Memórias Biográficas: Dom Bosco lê nas consciências

Quinta, 26 Janeiro 2023 21:23 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
Conforme o vol. X das Memórias Biográficas em italiano, p. 41 e seguintes.  

Padre Luís Nai, estando no Chile em 1872, deu esse testemunho ao padre Júlio Barberis: “Numa noite, provavelmente nos exercícios espirituais, Dom Bosco confessava no presbitério atrás do altar-mor. Eu fui um dos últimos a me confessar. Terminada a Confissão, Dom Bosco disse-me estas palavras textuais: ‘Neste momento eu vejo todo o seu futuro! Vejo um urso e um leão que avançam sobre você, símbolo das provações às quais você será exposto: lutas em termos de moralidade e de calúnia. Mas também vejo a sua boa vontade. Fique tranquilo, e vá em frente!’”.

 

Sobre isso comenta o padre Luís: “Recordo que na minha alma então senti uma alegria paradisíaca. Eu poderia afirmar com juramento que tudo o que Dom Bosco me disse se verificou”.

 

Quando jovem afirmou depois com juramento que de fato teve que se haver com essas provações, mas que as superou e que se viu livre delas. Quanto à calúnia, um colega ameaçou acusá-lo junto a Dom Bosco a respeito de coisas que não eram verdadeiras, e de fato executou a sua ameaça. Ele ficou sabendo e se apresentou para se defender. O Santo não permitiu que ele falasse e disse: “Bom homem! Então você não conhece Dom Bosco? Não tenha medo! Eu conheço você”.

 

Outra vez lhe disse depois da confissão: “Você quer fazer um contrato com Dom Bosco?”. “Que contrato?”, questionou. “Pense nisso. Eu lhe direi depois”.

 

O jovem esperou ansiosamente oito dias para voltar a se confessar e conhecer a explicação do segredo. Apresentou-se e como primeira coisa perguntou a Dom Bosco: “Qual é o contrato?”. “Vá conversar com o padre Rua”, disse-lhe Dom Bosco.

 

Sempre mais curioso, foi falar com o padre Rua dizendo-lhe: “Dom Bosco mandou-me falar com o senhor”. “Por que?”. “Por causa de um contrato que ele quer fazer comigo”. “Ah! Sim. Venha amanhã participar da conferência que se faz na igreja pequena”. 

 

Era a conferência dos Salesianos. Ele foi e começou a entender. Sendo já Salesiano, sacerdote e prefeito em San Benigno Canavese, um dia perguntou a Dom Bosco: “Qual foi o motivo especial que, quando eu era ainda estudante, levou o senhor a dizer-me que queria fazer um contrato comigo?”.

 

“Veja, quando eu confessava, via pequenas chamas de fogo se soltarem das velas acesas no altar de Maria Auxiliadora e, depois de dar várias voltas, pousar sobre a cabeça de algum menino. E uma dessas chamas pousou sobre sua cabeça”, contou Dom Bosco. Essas pequenas chamas eram para ele um sinal evidente da vocação dos jovens à Pia Sociedade. E isto lhe aconteceu muitas vezes, como nos confidenciou em 1885.

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

 

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Memórias Biográficas: Dom Bosco lê nas consciências

Quinta, 26 Janeiro 2023 21:23 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
Conforme o vol. X das Memórias Biográficas em italiano, p. 41 e seguintes.  

Padre Luís Nai, estando no Chile em 1872, deu esse testemunho ao padre Júlio Barberis: “Numa noite, provavelmente nos exercícios espirituais, Dom Bosco confessava no presbitério atrás do altar-mor. Eu fui um dos últimos a me confessar. Terminada a Confissão, Dom Bosco disse-me estas palavras textuais: ‘Neste momento eu vejo todo o seu futuro! Vejo um urso e um leão que avançam sobre você, símbolo das provações às quais você será exposto: lutas em termos de moralidade e de calúnia. Mas também vejo a sua boa vontade. Fique tranquilo, e vá em frente!’”.

 

Sobre isso comenta o padre Luís: “Recordo que na minha alma então senti uma alegria paradisíaca. Eu poderia afirmar com juramento que tudo o que Dom Bosco me disse se verificou”.

 

Quando jovem afirmou depois com juramento que de fato teve que se haver com essas provações, mas que as superou e que se viu livre delas. Quanto à calúnia, um colega ameaçou acusá-lo junto a Dom Bosco a respeito de coisas que não eram verdadeiras, e de fato executou a sua ameaça. Ele ficou sabendo e se apresentou para se defender. O Santo não permitiu que ele falasse e disse: “Bom homem! Então você não conhece Dom Bosco? Não tenha medo! Eu conheço você”.

 

Outra vez lhe disse depois da confissão: “Você quer fazer um contrato com Dom Bosco?”. “Que contrato?”, questionou. “Pense nisso. Eu lhe direi depois”.

 

O jovem esperou ansiosamente oito dias para voltar a se confessar e conhecer a explicação do segredo. Apresentou-se e como primeira coisa perguntou a Dom Bosco: “Qual é o contrato?”. “Vá conversar com o padre Rua”, disse-lhe Dom Bosco.

 

Sempre mais curioso, foi falar com o padre Rua dizendo-lhe: “Dom Bosco mandou-me falar com o senhor”. “Por que?”. “Por causa de um contrato que ele quer fazer comigo”. “Ah! Sim. Venha amanhã participar da conferência que se faz na igreja pequena”. 

 

Era a conferência dos Salesianos. Ele foi e começou a entender. Sendo já Salesiano, sacerdote e prefeito em San Benigno Canavese, um dia perguntou a Dom Bosco: “Qual foi o motivo especial que, quando eu era ainda estudante, levou o senhor a dizer-me que queria fazer um contrato comigo?”.

 

“Veja, quando eu confessava, via pequenas chamas de fogo se soltarem das velas acesas no altar de Maria Auxiliadora e, depois de dar várias voltas, pousar sobre a cabeça de algum menino. E uma dessas chamas pousou sobre sua cabeça”, contou Dom Bosco. Essas pequenas chamas eram para ele um sinal evidente da vocação dos jovens à Pia Sociedade. E isto lhe aconteceu muitas vezes, como nos confidenciou em 1885.

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

 

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