Segundo o presidente da Comissão para a Juventude, da CNBB, dom Vilsom Basso, este encontro é diferente dos anteriores. Agora, a discussão se dá em torno da execução do planejamento feito nos encontros de 2013 e 2014. O projeto que norteará os jovens é o Rota300, o qual conduzirá a evangelização da juventude até 2017.
O primeiro dia foi marcado pela formação dos assessores. O começo se deu com a missa celebrada no Santuário de Aparecida, que também foi dedicada à semana vocacional na basílica. Na homilia, dom Vilsom destacou que “ser padre é ser sacerdote, saciar os dons do céu, alimentar a graça de Deus, satisfazer a fome e ser o alimento espiritual. Quem alimenta a vocação de ser padre possui uma generosidade tal que é capaz de renunciar a sua própria vontade para seguir os desígnios de Deus revelados por Jesus, com disponibilidade para servir. Para isso, é necessário ter intimidade com o Senhor”.
E, na quinta-feira, foi dada atenção especial aos assessores, como destaca dom Vilsom, pela primeira vez à frente de um grande encontro como presidente da Comissão para a Juventude. “O primeiro dia é de formação, da pessoa, da alma do assessor e na linha da espiritualidade, pensando naquele que trabalha com a juventude. Com essa formação, queremos que possam desempenhar ainda melhor o trabalho deles por todo o país, com alegria, coragem e profecia”, ressalta o bispo.
“Fenomenologia” para formação pessoal
A primeira palestra do dia foi ministrada pela irmã Adair Sberga, coordenadora do curso de Pastoral Juvenil no Unisal, em São Paulo. Ela orientou sua fala na psicologia de Edith Stein, santa que se converteu ao catolicismo por meio da ciência. Duas perguntas fundamentais foram tratadas pela religiosa: como se constitui a formação da pessoa? Como formar jovens e a si próprio?
De acordo com ela, para que haja sucesso na formação, é necessário o estudo da antropologia, além da psicologia – a fenomenologia à qual Edith Stein se dedicou. Consiste em um método para estudar e entender o ser humano: Primeiro, busca-se compreender a ideia do fenômeno que se mostra, a essência, o sentido do que se trabalha. Para isso, deve-se tirar preconceito e concepções que já existem, como explicou a religiosa. Depois, segundo o método, o sujeito deve se dispor a conhecer o fenômeno que se mostra. Segundo a irmã Adair, para a formação, deve-se chegar à alma dos jovens.
Leitura Orante da Palavra de Deus
Em seguida, irmã Teca conduziu a Lectio Divina, a leitura orante da Bíblia. Ela abordou a saudação de Isabel a Maria, contextualizando as palavras do Evangelho com a história e a cultura da época. Alguns participantes partilharam suas percepções da leitura do Evangelho e também suas reflexões sobre o tema.
Em seguida, houve testemunho de Daniel Saavedra, do Peru, sobre o projeto “Espalhando Esperança”, uma parceria da comissão com a Fazenda da Esperança, que promove o voluntariado de jovens. As atividades do primeiro dia se encerraram com uma adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pelo bispo da Comissão para a Juventude, dom Nelson.
Expectativa
Para padre Luiz Henrique, coordenador do Setor Juventude da diocese de Petrópolis, RJ, o esperado está sendo correspondido no primeiro dia de encontro. Segundo ele, “é daqui que sai toda a força para colocar em prática os projetos”. Davi Oliveira, articulador da juventude de Penedo, AL, aprovou a formação dos assessores, para além do planejamento. Na opinião dele, “agora sim, pode-se tratar do tema importante que é o Rota300 e pensar na organização da juventude no Brasil. Primeiro se preparou e agora vamos à luta, para o trabalho de verdade.”
Já Kátia Braga, de Caxias, MA, acredita que o maior mérito do encontro é promover o encontro entre assessores de todo o país, para “estreitar laços e fortalecer ainda mais o trabalho”.
O encontro segue até o próximo dia 22.
Felipe Rodrigues, de Aparecida SP