A celebração da Solenidade da Apresentação do Senhor, em 2 de fevereiro, marcou a chegada dos formandos a Campo Grande, MS. Agora completo, com pós-noviços nas três etapas da formação que antecede o tirocínio, o Curatorium do Instituto São Vicente se tornou a maior comunidade salesiana do Brasil, ao lado do Instituto Teológico Pio XI, na Lapa, em São Paulo, onde é feita a formação teológica dos salesianos.
Padre Ademir Lima, diretor do Instituto São Vicente, recebeu os neo-professos com as boas-vindas, motivando-os nesta nova etapa da formação. “O andamento da nossa casa é marcado pelo estudantado de Filosofia, mas agora temos os formandos que fazem outros cursos: um que faz Teologia e outro que faz mestrado em Educação. A gente tem estudo pela manhã, salesianidade à tarde, depois horários específicos para esporte, temos a língua italiana pelo Centro de Idiomas da UCDB, temos a dinâmica dos esportes, aquilo que é bem salesiano, temos também aula de músic, no sábado pela manhã, aula de teatro, boas maneiras e toda uma formação humana e salesiana, além daquela que é filosófica”, afirma o diretor da comunidade.
Quem acabou de chegar ao Curatorium é o Henrique, de 21 anos, que fez os primeiros votos religiosos na despedida do noviciado, em Barbacena, MG, há uma semana. O jovem não traça a expectativa para a nova fase da formação por uma convicção mais profunda. “Não digo expectativa, padre Ademir fala muito de perspectivas. As expectativas podem ser quebradas, elas são muito momentâneas. A perspectiva é muito mais diferenciada...”, afirma o jovem.
Instituto São Vicente
O Instituto São Vicente atualmente conta com a presença de formandos de quatro inspetorias do Brasil: São Luiz Gonzaga (Recife), São Domingos Sávio (Manaus), São João Bosco (Belo Horizonte) e Santo Afonso Maria de Ligório (Campo Grande). Além dos trinta e cinco formandos, há também quatro formadores, provenientes das inspetorias que integram o Curatorium. “As realidades das inspetorias contribuem para a questão do entrosamento, respeito e enriquecimento cultural...”, explica padre Ademir.
Diferenças contribuem
O contraste de culturas é percebido pelo Jordan Carvalho, de 22 anos, da Inspetoria de Manaus. Ele está no segundo ano de Filosofia e acredita que essas diferenças, assim como a distância da família e da inspetoria de origem, são desafios a serem superados como qualquer outro na caminhada. Também considera como experiências enriquecedoras. “A convivência com os irmãos de outras inspetorias ajuda a conviver e respeitar o outro, a cultura, o modo de viver, o modo que uma inspetoria trabalha, que é diferente da sua. Isso vai somando cada vez mais com a experiência que você carrega através da sua história”, analisa.
A opinião é compartilhada pelo Luiz Fernando, de 22 anos, que já está no último ano do Pós-Noviciado. Ele pertence à Inspetoria de e vê como positiva a experiência formativa no Curatorium, longe da sua origem. “É muito gratificante porque você conhece outros lugares. É claro que dá muita saudade dos familiares e das nossas terras natais. Porém, morar em outro lugar também é fazer a experiência do novo, é poder partilhar com outras pessoas de outras realidades e de tantos outros carismas também...”, esclarece o jovem salesiano.
Tempo obrigatório
A nova realidade vivida por esta fase da formação, em que pós-noviços já formados em Filosofia chegam ao Curatórium, não modifica o processo formativo adotado na casa. “Mesmo que você esteja fazendo mestrado, ou vem aqui fazer uma especialização porque já acabou a Filosofia, mesmo se o curso for de um ou dois anos, o formando tem que ficar três anos aqui, porque o estudo acadêmico é uma parte da formação do pós-noviciado, mas só uma parte. A outra parte é salesianidade e dimensão humana...”, explica o diretor do Instituto São Vicente.
Fonte: Euclides Fernandes com contribuição de Cleiton Bastos (pós-noviço)