Assim como numa orquestra temos o regente, da mesma forma na Igreja temos Jesus Cristo que “rege” todas as vocações que, como na orquestra, estão unidas para que o som emitido seja cheio de muita arte e de encanto para os ouvidos. Por isso foi escolhido esse tema para o Mês Vocacional, que celebramos no Brasil no mês de agosto.
O Boletim Salesiano se une à Igreja do Brasil para apresentar, nessas páginas, algumas pessoas que, seguindo a sua vocação específica, chegaram a realizá-la de um modo muito concreto, através do chamado à santidade. Viveram como cristãos autênticos a vocação recebida no batismo.
Ao longo do mês de agosto celebraremos as diversas vocações que existem na Igreja. O articulista José Expedito da Silva diz que “todas essas celebrações nos lembram que a vocação primeira e mais importante é a vocação à vida cristã e, pela unção do Espírito Santo, à santidade! Eu e você somos chamados à santidade e, somente fazendo esse caminho, conseguiremos viver plenamente a nossa vocação pessoal e específica”.
Dom Bosco, cujo nascimento celebramos em 16 de agosto, soube sintetizar e atualizar a doutrina salesiana sobre o chamado à santidade, recebida por influência do santo protetor, São Francisco de Sales, cujo nascimento também celebramos nesse mês de agosto.
Ao fazer uma pregação para os seus jovens, Dom Bosco “desenvolveu três pontos que causaram profunda impressão no espírito de São Domingos Sávio, a saber: é vontade de Deus que todos nos santifiquemos; é muito fácil conseguir este intento; terá um grande prêmio no céu quem conseguir tornar-se santo”. Esta pregação, diz Dom Bosco “foi como que uma centelha que abrasou o seu coração no amor de Deus”.
Domingos aprendeu a lição. Conversando com um amigo que entrou no Oratório, Camilo Gávio, que tinha manifestado a vontade de se santificar, fazendo a vontade de Deus, Domingos disse a célebre frase que marca a espiritualidade salesiana: “Sabe que nós aqui fazemos consistir a santidade em estar muito alegres. Procuraremos apenas evitar o pecado, como grande inimigo que nos rouba a graça de Deus e a paz do coração; cumprir exatamente os nossos deveres e frequentar as práticas de piedade. Começa desde já a tomar nota da frase: sirvamos o Senhor em santa alegria”.
A santidade, para Francisco de Sales, deve ser vivida com alegria. Para ele a alegria é vital e ele a compara com o palpitar do coração e com o ar que respiramos pelos pulmões. Sabemos que são órgãos vitais e sem os quais não vivemos. Quem lê suas cartas, e são muitíssimas que restaram, percebe que ele a todo momento convida as pessoas, que dirigia como diretor espiritual, a viverem na alegria. Alguns exemplos: “Vivei alegre até quando puderes”; “esteja sempre alegre”; “não se entregue, absolutamente, à tristeza”; “vivei em paz e na alegria, ou ao menos esteja contente”.
Assim, olhando para os nossos santos salesianos, poderemos perceber que eles viveram a sua vocação batismal a partir da espiritualidade salesiana. Uma espiritualidade que é muito fácil de ser vivida, porque está cheia de valores humanos e, ao mesmo tempo, é uma espiritualidade vivida no dia a dia, tanto em meio às tempestades da vida, como nos bons momentos. Que esses nossos santos sejam inspiração para vivermos a nossa vida de cristãos!