“O nosso trabalho é junto aos empobrecidos, então estamos na Pastoral da Juventude, na Educação de Jovens e Adultos, na animação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), na visita às famílias levando a Palavra de Deus. Estamos onde o povo está, e sempre ligadas à Igreja local”, explica irmã Terezinha Ferreira, que atualmente está na Vila Itamarati, na periferia de Belo Horizonte, MG. Para ela, que já participou de vários Encontros, o ENCIS 2013 tem um significado especial: “É uma revitalização do carisma, porque estamos em um momento muito de acordo com o que falam a madre-geral das FMA (irmã Yvonne Reungoat) e o papa Francisco: precisamos ir ao encontro dos empobrecidos”!
Irmã Rita de Cássia Fonseca da Silva, de Taracuá, AM, concorda: “O trabalho que fazemos é lutar junto com o povo mesmo. Nossa comunidade está dentro da aldeia, onde há várias associações indígenas, e eles convidam as irmãs a participar, a dar nossa contribuição”. Pela primeira vez em um ENCIS, irmã Rita também ressalta a importância do evento: “Espero sair daqui com mais coragem, com mais força para semear a esperança lá na missão. Porque aqui a gente sente que não está sozinha; vemos que há uma unidade das irmãs”.
História
As irmãs salesianas iniciaram o trabalho em comunidades inseridas em 1972, quando o Instituto das FMA completou 100 anos. Animadas pelo lema “Aos 100 anos é preciso nascer de novo”, as inspetorias foram incentivadas a fortalecer a ação social e junto aos meios populares. “Em São Paulo, fomos morar na periferia de Araras, junto com os cortadores de cana e as pessoas que colhiam algodão. Era algo muito diferente do trabalho nos colégios, que fazíamos até então”, relembra irmã Iracema Schoeps, uma das pioneiras.
A proposta de inserção se espalhou em todas as inspetorias FMA do Brasil, guardando como traço comum o fato de que é sempre realizada por uma comunidade de irmãs. Ou seja: não é uma missão individual, mas sim uma inserção de um grupo de pelo menos três FMA, que assumem, porém, diversas funções junto à Igreja local, de acordo com as necessidades apresentadas. Há uma grande diversidade também no tipo de atividade realizada em cada inspetoria. “No Rio de Janeiro, somos integradas à Pastoral do Menor diocesana e temos como característica uma forte participação nos conselhos tutelares e de defesa da criança e do adolescente”, afirma irmã Maria Rita Zampiroli.
Foi justamente para ter uma linguagem comum na diversidade das ações espalhadas pelo país que os ENCIS tiveram início. Os encontros são ainda um momento de formação, de reflexão, de troca de experiências e de fortalecimento da proposta missionária.
Ver, julgar e agir
“O ENCIS é o encontro que revigora o sentido dessa missão nos meios populares, por isso ele é muito importante para o fortalecimento e continuidade dessa ação”, considera irmã Amélia de Assis Castro, presidente da Conferência Interinspetorial das Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil (CIB) e inspetora do Nordeste (Inspetoria Maria Auxiliadora). Irmã Amélia ressalta que a programação do XI ENCIS esteve de acordo com essa proposta, tendo como primeiro ponto de reflexão a análise de conjuntura, feita a partir de palestra da deputada federal Luiza Erundina, na manhã de 8 de novembro. Em seguida, veio a iluminação bíblica, com a palestra de irmã Ivone Brandão de Oliveira, que abordou o sentido da Missão no Primeiro e no Segundo Testamentos.
No dia 9, as participantes do XI ENCIS dedicaram-se a refletir sobre a “Missão Intergentes e Inserção nos Meios Populares”, conduzidas por irmã Alaíde Deretti, conselheira para o Âmbito das Missões do Instituto das FMA. “A programação favoreceu esse momento em que o grupo pôde se reunir, olhar o caminho percorrido e pensar como prosseguir sendo o rosto de Dom Bosco e de Madre Mazzarello nos meios populares”, complementa irmã Rosa Idália Pesca, vice-presidente da Rede Salesiana Brasil (RSB).