A nossa primeira vocação é a santidade

Segunda, 13 Outubro 2014 15:19 Escrito por  Jefferson Castro
A nossa primeira vocação é a santidade santidadefs.blogspot
No meio juvenil cristão um tema é muito recorrente, a santidade. Com a crescente divulgação de santos e beatos, tais como: Domingos Sávio, Laura Vicuña, Chiara Luce, Alberto Marveli, Carlo Acutis, entre tantos outros, a juventude percebe que é possível alcançar tal estado de graça. Contudo, o que ainda muito se questiona no meio deles é como chegar a esse estilo de vida.

Desde o princípio dos tempos, nosso Criador nos fez para assemelharmo-nos a Ele em tudo, inclusive no estado de santidade. “Sede santos como vosso Pai que está no céu é santo”. No entanto, com a desobediência de nossos primeiros pais, nos afastamos desse projeto de amor, que foi elaborado para cada um de nós. Em uma atitude de total benevolência, Ele recuperava a nossa dignidade de seus filhos por meio de seu único Filho. Com isso, continua a nos apelar a retornarmos à nossa real natureza, a santidade.


Os santos no antigo testamento

Em toda a história da salvação, Deus suscitou seu Espírito em muitos homens e mulheres, tais como: Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, Ester, Judite, dentre muitos outros que, dóceis à Vontade do Senhor, lutaram contra as suas tendências ao pecado, a fim de se assemelharem ao máximo com seu Criador. Quando os israelitas consideravam um homem ou uma mulher com a dignidade de santos, chamavam-nos de justo, que era a forma de designar o estado de graça da sua vida, ao que, em outras palavras, era santo.

Os patriarcas, como assim também são conhecidos, foram pessoas firmes em seu chamado e confiantes em Deus. Foram pessoas que se entregaram incondicionalmente ao Senhor, sem medir esforços para atender à sua vocação. Pessoas que na fé deram grandes lições, a ponto de até sacrificar o próprio filho, se assim fosse a vontade Deus, de abandonar as suas terras onde estavam estabelecidas para ir até uma que desconheciam, capazes de enfrentar reis e poderosos a fim de profetizar, denunciar e anunciar, em nome de Deus. Pessoas que, ao seu modo, interpretaram a vontade de Deus e viveram de maneira real a sua vocação.
 

A santidade no modelo de vida de Cristo
 

Fechando o ciclo dos patriarcas e profetas, Deus envia para a terra o seu filho único, aquele que iria novamente estabelecer a relação de amizade que outrora tínhamos com Deus no Éden. Na sua passagem na terra, Jesus revelou a plenitude do ser humano, veio nos mostrar como deveríamos ser na visão criadora de Deus. Como um novo Adão, Cristo veio nos ensinar como poderemos atingir a plenitude da graça à qual fomos destinados. Veio nos tirar do cativeiro da morte e nos levar à luz da eterna graça. Imitando o mestre, muitos O seguiram e tentaram trilhar o caminho de perfeição proposto por Ele, vivendo heroicamente as virtudes teologais da fé, esperança e caridade.

Na Idade Média, se idealizou que a única forma de ser santo era sendo religiosos ou eclesiásticos, pois poderiam viver plenamente os ensinamentos de Cristo, como os seus discípulos assim o fizeram, mas com os avanços e com o esclarecimento do paráclito, aquele que o Senhor enviou no Pentecostes, a Igreja afirmou que todo cristão é primeiramente chamado a viver a santidade.

 

Santidade juvenil e salesiana

Ao propor um programa de vida onde facilitasse o acesso dos jovens ao mundo que até então era dedicado exclusivamente aos grandes místicos e religiosos, Dom Bosco foi um grande mestre, e praticamente criou uma escola de santos jovens que, vivendo plenamente o seu batismo, encontraram o sentido de suas vidas no primado do Absoluto, que é Deus em primeiro lugar. O pai dos jovens ensinava para seus meninos que a santidade consistia na alegria, e a alegria salesiana é a satisfação do dever bem cumprido. É tornar o ordinário extraordinário, é, como dizia Mazzarello, fazer da vida um ato de amor a Deus. É reestabelecer a relação de amizade, de amor com Deus. E isso fez e faz muitos jovens, adolescentes e crianças que, buscando viver somente para Deus, se tornam realmente pequenos como nos pede Jesus no Evangelho. É ser totalmente desapegado de tudo e simplesmente confiar em Deus. E nisso, podemos traduzir na célebre frase de Santa Terezinha do Menino Jesus: “perceber que nossa vida é um brevíssimo segundo e que para amar a Deus não tenho nada mais que hoje.” É como nos diz nosso Santo papa João Paulo II: “ser santos de calça jeans.” É ser vida profética e anunciadora da Boa Nova em meio ao Povo de Deus.

