"É muito bom ver o Rio de Janeiro como um povo acolhedor, onde as religiões se entendem", disse o cardeal Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, ao lado de Carlos Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016.
Padre Leandro Lenin, coordenador do centro inter-religioso do Rio 2016, apresentou a planta do local na Vila Olímpica onde haverá uma sala para cada religião: cristianismo, judaísmo, budismo, hinduísmo e islamismo (esta última com uma sala extra para mulheres).
Haverá um espaço misto de aconselhamento; e o segundo piso será um ambiente de convivência. Uma "cartilha do capelão" foi entregue aos presentes para explicar aspectos básicos do centro.
"O atleta precisa ter com quem se alegrar na hora da vitória, mas também precisa do ombro amigo na hora que perceber que alguma coisa não foi bem. E igualmente precisam de um espaço para a prática de sua fé", disse o padre Leandro Lenin. "O centro não é apenas um ponto de apoio. É também um ponto de encontro, de assistência e auxílio."
Acolhida
A Arquidiocese do Rio de Janeiro convidou representantes de outras religiões para apoiar o projeto Meu Lugar no Rio – plataforma colaborativa que permite que moradores da cidade-sede dos Jogos recebam voluntários em sua casa.
A plataforma é uma iniciativa inspirada na experiência adotada para receber os voluntários da Jornada Mundial da Juventude em 2013.
"Como os Jogos Olímpicos são um evento laico e esportivo, é interessante que diversas religiões abram as portas de suas casas também para os voluntários", disse o cardeal Tempesta.
Entre os presentes, estavam o rabino Elia Haber, o monge budista Jyun Sho Yoshikawa, o teólogo muçulmano Jihad Hammadeh e Raga Bhumi Devi Dasi, pioneira do movimento Hare Krishna no Brasil. "Esperamos conseguir prover este balanço entre o físico e o espiritual. É muito importante para o atleta trabalhar isso", comentou Haber, que será capelão na Vila Olímpica, aberta a partir de 24 de julho para atletas e representantes dos comitês Olímpicos.