São muitas as razões pelas quais Pavoni pode ser considerado um precursor. Muito antes das intuições e experiências de um Dom Bosco ou de um padre Murialdo, ele vê no fenômeno da marginalização juvenil um dos grandes dramas que caracterizam a idade de passagem entre o ‘ancien regime’ e a sociedade industrializada; e compreende que o caminho do resgate só pode passar por meio da educação integral da pessoa; e se a educação religiosa continua sendo o objetivo fundamental, Pavoni vê na atividade profissional o terreno mais idôneo para uma formação que se refira a todos os aspectos da pessoa humana.
Pavoni não foi um pedagogo; realizou, no entanto, um autêntico método educativo que se caracteriza pelo acento na prevenção. São diversas hoje as congregações modernas que o consideram um ponto de referência.
A centralidade da fé cristã, o amor para com cada pessoa, a importância do trabalho como instrumento de promoção humana e social, a firmeza dos princípios dentro de uma organização (que, entretanto, é de tipo familiar), a atenção ao relacionamento pessoal, o recurso à argumentação de preferência à imposição, eis os componentes de um projeto que visa dotar os jovens dos instrumentos indispensáveis que lhes garantam uma personalidade equilibrada e um papel social reconhecido, antes que o impacto com a realidade social os empurre inexoravelmente à marginalização.
No Decreto de 5 de junho de 1947, emanado por Pio XII, Pavoni foi definido “um outro Filipe Néri, precursor de São João Bosco, êmulo perfeito de São José Cottolengo”: um reconhecimento autorizado que, com a canonização, recebeu a confirmação mais cabal. Cabal e solene!