 

Jefferson Castro, pré-noviço da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil residindo atualmente na Colônia Salesiana, Jaboatão dos Guararapes-PE

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Última modificação em Segunda, 13 Outubro 2014 16:49

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A nossa primeira vocação é a santidade

Segunda, 13 Outubro 2014 15:19 Escrito por  Jefferson Castro
A nossa primeira vocação é a santidade santidadefs.blogspot
No meio juvenil cristão um tema é muito recorrente, a santidade. Com a crescente divulgação de santos e beatos, tais como: Domingos Sávio, Laura Vicuña, Chiara Luce, Alberto Marveli, Carlo Acutis, entre tantos outros, a juventude percebe que é possível alcançar tal estado de graça. Contudo, o que ainda muito se questiona no meio deles é como chegar a esse estilo de vida.

Desde o princípio dos tempos, nosso Criador nos fez para assemelharmo-nos a Ele em tudo, inclusive no estado de santidade. “Sede santos como vosso Pai que está no céu é santo”. No entanto, com a desobediência de nossos primeiros pais, nos afastamos desse projeto de amor, que foi elaborado para cada um de nós. Em uma atitude de total benevolência, Ele recuperava a nossa dignidade de seus filhos por meio de seu único Filho. Com isso, continua a nos apelar a retornarmos à nossa real natureza, a santidade.


Os santos no antigo testamento

Em toda a história da salvação, Deus suscitou seu Espírito em muitos homens e mulheres, tais como: Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, Ester, Judite, dentre muitos outros que, dóceis à Vontade do Senhor, lutaram contra as suas tendências ao pecado, a fim de se assemelharem ao máximo com seu Criador. Quando os israelitas consideravam um homem ou uma mulher com a dignidade de santos, chamavam-nos de justo, que era a forma de designar o estado de graça da sua vida, ao que, em outras palavras, era santo.

Os patriarcas, como assim também são conhecidos, foram pessoas firmes em seu chamado e confiantes em Deus. Foram pessoas que se entregaram incondicionalmente ao Senhor, sem medir esforços para atender à sua vocação. Pessoas que na fé deram grandes lições, a ponto de até sacrificar o próprio filho, se assim fosse a vontade Deus, de abandonar as suas terras onde estavam estabelecidas para ir até uma que desconheciam, capazes de enfrentar reis e poderosos a fim de profetizar, denunciar e anunciar, em nome de Deus. Pessoas que, ao seu modo, interpretaram a vontade de Deus e viveram de maneira real a sua vocação.
 

A santidade no modelo de vida de Cristo
 

Fechando o ciclo dos patriarcas e profetas, Deus envia para a terra o seu filho único, aquele que iria novamente estabelecer a relação de amizade que outrora tínhamos com Deus no Éden. Na sua passagem na terra, Jesus revelou a plenitude do ser humano, veio nos mostrar como deveríamos ser na visão criadora de Deus. Como um novo Adão, Cristo veio nos ensinar como poderemos atingir a plenitude da graça à qual fomos destinados. Veio nos tirar do cativeiro da morte e nos levar à luz da eterna graça. Imitando o mestre, muitos O seguiram e tentaram trilhar o caminho de perfeição proposto por Ele, vivendo heroicamente as virtudes teologais da fé, esperança e caridade.

Na Idade Média, se idealizou que a única forma de ser santo era sendo religiosos ou eclesiásticos, pois poderiam viver plenamente os ensinamentos de Cristo, como os seus discípulos assim o fizeram, mas com os avanços e com o esclarecimento do paráclito, aquele que o Senhor enviou no Pentecostes, a Igreja afirmou que todo cristão é primeiramente chamado a viver a santidade.

 

Santidade juvenil e salesiana

Ao propor um programa de vida onde facilitasse o acesso dos jovens ao mundo que até então era dedicado exclusivamente aos grandes místicos e religiosos, Dom Bosco foi um grande mestre, e praticamente criou uma escola de santos jovens que, vivendo plenamente o seu batismo, encontraram o sentido de suas vidas no primado do Absoluto, que é Deus em primeiro lugar. O pai dos jovens ensinava para seus meninos que a santidade consistia na alegria, e a alegria salesiana é a satisfação do dever bem cumprido. É tornar o ordinário extraordinário, é, como dizia Mazzarello, fazer da vida um ato de amor a Deus. É reestabelecer a relação de amizade, de amor com Deus. E isso fez e faz muitos jovens, adolescentes e crianças que, buscando viver somente para Deus, se tornam realmente pequenos como nos pede Jesus no Evangelho. É ser totalmente desapegado de tudo e simplesmente confiar em Deus. E nisso, podemos traduzir na célebre frase de Santa Terezinha do Menino Jesus: “perceber que nossa vida é um brevíssimo segundo e que para amar a Deus não tenho nada mais que hoje.” É como nos diz nosso Santo papa João Paulo II: “ser santos de calça jeans.” É ser vida profética e anunciadora da Boa Nova em meio ao Povo de Deus.

 

Jefferson Castro, pré-noviço da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil residindo atualmente na Colônia Salesiana, Jaboatão dos Guararapes-PE

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