“Sou um sacerdote católico e Salesiano de Dom Bosco – declarou à Asianews – que trabalha com os jovens e os marginalizados. Foi-me dada a oportunidade de servir a missão no Iêmen. Deus tem uma missão para cada um de nós. O meu agradecimento sincero é para todos aqueles que rezaram por mim – hinduístas, cristãos e muçulmanos – e àqueles que amam a humanidade”.
Abraham Mathai, presidente da Harmony Foundation - a organização que desde 2007 confere o reconhecimento em memória da Santa de Calcutá - afirmou que “Padre Tom foi premiado pelo seu exemplo inspirador de humanidade compassiva e por ter continuado a trabalhar na casa para idosos das Missionárias da Caridade no Iêmen, não obstante tivesse tido a oportunidade de deixar o país. Nós louvamos a dedicação e o empenho do Padre Tom, pelo seu trabalho em um local de grande perigo, onde os seus colegas foram assassinados a sangue frio”.
Padre Tom foi sequestrado em 4 de março de 2016 na casa para idosos das Irmãs de Madre Teresa em Aden. No ataque de prováveis jihadistas da Al Qaeda, foram assassinadas quatro religiosas e outras doze pessoas.
Segundo o sacerdote, “as guerras não são a solução. Nós fomos criados à imagem de Deus e podemos ver o Senhor em nosso próximo, e ser como irmãos e irmãs”. Interpelado sobre aquela “noite escura da alma”, ou seja, o período que passou no cativeiro, o salesiano não teve dúvidas em responder: “Não sei se era escura... mas para mim, certamente, sempre foi luminosa”.
Não obstante o período de dificuldades, sofrimentos e incertezas passado nas mãos dos sequestradores, Padre Tom demonstra calma e serenidade. Tira fotos com os presentes e dá um sorriso a todos que dele se aproximam: “Agradeço ao Senhor por tudo”, conclui.
No dia 13 de setembro, um dia após a sua libertação, o sacerdote foi recebido pelo Papa Francisco na Casa Santa Marta, no Vaticano. “Rezei pelo senhor todos os dias, ofereci meus sofrimentos pela sua missão e pelo bem da Igreja”, disse o salesiano ao Papa, ajoelhando-se diante dele e sendo imediatamente ajudado a levantar-se por Francisco, que o abraçou e disse que continuará rezando por ele, como fez durante o seu cativeiro.