Sínodo para a Amazônia: A voz dos jovens

Quarta, 23 Outubro 2019 15:09 Escrito por  Camila Santos
Sínodo para a Amazônia: A voz dos jovens Santuário São José Operário - Arquivo Boletim Salesiano
“... Rememos ligeiro, façamos puxirum. Com as canoas da paz e as cuias do amor, seguimos no chão da Amazônia acreditando nessa Igreja em saída, que tem cheiro do povo e da floresta, que se coloca em atitude de escuta, fazendo história e lutando pela vida das Juventudes...” (“O presente e o futuro do jovem amazônico” – Escuta das Juventudes da Amazônia, Manaus - 09/09/2018).  

Em setembro 2018, jovens de congregações religiosas, pastorais, comunidades indígenas e quilombolas e movimentos eclesiais e sociais participaram de um encontro, em Manaus, AM, com o intuito de estudar e refletir sobre o Sínodo para a Amazônia. Desse encontro, promovido pela Rede Eclesial Pan–Amazônica (REPAM – Brasil), nasceu a carta “Escuta das Juventudes da Amazônia”.

 

O documento foi assinado por mais de duas dezenas de entidades representativas dos jovens católicos da Amazônia, que pedem para que seja trilhado um novo caminho para a Igreja, onde os direitos das juventudes (indígenas, ribeirinhas, das grandes cidades e das zonas rurais) sejam preservados. Considerando que cerca de 26,5% da população da Amazônia é jovem (tem entre 15 e 29 anos), é grande a expectativa sobre quais respostas o Sínodo poderá oferecer aos jovens.

 

“Nossa expectativa enquanto movimento é que seja despertado o ardor missionário nos leigos adultos, jovens, religiosos e religiosas, para que as pessoas que vivem em comunidades de difícil acesso também possam sentir que a Igreja está presente em sua vida, provendo não somente a dignidade humana, mas também proporcionando a evangelização”, afirma Daysse Passos, coordenadora do Movimento Juventude Missionária Salesiana, da Inspetoria Laura Vicuña, das Filhas de Maria Auxiliadora.

 

Natural de Manicoré, no interior do Amazonas, Daysse atualmente está na capital amazonense e relata algumas atividades realizadas no estado. Ao longo do ano, a juventude salesiana pertencente ao âmbito da missão nas inspetorias Laura Vicuña, Santa Teresinha (também das FMA na região Norte do País) e São Domingos Sávio (dos Salesianos de Dom Bosco - SDB), em parceria com as Irmãs do Imaculado Coração de Maria, promoveu três formações ligadas à temática do Sínodo: “Anunciando vida na Amazônia”, “Os desafios e os encantos de ser missionário na Amazônia” e a terceira aprofundando o próprio Documento de Trabalho do Sínodo. Além disso, como explica Daysse, foram realizadas duas missões rurais e duas ações missionárias urbanas. “Em nossas rodas de conversa (catequese), no intervalo do oratório festivo, também debatemos os temas que a Igreja propõe”, completa.

 

Leia também
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A importância do Sínodo: Evangelizar promovendo a vida

 

A jovem Karina Monteiro, que há 10 anos participa da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) de Belém, PA, também tem grande expectativa no Sínodo, por considerar que ele traz a perspectiva de melhorias para a vida dos jovens. “Esperamos que a assembleia possa sensibilizar a população e os nossos governantes para, tendo a Igreja como parceira nessa empreitada, combater os males que nos cercam, como a violência e a prostituição, e para que surjam políticas públicas direcionadas à preservação das referências culturais dos povos indígenas etc.”.

 

Em sintonia com o Sínodo, cada grupo da AJS de Belém realizou - primeiro em sua igreja local e depois durante uma jornada formativa - uma oficina geral, apresentando o Sínodo e o tema “Juventude Amazônia”, aprofundando o papel do jovem nessa evangelização sinodal.

 

Dessas reflexões sobre o papel e o lugar dos jovens da Amazônia, Karina traz a esperança de um futuro melhor e com mais oportunidades. “Nossa vida, como jovens, é fundamentada em uma expectativa de futuro, das escolhas que nos levarão para um ‘lugar melhor’: estabilidade financeira, profissão, família, o serviço pastoral. Em contrapartida, a caminhada na Igreja não é diferente, com a convocação do Papa Francisco para o Sínodo, com um olhar de quem se preocupa com o povo da Amazônia nos sentimos fortes para lutar por voz, vez e lugar”, afirma a jovem.

