Padre Albera: Uma foto… uma história

Segunda, 15 Fevereiro 2021 23:52 Escrito por  Pe. Manuel Pérez, SDB
Padre Albera: Uma foto… uma história Francisco Serra - Casa Geral Salesiana
O diretor do Centro Salesiano de Formação Permanente América (CSFPA), de Quito, Equador preparou uma série de seis artigos sobre a vida de padre Paulo Albera, segundo sucessor de Dom Bosco, cujo centenário de morte é celebrado este ano. Neste artigo, conheça os primeiros anos de formação de padre Albera e seu encontro com Dom Bosco.      

Só João Cagliero poderia tê-lo conseguido: uma foto com Dom Bosco! Sabia como ganhá-lo... em 1861, temiam por aquele padre que, com 46 anos, estava com a saúde frágil. Ele pensou e fez: de joelhos, suplicou a Dom Bosco que aceitasse e arrancou dele o “sim”. O próprio Dom Bosco organizou a foto: jovens e salesianos ao seu redor, que estaria confessando. A quem? A Paulo Albera: “Paulinho, se ajoelhe e apoie sua testa na minha, assim não nos movemos”.

 

Tudo começou em None

A cerca de 24 quilômetros de Turim, viviam, em None, Margarita dell’Acqua e João Batista Albera, com seus sete filhos. Paulo, o caçula, nasceu em 6 de junho de 1845. A fé vivida em cada dia culminava com o rosário em família. Foi nesse ambiente que cresceu e logo começou a ajudar o pároco, padre Mateo Abrate, com a missa.

 

Em 1858, quando Paulo tinha 13 anos, padre Abrate, que já conhecia Dom Bosco desde o início de seu oratório na igreja de São Francisco de Assis, o apresentou sem preâmbulos: “Receba-o no oratório”. O seminarista Miguel Rúa, braço direito de Dom Bosco já aos 21 anos, após conversar com Paulo opinou: “Pode recebe-lo tranquilamente...”.

 

O oratório respirava o ambiente de entusiasmo juvenil de santidade deixado por Domingos Sávio ao morrer, em 9 de março de 1857. O mesmo ambiente que Miguel Magone encontrou ao chegar ali, em 17 de outubro. Magone foi amigo de Paulo e companheiro de residência.

 

Um salto adiante

Em tempos de leis anticlericais, após o estatuto Albertino de 1844, o papa Pio IX perguntou a Dom Bosco o que aconteceria com seus jovens quando ele faltasse... Dom Bosco deu sua melhor resposta: em 18 de dezembro de 1859, nasceu a Congregação Salesiana. Eram 18, incluindo ele próprio.

 

Em 3 de maio de 1861, Dom Bosco explica um de seus sonhos: “Alguns jovens levavam na mão uma luz, e Paulo tocava o violão, significando que mostrará o caminho aos sacerdotes e seu valor para irem adiante em sua missão...”. Foi em 14 de maio de 1862, com 17 anos, que Paulo Albera deu seu sim como salesiano, junto com outros 22 companheiros; era um jovem tranquilo, sorridente e estudioso.

 

Outro Valdocco

O novíssimo Colégio-Seminário menor em Mirabello, a uns 100 quilômetros de Turim, aberto em 20 de outubro de 1863, tinha como objetivo ficar distante de complicações oficiais com inspeções acadêmicas. Foi aprovado por Monsenhor Di Calabiana em tempos de desprestígio da Igreja e de escassez de vocações. Para garanti-lo, que opção melhor do que uma boa equipe organizada por Dom Bosco? Eram Miguel Rua, diretor com 26 anos de idade e dois como sacerdote; sua mãe, Joana Maria; cinco seminaristas salesianos – entre os quais Paulo, com 18 anos – e quatro jovens oratorianos.

 

Este foi o ambiente em que Paulo Albera amadureceu sua vocação: compartilhando com os jovens as brincadeiras, demonstrando-lhes plena confiança e ganhando-os de mil maneiras, criando um ambiente de alegria serena e familiar, fundindo corações e vigilância carinhosa, vida de piedade e profunda fidelidade ao dever cotidiano. Cada vez que Dom Bosco os visitava, era a alegria da presença do Pai que os amava!

 

Foram cinco anos de trabalho salesiano, ao mesmo tempo estudando Filosofia e Teologia no Seminário de Casale Monferrato, a 14 quilômetros de Mirabello. As novas leis de educação exigiam títulos, por isso simultaneamente, em outubro de 1864, recebeu o título de mestre de cursos superiores. Neste mesmo ano, se integrou à comunidade outro jovem salesiano: Luís Lasagna.

 

“Frade ou não, fico com Dom Bosco”

A afirmação de Cagliero, o jovem que conseguiu o sim de Dom Bosco para a foto, havia ficado ressoando no grupo daqueles primeiros salesianos... Alguns companheiros de estudo, seu pároco e até monsenhor Riccardi di Netro, arcebispo de Turim, perguntaram ao Paulo por que com Dom Bosco... “É que, se sou sacerdote, devo isso a ele...”. Sem mais palavras.

 

Em 2 de agosto de 1868, Paulo é ordenado sacerdote em Casale, perto de Mirabello, por monsenhor Ferré. No dia anterior, foi encontrar com Dom Bosco e pediu-lhe um conselho: “Quando tenha a alegria de dizer a primeira missa, peça a Nosso Senhor a graça de nunca perder a coragem”. Com o tempo, Paulo Albera comentaria: “Só muito depois compreendi o alcance de suas palavras”.

 

Padre Manuel Pérez, SDB, é diretor do Centro Salesiano de Formação Permanente América (CSFPA), de Quito, Equador.

 

Clique AQUI para assistir ao vídeo sobre a vida de padre Paulo Albera, segundo sucessor de Dom Bosco.

