Pe. Rodolfo Komórek: um salesiano que veio para servir

Quinta, 07 Mai 2015 13:47 Escrito por 
O Venerável Padre Rodolfo Komórek, polonês que viveu no Brasil, dedicou-se de maneira exemplar aos pobres e aos doentes.

Uma Igreja a serviço dos pobres; dos mais necessitados. É o que nos pede o Papa Francisco, e o que endossa e reforça a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Mas o que significa, em profundidade, “estar a serviço”? Quais são os exemplos que temos de doação ao próximo, em que possamos nos espelhar?

Um dos principais testemunhos desta qualidade do “servir” pode ser encontrado no elenco de santidade da Família Salesiana: o Venerável Pe. Rodolfo Komórek, polonês que viveu a maior parte de sua vida no Brasil. Foi em nosso país, especialmente na cidade de São José dos Campos, SP, que Pe. Rodolfo, o “Padre Santo”, como era conhecido , superou a fragilidade de sua própria saúde para confortar os doentes e os pobres.

 

Missionário

Rodolfo Komórek nasceu na Silésia (hoje Polônia), em 11 de outubro de 1890. Em 2015, completaria, portanto, 125 anos. Tornou-se padre em junho de 1913. Pouco menos de um ano depois, foi nomeado capelão militar e foi nessa condição que viveu a Primeira Guerra Mundial, dispensando aos feridos e doentes o conforto espiritual. Ao sentir os horrores da guerra, padre Rodolfo amadureceu sua vocação religiosa. Isso mesmo: ele só se tornou salesiano aos 32 anos.

A entrada na Congregação Salesiana foi em 1922, ainda na Polônia. Em 27 de novembro de 1924, padre Rodolfo Komórek chegou ao Brasil, onde exerceu com plenitude sua missão. No país, ele trabalhou no Rio de Janeiro e em Niterói, RJ; nas comunidades polonesas de Dom Feliciano, RS, e Luís Alves, SC; no seminário de Lavrinhas, SP; e finalmente na residência salesiana de São José dos Campos, SP, onde se recolheu em 1941. Embora tenha deixado sua marca em todos os locais por onde passou, como pessoa profundamente dedicada a ajudar o próximo, foi em São José que essa característica tornou-se mais evidente.

 

Estender a mão

“O grande amor do Pe. Rodolfo para com Deus não podia deixar de manifestar-se como um grande amor para com o próximo. Foi sempre heroicamente disponível. Não somente em momentos de fervor e consolação, mas nas horas difíceis da doença e das incompreensões”, afirmava o padre Fausto Santa Catarina, que conviveu com ele em São José dos Campos e foi seu biógrafo.

No início do século XX, quando ainda eram muito fortes todos os tipos de preconceitos – racial, social, de gênero, Pe. Rodolfo se fazia próximo e amigo de todos, independentemente de sua condição social ou hierárquica. Pe. Fausto oferece em seus livros muitos exemplos dessa solicitude: “Repetia uma velhinha do Asilo Sto. Antônio: ‘Sou negra, velha, cega. E ele me tratava como um pai. Era meu pai’ (...). A caridade do Pe. Rodolfo pareceu especializar-se no setor que mais falava ao coração de Cristo: os doentes, os pobres”.

 

Assistência aos doentes

Na época, São José dos Campos, por seu clima, concentrava muitas pessoas que iam se tratar de tuberculose. O próprio Pe. Rodolfo foi encaminhado à casa salesiana local por indicação médica: deveria ficar em repouso absoluto para tentar superar a doença. Entretanto, Pe. Rodolfo não mudou seu jeito de ser. Mesmo muito fragilizado pela tuberculose, encontrava forças para visitar todos os doentes que podia, levando a eles a Palavra de Deus, o auxílio material mais urgente ou a simples presença solidária.

Em um dos muitos testemunhos sobre ele, um médico de São José afirma: “A última vez que vi o Pe. Rodolfo foi algumas semanas antes de sua morte. Encontrei-o na rua. Seu estado de fraqueza era tal que parecia arrastar-se, ofegante, apoiado a uma bengala. E estava assistindo os doentes. Até o extremo limite das suas forças físicas”.

Pe. Rodolfo Komórek faleceu em 11 de dezembro de 1949. Foi sepultado no dia seguinte, e seus funerais paralisaram a cidade. “Caía uma chuva torrencial que depois se fez fina e persistente. Não obstante, verdadeira multidão participou do enterro. O comércio cerrou as portas. Os alto-falantes ampliavam pelas ruas a voz da rádio local, que transmitia palavras comovidas de adeus, repetindo: ‘Morreu o padre santo’... Uma apoteose totalmente espontânea”, relatou o Pe. Fausto Santa Catarina.

Até hoje, em São José dos Campos, Pe. Rodolfo Komórek é lembrado e celebrado todo dia 11, na Paróquia Sagrada Família, onde há um museu e relicário em sua homenagem, onde se conservam seus restos mortais. Muitos devotos vão ao local em busca de uma graça, especialmente a cura de doenças, e já há registro de 12 mil graças atribuídas à intercessão de padre Rodolfo Komórek.

