Pensando em tudo isso, a Igreja no Brasil quer, todos os anos, dar uma resposta positiva realizando a Campanha da Fraternidade. Como diz o secretário-executivo das campanhas da CNBB, padre Patriky, precisamos trabalhar para “a superação das realidades onde as pessoas já não se reconhecem mais como irmãos”. Há necessidade de “despertar o compromisso com a construção de um mundo novo, alicerçado nos valores do Evangelho, contribuindo para a superação de toda forma de indiferença e exclusão, promovendo a vida e a dignidade das pessoas”.
Nossa Família Salesiana identifica-se muito bem com esses objetivos, pois a nossa missão está centrada na valorização da vida dos jovens pobres e das classes populares, às quais fomos enviados por Dom Bosco, que viveu intensamente a atitude do bom samaritano. No seu tempo, ele também teve o olhar atento para a realidade em que se encontravam tantos jovens, pobres e abandonados na cidade de Turim, na Itália. Não teve um olhar de indiferença, nem de medo diante dessa situação. Ele se envolveu totalmente e procurou dar uma resposta. Viu e sentiu compaixão pelos jovens. E dizia, visitando os cárceres e encontrando tantos jovens presos: se tivessem alguém que cuidasse deles, certamente não iriam parar nas prisões.
Neste Boletim Salesiano encontramos muito material para refletir sobre a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema: Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso, e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34). E entre os objetivos específicos da Campanha, queremos destacar o 11º, que diz o seguinte: “Despertar os jovens para o dom e a beleza da vida, motivando-lhes o engajamento em ações de cuidado mútuo, especialmente de outros jovens em situação de sofrimento e desesperança”. Notamos que é um objetivo bem salesiano.
É um desafio muito grande, pois, diante de uma sociedade impregnada de tantas situações de morte, temos a missão de despertar para o dom e a beleza da vida. Mas não só isso. É necessário agir como o bom samaritano e engajar-se em ações que visem melhorar e qualificar a vida de outros jovens em situação de sofrimento e de desespero.
Sentir compaixão é uma resposta que somos convidados a cultivar na nossa Família Salesiana, a exemplo de Dom Bosco e de todos os seus seguidores. Quem tem compaixão, ama. O Reitor-mor também nos convida a viver este tempo quaresmal amando, “mas amando de verdade”, reforça ele. Ele termina seu artigo nos animando a alistar-nos no “grande grupo de milhões de pessoas que acreditam na força do Amor, porque Deus é amor”. Assim seremos, hoje, bons samaritanos.