Durante o mês de janeiro é muito comum no Brasil que vários espaços privados oferecam ‘Colônias de Férias’. Mas, e quem não pode pagar? Ou até poderia, mas busca uma opção no seu bairro, próximo à sua casa, com outras crianças da própria vizinhança?
Percebendo esta oportunidade de evangelização, a Pastoral Juvenil da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil (BRE) vem, desde 2005, mobilizando espaços e voluntários para este tipo de atividade em várias cidades do nordeste, com as chamadas “Colônias de Férias Salesianas". Anualmente, é elaborada uma cartilha , com roteiro para de 7 a 10 encontros, com sugestões de subtemas para cada dia, reflexões, teatro e orações. Este ano, o tema geral desenvolvido foi “Aprendendo a ser feliz”, em que a cada dia se refletiu sobre valores humanos e cristãos. A Estreia do Reitor-Mor e a Campanha da Fraternidade costumam ajudar na escolha da temática do subsídio e são trabalhadas na preparação dos animadores.
A proposta proporciona a centenas de crianças e adolescentes, principalmente de baixa renda, a oportunidade de vivenciar, durante o recesso escolar, atividades de caráter cultural, de lazer e claramente pastoral. Como coloca o salesiano Carlos Alberto, atualmente no tirocínio na presença salesiana de Fortaleza, CE: “O projeto é totalmente inspirado no exemplo do nosso pai e mestre Dom Bosco, que pensou nossa espiritualidade de modo dinâmico, alegre. É uma missão árdua, mas é muito gratificante”. E acrescenta: “Para cada localidade, a colônia é o primeiro evento pastoral do ano, que abre as portas para os outros eventos e para o trabalho pastoral, em especial a catequese. Muitas das crianças, adolescentes e jovens que participam depois se engajam em grupos, entram para o oratório e especialmente depois procuram a catequese”.
Todos os anos, uma média de 30 localidades desenvolvem o projeto, atendendo milhares de crianças e adolescentes e mobilizando cerca de 1.000 animadores voluntários. É o momento em que muitos jovens desenvolvem o espírto voluntário e mais comprometimento com suas comunidades locais. Aqui, incluem-se todos os formandos salesianos do pós-noviciado da inspetoria, além de aspirantes e pré-noviços. É uma oportunidade para muitos deles de conhecer uma nova presença salesiana. O pós-noviço Antônio Neto, por exemplo, trabalhou na Colônia de Férias da Paróquia salesiana em João Pessoa, PB, e afirmou com muita alegria, que, além de ver sua vocação e forças “renovadas” diante do entusiasmo dos jovens da localidade em organizar as atividades, ganhou novo amigos, em especial o pré-noviço Marcio José, que foi destinado à mesma localidade e com o qual ele até então não tinha convivido.
Em 2013 as Colônias de Férias tiveram uma queda quantitativa, especialmente porque muitas comunidades diocesanas (e algumas salesianas) que realizavam o projeto (afinal ele é aberto a quem quiser desenvolvê-lo), não puderam fazê-lo este ano por falta de apoio de escolas municipais e prefeituras devido a mudança de gestão ou por causa da Jornada Mundial da Juventude, que ocupou mais espaço nos planejamentos e no tempo dos animadores. Por outro lado, lugares como Salvador, BA, que nunca tinham conseguido organizar a Colônia de Férias, este ano desenvolveram a experiência com 30 crianças e adolescentes de 12 a 14 anos. Outras atingiram números surpreendentes, como a presença salesiana em Carpina, PE, que contabilizou 40 animadores e 250 crianças inscritas e participantes das atividades, a de João Pessoa, PB, que chegou a 400, e Juazeiro do Norte, CE, que reuniu 300 crianças em apenas duas das três das localidades que organizam a atividade dentro da cidade do sertão cearence.