Em 5 de agosto de 1872, na região de Mornese, na Itália, um grupo de 11 jovens lideradas por Maria Domingas Mazzarello pronunciou o seu “sim” para iniciar uma comunidade religiosa que, inspirada no exemplo de Maria Auxiliadora, pudesse dedicar-se à educação e à evangelização das jovens, especialmente as de famílias mais carentes. Passados mais de 150 anos, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – também conhecidas como Irmãs Salesianas – celebra uma linda história de amor e atenção à juventude.
O Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora nasceu de uma convergência de ideais de seus fundadores, São João Bosco e Santa Maria Domingas Mazzarello. Dez anos antes da fundação do Instituto, Dom Bosco teve, em um de seus sonhos proféticos, a visão de Maria Auxiliadora que, apontando um grupo de meninas, lhe pedia: “Cuide delas: são minhas filhas”. A constatação do estado de abandono e pobreza no qual viviam muitas jovens e os inúmeros pedidos para que estendesse também às moças a sua proposta educativa, além do encorajamento do Papa Pio IX, levaram o Santo dos Jovens à decisão de fundar uma congregação religiosa feminina.
No mesmo período, em Mornese, Maria Domingas Mazzarello fazia parte da Associação das Filhas da Imaculada e animava um grupo de jovens que se dedicavam à educação das meninas no sentido de orientá-las para a vivência dos valores evangélicos e de se tornarem cidadãs honestas e trabalhadoras.
O primeiro encontro entre os dois aconteceu em 1864, quando Dom Bosco, a convite do padre Pestarino, foi a Mornese conhecer o trabalho realizado pelas Filhas da Imaculada. Conforme lê-se na Cronistória, ao vê-lo na praça, durante as festividades para Nossa Senhora do Rosário, Maria Mazzarello exclama: “Dom Bosco é um santo, eu o sinto”! Desenvolveu-se a partir de então uma relação de reciprocidade, que culminou na fundação do Instituto FMA. Como afirmam as Filhas de Maria Auxiliadora em seu portal, “dois sonhos se encontravam assim convergindo para um idêntico ideal: fazer nascer, também para as meninas e as jovens uma Família Religiosa semelhante àquela dos Salesianos; um novo carisma educativo na Igreja”.
Ao tratar sobre a visão e a missão carismática do Instituto, o mesmo texto ressalta: “Dirigidas pela sabedoria formativa de Madre Mazzarello, as FMA conjugam, com criatividade, o Sistema Preventivo de Dom Bosco com os recursos femininos e com as exigências da educação da mulher e da infância, com uma presença ativa no âmbito da escola e da catequese”.
Memória e história das FMA
Após obterem a aprovação de suas Constituições, em 1876, as Filhas de Maria Auxiliadora começaram a expandir seu carisma para outras regiões da Itália, para países da Europa e para a América. Já em 1877, foram enviadas as primeiras missionárias para o Uruguai e, depois, para a Argentina. As FMA estão presentes na Ásia desde 1891, na África desde 1893 e na Oceania desde 1954.
A proposta educativa, comunicativa e evangelizadora das Filhas de Maria Auxiliadora se apresenta também em uma pluralidade de obras voltadas para a formação integral das pessoas e a proteção de seus direitos. Ao longo dos anos, e de acordo com as necessidades verificadas em cada localidade, o Instituto das FMA abriu e consolidou oratórios e centros juvenis, escolas de educação básica e centros de formação profissional, instituições de ensino superior, obras para crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, centros de espiritualidade e de promoção da mulher, além da Associação de Voluntariado Internacional Mulher Educação e Desenvolvimento (Vides) e do Escritório de Direitos Humanos (IIMA).
Atualmente, o Instituto é composto por 11.535 Filhas de Maria Auxiliadora, dispostas em 69 inspetorias e cinco visitadorias. As FMA estão presentes em 97 nações, dos cinco continentes.