A ‘positio', concedida na Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano, teve como relator o padre Szczepan Tadeusz Praśkiewicz, OCD, como postulador o padre Pierluigi Cameroni, SDB, postulador geral das Causas dos Santos da Família Salesiana e como colaboradora Lodovica Maria Zanet, colaboradora da Postulação Geral.
A ’Positio' – que apresenta de modo bem entrosado e aprofundado todo o aparato comprobatório documental e testemunhal, relativo à vida virtuosa do SdeD – traz: uma breve apresentação, ‘Informatio super virtutibus’, ou seja, a parte teológica na qual se demonstra a vida virtuosa do SdeD; os dois ‘Summaria’ com as provas testemunhais e documentais; a ‘Biographia ex Documentis’; as sessões últimas e o aparato iconográfico.
Uma vez entregue, a 'positio' será examinada pelos consultores teólogos da Congregação das Causas dos Santos.
A seguir será estudada pelos cardeais e bispos da Congregação das Causas dos Santos. Estas etapas de estudo e avaliação permitirão ao Sumo Pontífice, em caso de êxito positivo, declarar o padre Constantino Vendrame «Venerável Servo de Deus».
Em seguida, será necessário um milagre atribuído à sua intercessão para abrir caminho para a sua beatificação.
A notícia
A notícia suscitou uma grande alegria, tanto na Índia, particularmente em Shillong, onde o grande missionário se distinguiu por sua obra apostólica e evangelizadora, quanto em Colle Umberto, Treviso, terra natal do SdeD, onde, há já alguns anos, um grupo de pessoas se dedica a promover a causa desse Servo de Deus. Ele se distinguiu tanto por seu zelo apostólico de “conquistador de almas” que o chamam de São Francisco Xavier do nordeste da Índia.
Constantino Vendrame
O SdeD padre Constantino Vendrame nasceu em San Martino di Colle Umberto, Treviso, Itália, em 27 de agosto de 1893, numa família pobre, de sólidos valores cristãos, provada pela doença e alguns lutos.
Constantino percebe desde muito jovem a vocação ao sacerdócio e entra, em 1908, para o Seminário da Diocese de Ceneda (Vittorio Vêneto), para, em seguida, passar para os Salesianos, em 1912, motivado por seu amor às missões.
Noviço em 1913, professo temporário em 1914 e perpétuo em 1920, se forma à vida religiosa através do tirocínio prático. A Primeira Guerra Mundial (1914-18) o considera soldado exemplar na fidelidade à vocação. Ordenado sacerdote em 15 de março de 1924 em Milão, recebe, em 5 outubro, o crucifixo missionário, em Turim, na Basílica de Maria Auxiliadora. Parte em seguida para o nordeste da Índia, Assam, e chega a Shillong no dia 24 de dezembro de 1924, às vésperas do Natal.
Missionário (quase sempre pároco) em Shillong-Laitumkhrah, Jowai, Wandi-wash no Tamil Nadu, Índia do Sul, e, por último, Shillong-Mawkhar (de 1951 até à morte).
Ele percorre a pé distâncias imensas para chegar até às almas distantes: faz-se pobre entre os pobres, tocando as almas mais endurecidas, aceitando com sorriso o desgaste das canseiras e os perigos da vida apostólica. Atrai a Cristo e à Igreja milhares de almas; muçulmanos e hindus o veneram como verdadeiro homem de Deus.
Obrigado a uma interrupção forçada durante a Segunda Guerra Mundial - cidadão italiano em solo do Império Britânico, é mantido preso com muitos outros, primeiramente sob custódia dos Gurkha; em seguida em Deoli; e, por último, em Dehra Dun – revela naquele aparente imobilismo uma força que consola e sustenta.
Atingido por artrose também na espinha dorsal e provado por dores fortes até à perda dos sentidos, vive os últimos meses na senda de uma oferta total, hospitalizado em Dibrugarh, onde morre na vigília da festa de São João Bosco, em 30 de janeiro de 1957. Os funerais são um triunfo de fé e gratidão.
Acompanharam-no, em vida, uma difundida fama de santidade e sinais, tendo sido comparado a São Paulo, a São Francisco Xavier, a São Vicente de Paulo. Dele se disse:
«Recordamos o Padre Vendrame como um sacerdote que nos amou com o coração de Cristo: caloroso e humano, intenso e fiel, pronto a dar a vida por nós».