O Ano Litúrgico compreende dois ciclos fundamentais: o Ciclo Pascal, que é o mais importante; e o Ciclo de Natal. Cada um desses ciclos inclui um período de preparação, um período de celebração e um prolongamento.
Ciclo de Natal
Este ciclo celebra a vinda de Cristo e sua manifestação como Deus – a Epifania.
Podemos resumir seu significado em uma única expressão: “Das trevas à luz”. E, de fato, nesta época, o mundo cristão se enche de luz para lembrar a nova luz, sol nascente entre as trevas do pecado: Jesus, que veio para os que o esperavam e se manifestou para o mundo inteiro. Na verdade, o Natal é a festa mais popular na maioria das culturas do mundo ocidental. O grande problema é o consumismo exagerado ao seu redor.
Preparação: o Advento
O Advento (do latim adventos, que quer dizervinda, chegada) se desenvolve em quatro semanas. As duas primeiras semanas anunciam a segunda vinda de Cristo: quando ele virá no final dos tempos, para o julgamento solene da humanidade. As duas últimas semanas anunciam a primeira vinda: seu nascimento em Belém, anunciado pelos profetas, sobretudo Isaías e João Batista, o precursor de Cristo.
Figura importante neste período é Maria, grávida de Jesus, que nos prepara para o grande mistério do nascimento de Cristo. Como a mãe Maria esperando o filho nascer, assim também nós aguardamos ansiosamente Jesus nascer na comunidade, em cada um de nós, e se manifestar ao mundo!
O Advento é a espera da vinda de Cristo para cada um, o tempo que desperta em nós o desejo do Salvador. Temos a esperança de que “ele virá” trazendo um jeito diferente de ver o mundo, as pessoas, os acontecimentos. É também um tempo de conversão, de mudança de vida: não haverá alegria, esperança e festa sem retornar ao Senhor de todo o coração.
Celebração: o Natal
Em Belém surge o novo sol, a luz que ilumina a todos. É o Natal propriamente dito (do latim: Natale Solis invicti, que significa “Nascimento do Sol invicto”). A Igreja cristianizou a festa da Roma pagã ao deus Sol, no dia 25 de dezembro, celebrando Jesus Cristo como Overdadeiro Sol, A verdadeira Luz do mundo, que vence as trevas do pecado!
É a celebração do que o evangelista João nos relata: “A Palavra se fez homem e habitou entre nós” (1,14). O Deus invisível torna-se visível em um corpo humano, um bebê frágil como qualquer ser humano. O presépio, nascido com São Francisco de Assis no século XIII, é o símbolo por excelência desta festa.
A Novena de Natal, que é realizada em muitas comunidades, é uma ótima oportunidade para se preparar para essa festa, levando as pessoas a vivenciarem o seu verdadeiro sentido: Jesus nasce de novo a cada Natal, naqueles que aceitam sua mensagem do Reino e procuram viver o que Ele ensinou.
Prolongamento
Várias festas são celebradas depois do Natal, todas ligadas ao nascimento do Salvador. Uma é a Festa da Sagrada Família, em que Jesus é o centro: na pessoa dele, Deus e o homem estão unidos para sempre. Também há a solenidade da Mãe de Deus, no oitavo dia depois do Natal – o Evangelho lembra a circuncisão de Jesus, quando Ele recebeu seu nome.
Na Epifania do Senhor, a vinda dos reis magos simboliza o universalismo do Evangelho: todos os povos são chamados à salvação. E celebra-se ainda o Batismo do Senhor - festa que aponta para a missão de Jesus, ungido pelo Espírito, e faz lembrar o nosso batismo. Com esta festa, encerra-se o Ciclo de Natal.