O encontro de Gabriela com o trampolim aconteceu no projeto Prata da Casa, da Prefeitura de Macaé, do qual ela participou durante dois anos. Na equipe GIRO, pretende, assim como alguns de seus colegas, integrar a Seleção Brasileira. Nessa ginástica, os atletas são avaliados pela dificuldade, execução e tempo de voo em cada série. O esporte estreou como modalidade olímpica em Sydney 2000, disputado individualmente por homens e mulheres, com saltos que podem chegar a oito metros de altura e será uma das atrações dos Jogos Olímpicos Rio-2016.
Além dos campeonatos que serão disputados nos próximos meses – em junho, o Estadual, em Piraí, RJ, e em julho, o Campeonato Brasileiro, em local a definir - Gabriela e toda a equipe se preparam para a classificatória na tentativa de representar o Brasil na Gymnastrada, o maior evento de ginástica não competitiva do mundo, no qual vários países se encontram a cada quatro anos para apresentações e troca de informações sobre os trabalhos desenvolvidos em seus países. A próxima edição será realizada na Áustria em 2019.
Paixão pelos esportes
Atualmente cursando o 9º ano, Gabriela entrou para o INSG/Castelo ainda na Educação Infantil, com 2 anos de idade. Durante esse tempo, sempre desfrutou do pátio e do esporte, que têm lugar privilegiado na filosofia salesiana, considerados espaços favoráveis à socialização, à ampla formação e ao protagonismo. E nesse ambiente viu desenvolver sua paixão pelas atividades esportivas.
Nos JIC (Jogos Internos do Castelo), a estudante foi destaque em 2013 no futsal, além de ter sido convocada para treinar handebol com a equipe, na qual permanece até hoje. No ano seguinte, além de aceitar esse convite, começou também a treinar vôlei. No ano passado, participou de competições importantes como os Jogos Mazzarello e os Jogos da ANEC, nos quais as equipes do INSG/Castelo se destacaram em várias categorias. Também no ano passado, a escola venceu o Hand Liga Escolar. Neste ano de 2016, a equipe segue vencendo as partidas da mesma Liga.
“Sempre gostei muito das aulas de Educação Física e em todo esse tempo que estudo aqui, procurei participar dos eventos esportivos, nas equipes de futsal, handebol e vôlei. O nosso técnico, Victor Soares, é um grande incentivador e sempre empenhado em participar das competições, mesmo as que são fora da cidade”, conta Gabriela.
Referências
Hoje a jovem divide sua rotina de estudos no INSG/Castelo com o trampolim e também com o balé – que pratica desde os 3 anos. “Estou dividindo o tempo entre os estudos e os treinos, para não prejudicar nenhuma das atividades”, afirma a atleta. Em todos esses esportes a jovem tem algumas referências: no handebol, admira as atletas Duda Amorim e Jéssica Quintino; no vôlei, admira e “ama” o Bruno Resende; e na ginástica, seus ícones são Flávia Saraiva e Arthur Zanetti.
Outras grandes referências, mais próximas, são mencionadas pela jovem atleta, com gratidão. “Sou grata à minha escola, que me apoia nas competições; ao meu ex-técnico do Projeto Prata da Casa, ‘tio Duda’, que até hoje me orienta para melhoria da minha performance; ao meu técnico de handebol, Victor Soares, que me incentiva e cobra qualidade no meu desempenho; ao meu técnico na GIRO, Matheus Coelho, que vem me preparando para os campeonatos; e aos meus pais, que me acompanham desde a busca por apoiadores e patrocinadores até os treinos e as competições”, afirma Gabriela.
Para o futuro, ela também sonha com um salto ainda mais desafiador: “Quero chegar à Seleção Brasileira. Este é o meu maior sonho: representar o Brasil”, conclui.
Incentivo da família
Para a mãe de Gabriela, Heloisa Loureiro, incentivar a prática do esporte é um investimento na formação integral dos filhos. Para traduzir isso, ela lembra de uma mensagem de um autor desconhecido:
“Não pago para meu filho ter aulas de esportes, mas por razões diversas: por aqueles momentos quando meu menino está tão cansado e ele sente que quer desistir, mas não desiste; pela oportunidade de fazer amizades duradouras; de ter incríveis instrutores, que irão lhe ensinar que esse esporte não é apenas sobre a circulação, mas sobre a vida; pago para minha criança poder aprender a ser mais disciplinada; para aprender a cuidar do corpo dele; para aprender a trabalhar com os outros e ser um orgulho, solidário, gentil e um respeitoso membro da equipe; para minha criança aprender a lidar com a decepção, quando não joga ou não ganha um jogo que esperava, ou caiu durante um movimento, embora tenha praticado mil vezes, mas ainda assim se levanta e está determinado a fazer melhor da próxima vez; para aprender a fazer e alcançar objetivos; para meu filho aprender que demora horas de trabalho árduo e prática para criar um campeão, e que o sucesso não acontece da noite para o dia; para que possa estar no campo em vez de ficar na frente de uma tela; pago as oportunidades que o esporte proporciona para desenvolver atributos que servirão para o bem de toda a sua vida e lhe darão a oportunidade de abençoar a vida de outros, respeitando todos os espaços; porque acho que é um grande investimento e é isso que posso deixar para meus filhos e para sociedade”.