A capital da Serra Leoa é uma vez mais palco de uma tragédia de grandes proporções: um grande incêndio, que começou na noite de quarta-feira, 24 de março, no subúrbio de Susan Bay, próximo à baía de Freetown, e destruiu mais de 10 hectares de terreno que abrigava barracos e cabanas feitas de madeira e chapas de metal.
Mais de 500 casas foram reduzidas a cinzas e mais de cinco mil pessoas perderam tudo. Dessas, 600 são menores, meninos e meninas, beneficiários dos programas socioeducativos da obra salesiana Don Bosco Fambul. Os salesianos já anunciaram que suas portas estão abertas para acolher, ajudar e proteger, especialmente crianças, adolescentes e mães com filhos pequenos.
“Perdemos tudo. Saímos o mais rápido possível, assim que ouvimos os gritos: 'fogo, fogo!'. De repente estávamos na rua, sem comida e sem saber para onde ir, porque cuido da minha avó que é muito idosa”, conta Yaikain, uma das meninas hospedadas no Don Bosco Fambul e que, como outras centenas de crianças, precisa urgentemente de ajuda.
Em apenas quatro horas, por causa ainda desconhecida, o fogo tomou conta da madeira e do papelão que moldavam a maioria dessas casas humildes. Aparentemente não houve vítimas, mas há cerca de 80 feridos e mais de cinco desabrigados.
“Crianças, adolescentes e mães com bebês sabem que têm um lugar seguro para onde ir: o Don Bosco Fambul', diz o missionário salesiano espanhol, padre Jorge Crisafulli.
Os salesianos já agiram desta maneira em outras tragédias semelhantes, sempre abrindo suas portas e oferecendo toda a ajuda possível às populações mais necessitadas.
Agiram assim durante a epidemia do ebola em 2015, acolhendo menores órfãos; em dezembro de 2016, quando outro incêndio no subúrbio de Angola Town deixou centenas de pessoas desabrigadas; novamente em agosto de 2017, quando durante vários meses os pátios salesianos se tornaram a nova casa para dezenas de pessoas após um deslizamento de terra no morro Sugar Loaf (Pão de Açúcar), que causou mais de mil mortos e centenas de feridos e desabrigados.E, por fim, agiram assim também durante o confinamento para a pandemia da Covid-19, hospedando dezenas de crianças.
“Muitas crianças que havíamos resgatado das ruas e reintegrado em suas famílias moravam lá. Assim como muitos menores do programa antiviolência, que haviam sido salvas da prostituição, também sobreviviam amontoadas naquelas cabanas humildes. Mais de 600 meninos e meninas, que atendemos em nossos programas, perderam tudo no incêndio de Susan Bay, por isso precisamos urgentemente de ajuda para responder às suas necessidades básicas”, acrescenta o padre Crisafulli.
Os salesianos , que colaboram com o governo, o gabinete do prefeito e outras ONGs ativas em Freetown, são claros: “ajudaremos os que perderam tudo, fornecendo a eles abrigo, roupas, produtos de higiene, alimentos e remédios, por isso necessitaremos urgentemente de ajuda para estas centenas de menores”, conclui o missionário salesiano.
Fonte: Agência Info Salesiana