Saiba mais sobre Pe. Rodolfo Komórek no site:

http://www.sagradafamiliaonline.org.br/

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Sexta, 08 Mai 2015 13:11

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Pe. Rodolfo Komórek: um salesiano que veio para servir

Quinta, 07 Mai 2015 13:47 Escrito por 
O Venerável Padre Rodolfo Komórek, polonês que viveu no Brasil, dedicou-se de maneira exemplar aos pobres e aos doentes.

Uma Igreja a serviço dos pobres; dos mais necessitados. É o que nos pede o Papa Francisco, e o que endossa e reforça a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Mas o que significa, em profundidade, “estar a serviço”? Quais são os exemplos que temos de doação ao próximo, em que possamos nos espelhar?

Um dos principais testemunhos desta qualidade do “servir” pode ser encontrado no elenco de santidade da Família Salesiana: o Venerável Pe. Rodolfo Komórek, polonês que viveu a maior parte de sua vida no Brasil. Foi em nosso país, especialmente na cidade de São José dos Campos, SP, que Pe. Rodolfo, o “Padre Santo”, como era conhecido , superou a fragilidade de sua própria saúde para confortar os doentes e os pobres.

 

Missionário

Rodolfo Komórek nasceu na Silésia (hoje Polônia), em 11 de outubro de 1890. Em 2015, completaria, portanto, 125 anos. Tornou-se padre em junho de 1913. Pouco menos de um ano depois, foi nomeado capelão militar e foi nessa condição que viveu a Primeira Guerra Mundial, dispensando aos feridos e doentes o conforto espiritual. Ao sentir os horrores da guerra, padre Rodolfo amadureceu sua vocação religiosa. Isso mesmo: ele só se tornou salesiano aos 32 anos.

A entrada na Congregação Salesiana foi em 1922, ainda na Polônia. Em 27 de novembro de 1924, padre Rodolfo Komórek chegou ao Brasil, onde exerceu com plenitude sua missão. No país, ele trabalhou no Rio de Janeiro e em Niterói, RJ; nas comunidades polonesas de Dom Feliciano, RS, e Luís Alves, SC; no seminário de Lavrinhas, SP; e finalmente na residência salesiana de São José dos Campos, SP, onde se recolheu em 1941. Embora tenha deixado sua marca em todos os locais por onde passou, como pessoa profundamente dedicada a ajudar o próximo, foi em São José que essa característica tornou-se mais evidente.

 

Estender a mão

“O grande amor do Pe. Rodolfo para com Deus não podia deixar de manifestar-se como um grande amor para com o próximo. Foi sempre heroicamente disponível. Não somente em momentos de fervor e consolação, mas nas horas difíceis da doença e das incompreensões”, afirmava o padre Fausto Santa Catarina, que conviveu com ele em São José dos Campos e foi seu biógrafo.

No início do século XX, quando ainda eram muito fortes todos os tipos de preconceitos – racial, social, de gênero, Pe. Rodolfo se fazia próximo e amigo de todos, independentemente de sua condição social ou hierárquica. Pe. Fausto oferece em seus livros muitos exemplos dessa solicitude: “Repetia uma velhinha do Asilo Sto. Antônio: ‘Sou negra, velha, cega. E ele me tratava como um pai. Era meu pai’ (...). A caridade do Pe. Rodolfo pareceu especializar-se no setor que mais falava ao coração de Cristo: os doentes, os pobres”.

 

Assistência aos doentes

Na época, São José dos Campos, por seu clima, concentrava muitas pessoas que iam se tratar de tuberculose. O próprio Pe. Rodolfo foi encaminhado à casa salesiana local por indicação médica: deveria ficar em repouso absoluto para tentar superar a doença. Entretanto, Pe. Rodolfo não mudou seu jeito de ser. Mesmo muito fragilizado pela tuberculose, encontrava forças para visitar todos os doentes que podia, levando a eles a Palavra de Deus, o auxílio material mais urgente ou a simples presença solidária.

Em um dos muitos testemunhos sobre ele, um médico de São José afirma: “A última vez que vi o Pe. Rodolfo foi algumas semanas antes de sua morte. Encontrei-o na rua. Seu estado de fraqueza era tal que parecia arrastar-se, ofegante, apoiado a uma bengala. E estava assistindo os doentes. Até o extremo limite das suas forças físicas”.

Pe. Rodolfo Komórek faleceu em 11 de dezembro de 1949. Foi sepultado no dia seguinte, e seus funerais paralisaram a cidade. “Caía uma chuva torrencial que depois se fez fina e persistente. Não obstante, verdadeira multidão participou do enterro. O comércio cerrou as portas. Os alto-falantes ampliavam pelas ruas a voz da rádio local, que transmitia palavras comovidas de adeus, repetindo: ‘Morreu o padre santo’... Uma apoteose totalmente espontânea”, relatou o Pe. Fausto Santa Catarina.

Até hoje, em São José dos Campos, Pe. Rodolfo Komórek é lembrado e celebrado todo dia 11, na Paróquia Sagrada Família, onde há um museu e relicário em sua homenagem, onde se conservam seus restos mortais. Muitos devotos vão ao local em busca de uma graça, especialmente a cura de doenças, e já há registro de 12 mil graças atribuídas à intercessão de padre Rodolfo Komórek.

Saiba mais sobre Pe. Rodolfo Komórek no site:

http://www.sagradafamiliaonline.org.br/

Avalie este item
(0 votos)
Última modificação em Sexta, 08 Mai 2015 13:11

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.