Quando ele chegou a Itaquera, os senhores da droga que ali imperavam lhe apontaram um revólver no peito. Muitos outros antes dele receberam as mesmas ameaças de morte e deixaram o lugar. Mas o padre Rosalvino não cedeu: “Disse-lhes que me deixassem trabalhar, porque faria com que os seus filhos tivessem um futuro”. Ao que responderam: “Nós não mudaremos porque somos traficantes. Entretanto o senhor poderá ajudar os nossos irmãos e os nossos filhos”. Foi nesses termos que lhe fizeram compreender que o teriam deixado trabalhar em paz.
Desde então o salesiano, juntamente com os seus colaboradores, comandou a construção de laboratórios de formação profissional que a Inspetoria Salesiana planejara implantar, criou escolas de capoeira e ginástica rítmica, uma banda musical e um moderno centro de projetação gráfica. São cerca de 20 cursos e programas em favor dos jovens e do povo de Itaquera, sem contar a Paróquia, elo de toda a população.
Agora os filhos dos senhores da droga são grandes atletas, atores, musicistas, padeiros ou mecânicos; enquanto o Centro Dom Bosco de Itaquera é um exemplo de como se pode transformar o mundo por meio da educação.
O conjunto implantado dá assistência, entre outros, a jovens ex-detentos em liberdade condicional e os prepara a reinserir-se na sociedade: um psicólogo, um advogado e um assistente social acompanham esse processo, que exige pelo menos sete meses de tempo, durante os quais os jovens ex-detentos convivem com os outros alunos da escola, entre os quais se encontram também meninos carentes e muitos jovens que, para frequentar as aulas, fazem cotidianamente até um percurso de 20 quilômetros.
O sucesso da proposta salesiana salta aos olhos desde que se transpõe o portão de acesso do Centro. Centenas de jovens, de diferentes idades saúdam o visitante, espalhados entre o refeitório, que prepara 7000 refeições por dia, e as várias aulas de informática, salão de beleza, oficinas de sapataria, eletrônica, corte e costura, educação física e musical, que parece nunca mais terminar.
Portanto, há um motivo se o governo do país pediu o auxílio ao salesiano para contrastar a criminalidade, a fome e os problemas de dispersão escolar na cidade, e se a Prefeitura de São Paulo assinou um convênio no valor de R$ 90.000,00 para manter as oficinas com as quais o Centro Salesiano ajuda a viver, a dar esperança e objetivos a mais de 12.000 jovens, que de outra forma teriam ido, muito provavelmente, parar nos braços da droga, do cárcere e da morte prematura.
InfoANS - com informações do site da Prefeitura de São Paulo