“Quarta-feira, 20, entre as 15h e as 16h, a igreja estava aberta. Eu estava a serviço na loja de artigos religiosos próxima à igreja, mas me afastei para acompanhar alguns peregrinos. Provavelmente, foi então que alguns delinquentes entraram”, conta um dos salesianos da comunidade de Beit Jemal, contatado pela Agência Salesiana de Informação (ANS).
Os danos são grandes: “a estátua de Nossa Senhora foi reduzida a migalhas, a Cruz foi arrancada, até um confessionário foi revirado, com os paramentos sacros, os candelabros... O dano maior foi nos vitrais, que representam a vida de Jesus, nos quais se vê que os assaltantes se obstinaram em atingir os rostos dos personagens”, continua.
Por isso, dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, vigário-patriarcal para Jerusalém e Palestina, lamentou profundamente não só pelo dano econômico, mas sobretudo pela “mensagem fanática contida neste ataque”; e hoje, sexta-feira, 22 de setembro, também chegou a condenação da Assembleia dos ordinários católicos da Terra Santa, que lamentou que “tais atos criminosos se tenham repetido muitas vezes nos anos recentes, enquanto ao mesmo tempo não vemos nem segurança, nem tratamento educativo da parte das autoridades do Estado contra este perigoso fenômeno”.
Enquanto a polícia israelense anunciou ter aberto uma sindicância sobre o fato, sinais encorajadores para a comunidade cristã local vêm também das pessoas que moram próximas ao complexo. “Desde ontem estamos recebendo visitas dos nossos vizinhos judeus – afirma o Salesiano entrevistado –. Vêm para trazer solidariedade, apoiar-nos e alguns já se manifestaram dispostos a contribuir do ponto de vista econômico para a reconstrução”.
O complexo de Beit Jemal compreende um mosteiro e um cemitério, que já fora profanado em janeiro de 2016; o complexo localiza-se a cerca de 27 km a oeste de Jerusalém e nas proximidades de Bet Shemesh. A pouca distância do complexo encontra-se, também, o local no qual se acredita ter sido sepultado o primeiro mártir cristão.
Fonte: Info ANS