 

Para Karina, o mais importante é buscar “um equilíbrio para evitar a destruição da nossa cultura, da nossa fauna e flora e da nossa gente”. Em acordo com o chamado feito pelo Papa Francisco a toda a Igreja, para que se volte para a Amazônia em busca de salvaguardar a Criação, a jovem resume: “Saber como viver a ecologia integral, que é dom de Deus, é o mais desafiador, e como jovens queremos vencer este desafio”.

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Última modificação em Quarta, 23 Outubro 2019 15:32

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Sínodo para a Amazônia: A voz dos jovens

Quarta, 23 Outubro 2019 15:09 Escrito por  Camila Santos
Sínodo para a Amazônia: A voz dos jovens Santuário São José Operário - Arquivo Boletim Salesiano
“... Rememos ligeiro, façamos puxirum. Com as canoas da paz e as cuias do amor, seguimos no chão da Amazônia acreditando nessa Igreja em saída, que tem cheiro do povo e da floresta, que se coloca em atitude de escuta, fazendo história e lutando pela vida das Juventudes...” (“O presente e o futuro do jovem amazônico” – Escuta das Juventudes da Amazônia, Manaus - 09/09/2018).  

Em setembro 2018, jovens de congregações religiosas, pastorais, comunidades indígenas e quilombolas e movimentos eclesiais e sociais participaram de um encontro, em Manaus, AM, com o intuito de estudar e refletir sobre o Sínodo para a Amazônia. Desse encontro, promovido pela Rede Eclesial Pan–Amazônica (REPAM – Brasil), nasceu a carta “Escuta das Juventudes da Amazônia”.

 

O documento foi assinado por mais de duas dezenas de entidades representativas dos jovens católicos da Amazônia, que pedem para que seja trilhado um novo caminho para a Igreja, onde os direitos das juventudes (indígenas, ribeirinhas, das grandes cidades e das zonas rurais) sejam preservados. Considerando que cerca de 26,5% da população da Amazônia é jovem (tem entre 15 e 29 anos), é grande a expectativa sobre quais respostas o Sínodo poderá oferecer aos jovens.

 

“Nossa expectativa enquanto movimento é que seja despertado o ardor missionário nos leigos adultos, jovens, religiosos e religiosas, para que as pessoas que vivem em comunidades de difícil acesso também possam sentir que a Igreja está presente em sua vida, provendo não somente a dignidade humana, mas também proporcionando a evangelização”, afirma Daysse Passos, coordenadora do Movimento Juventude Missionária Salesiana, da Inspetoria Laura Vicuña, das Filhas de Maria Auxiliadora.

 

Natural de Manicoré, no interior do Amazonas, Daysse atualmente está na capital amazonense e relata algumas atividades realizadas no estado. Ao longo do ano, a juventude salesiana pertencente ao âmbito da missão nas inspetorias Laura Vicuña, Santa Teresinha (também das FMA na região Norte do País) e São Domingos Sávio (dos Salesianos de Dom Bosco - SDB), em parceria com as Irmãs do Imaculado Coração de Maria, promoveu três formações ligadas à temática do Sínodo: “Anunciando vida na Amazônia”, “Os desafios e os encantos de ser missionário na Amazônia” e a terceira aprofundando o próprio Documento de Trabalho do Sínodo. Além disso, como explica Daysse, foram realizadas duas missões rurais e duas ações missionárias urbanas. “Em nossas rodas de conversa (catequese), no intervalo do oratório festivo, também debatemos os temas que a Igreja propõe”, completa.

 

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Em sintonia com o Sínodo, cada grupo da AJS de Belém realizou - primeiro em sua igreja local e depois durante uma jornada formativa - uma oficina geral, apresentando o Sínodo e o tema “Juventude Amazônia”, aprofundando o papel do jovem nessa evangelização sinodal.

 

Dessas reflexões sobre o papel e o lugar dos jovens da Amazônia, Karina traz a esperança de um futuro melhor e com mais oportunidades. “Nossa vida, como jovens, é fundamentada em uma expectativa de futuro, das escolhas que nos levarão para um ‘lugar melhor’: estabilidade financeira, profissão, família, o serviço pastoral. Em contrapartida, a caminhada na Igreja não é diferente, com a convocação do Papa Francisco para o Sínodo, com um olhar de quem se preocupa com o povo da Amazônia nos sentimos fortes para lutar por voz, vez e lugar”, afirma a jovem.

 

Para Karina, o mais importante é buscar “um equilíbrio para evitar a destruição da nossa cultura, da nossa fauna e flora e da nossa gente”. Em acordo com o chamado feito pelo Papa Francisco a toda a Igreja, para que se volte para a Amazônia em busca de salvaguardar a Criação, a jovem resume: “Saber como viver a ecologia integral, que é dom de Deus, é o mais desafiador, e como jovens queremos vencer este desafio”.

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