essa entrevista percebemos que era exatamente esta a ideia de Dom Bosco ao criar o Boletim Salesiano: um meio para divulgar aquilo que acontece nas diversas realidades onde se desenvolve a missão salesiana. No presente Boletim Salesiano o leitor poderá verificar que não nos interessa apenas divulgar ideias, mas, como disse o Papa, “ideias que vêm da experiência”.
Por exemplo, no artigo do Reitor-Mor, ele fala de uma experiência que viveu recentemente em uma presença salesiana na Tailândia. Em dado momento, depois de narrar o que ele viu, o Reitor-Mor afirma: “Pensava eu: Bastaria isto para demonstrar o valor do belíssimo ideal do carisma de Dom Bosco, que ainda hoje, à distância de 165 anos, está sendo realizado”. E conclui: “Esta é outra daquelas coisas e notícias que existem, que se desenvolvem, que não fazem ruído, mas que tornam o mundo mais belo”.
Celebrando o IV centenário da morte de São Francisco de Sales, lembramos, neste Boletim, um dos traços característicos da sua figura: a doçura, a bondade, a amabilidade, a paciência. Ele chama a virtude da doçura de “flor da caridade”. A humildade é a maior de todas as virtudes para o salesiano, porque permite cumprir as responsabilidades da vida diária e adequar-se à vontade de Deus.
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Em seu artigo sobre a humildade, o padre Osmar Bezutte, baseado nas Memórias Biográficas de São João Bosco, trata desta “pequena virtude” da humildade. Em “Dom Bosco: muito além do seu tempo”, o padre Agnaldo Soares Lima nos mostra como olhar para os jovens pobres, a exemplo do nosso fundador, e, ao mesmo tempo, torná-los protagonistas da sua própria vida. No tema da Salesianidade, padre Ildelfonso Mesquita nos mostra a figura de Maria como “mulher de todos os tempos”. A liberdade também é um tema que sempre aparece nos escritos de São Francisco de Sales, e o padre João Mendonça trata do assunto no seu artigo “Liberdade de expressão na mistagogia”.
Neste ano eleitoral, a irmã Márcia Koffermann, em seu artigo “Educomunicação numa perspectiva democrática”, nos esclarece como, por meio da educação, podemos nos posicionar, promovendo itinerários de educação social e política. Como sempre, o Boletim Salesiano traz ainda algumas notícias com ações realizadas pela Família Salesiana de Dom Bosco no Brasil e no mundo. Elas nos mostram a realidade vivida em cada presença salesiana.
Como afirma o Papa, “a realidade é superior à ideia e, portanto, é necessário ter ideias e reflexões que surgem da realidade”. Fazendo isso, com certeza o Boletim Salesiano estará dando continuidade ao projeto previsto por Dom Bosco: ser o meio de união de toda a Família Salesiana.