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Última modificação em Segunda, 15 Fevereiro 2021 23:55

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Padre Albera: Uma foto… uma história

Segunda, 15 Fevereiro 2021 23:52 Escrito por  Pe. Manuel Pérez, SDB
Padre Albera: Uma foto… uma história Francisco Serra - Casa Geral Salesiana
O diretor do Centro Salesiano de Formação Permanente América (CSFPA), de Quito, Equador preparou uma série de seis artigos sobre a vida de padre Paulo Albera, segundo sucessor de Dom Bosco, cujo centenário de morte é celebrado este ano. Neste artigo, conheça os primeiros anos de formação de padre Albera e seu encontro com Dom Bosco.      

Só João Cagliero poderia tê-lo conseguido: uma foto com Dom Bosco! Sabia como ganhá-lo... em 1861, temiam por aquele padre que, com 46 anos, estava com a saúde frágil. Ele pensou e fez: de joelhos, suplicou a Dom Bosco que aceitasse e arrancou dele o “sim”. O próprio Dom Bosco organizou a foto: jovens e salesianos ao seu redor, que estaria confessando. A quem? A Paulo Albera: “Paulinho, se ajoelhe e apoie sua testa na minha, assim não nos movemos”.

 

Tudo começou em None

A cerca de 24 quilômetros de Turim, viviam, em None, Margarita dell’Acqua e João Batista Albera, com seus sete filhos. Paulo, o caçula, nasceu em 6 de junho de 1845. A fé vivida em cada dia culminava com o rosário em família. Foi nesse ambiente que cresceu e logo começou a ajudar o pároco, padre Mateo Abrate, com a missa.

 

Em 1858, quando Paulo tinha 13 anos, padre Abrate, que já conhecia Dom Bosco desde o início de seu oratório na igreja de São Francisco de Assis, o apresentou sem preâmbulos: “Receba-o no oratório”. O seminarista Miguel Rúa, braço direito de Dom Bosco já aos 21 anos, após conversar com Paulo opinou: “Pode recebe-lo tranquilamente...”.

 

O oratório respirava o ambiente de entusiasmo juvenil de santidade deixado por Domingos Sávio ao morrer, em 9 de março de 1857. O mesmo ambiente que Miguel Magone encontrou ao chegar ali, em 17 de outubro. Magone foi amigo de Paulo e companheiro de residência.

 

Um salto adiante

Em tempos de leis anticlericais, após o estatuto Albertino de 1844, o papa Pio IX perguntou a Dom Bosco o que aconteceria com seus jovens quando ele faltasse... Dom Bosco deu sua melhor resposta: em 18 de dezembro de 1859, nasceu a Congregação Salesiana. Eram 18, incluindo ele próprio.

 

Em 3 de maio de 1861, Dom Bosco explica um de seus sonhos: “Alguns jovens levavam na mão uma luz, e Paulo tocava o violão, significando que mostrará o caminho aos sacerdotes e seu valor para irem adiante em sua missão...”. Foi em 14 de maio de 1862, com 17 anos, que Paulo Albera deu seu sim como salesiano, junto com outros 22 companheiros; era um jovem tranquilo, sorridente e estudioso.

 

Outro Valdocco

O novíssimo Colégio-Seminário menor em Mirabello, a uns 100 quilômetros de Turim, aberto em 20 de outubro de 1863, tinha como objetivo ficar distante de complicações oficiais com inspeções acadêmicas. Foi aprovado por Monsenhor Di Calabiana em tempos de desprestígio da Igreja e de escassez de vocações. Para garanti-lo, que opção melhor do que uma boa equipe organizada por Dom Bosco? Eram Miguel Rua, diretor com 26 anos de idade e dois como sacerdote; sua mãe, Joana Maria; cinco seminaristas salesianos – entre os quais Paulo, com 18 anos – e quatro jovens oratorianos.

 

Este foi o ambiente em que Paulo Albera amadureceu sua vocação: compartilhando com os jovens as brincadeiras, demonstrando-lhes plena confiança e ganhando-os de mil maneiras, criando um ambiente de alegria serena e familiar, fundindo corações e vigilância carinhosa, vida de piedade e profunda fidelidade ao dever cotidiano. Cada vez que Dom Bosco os visitava, era a alegria da presença do Pai que os amava!

 

Foram cinco anos de trabalho salesiano, ao mesmo tempo estudando Filosofia e Teologia no Seminário de Casale Monferrato, a 14 quilômetros de Mirabello. As novas leis de educação exigiam títulos, por isso simultaneamente, em outubro de 1864, recebeu o título de mestre de cursos superiores. Neste mesmo ano, se integrou à comunidade outro jovem salesiano: Luís Lasagna.

 

“Frade ou não, fico com Dom Bosco”

A afirmação de Cagliero, o jovem que conseguiu o sim de Dom Bosco para a foto, havia ficado ressoando no grupo daqueles primeiros salesianos... Alguns companheiros de estudo, seu pároco e até monsenhor Riccardi di Netro, arcebispo de Turim, perguntaram ao Paulo por que com Dom Bosco... “É que, se sou sacerdote, devo isso a ele...”. Sem mais palavras.

 

Em 2 de agosto de 1868, Paulo é ordenado sacerdote em Casale, perto de Mirabello, por monsenhor Ferré. No dia anterior, foi encontrar com Dom Bosco e pediu-lhe um conselho: “Quando tenha a alegria de dizer a primeira missa, peça a Nosso Senhor a graça de nunca perder a coragem”. Com o tempo, Paulo Albera comentaria: “Só muito depois compreendi o alcance de suas palavras”.

 

Padre Manuel Pérez, SDB, é diretor do Centro Salesiano de Formação Permanente América (CSFPA), de Quito, Equador.

 

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