Antônio de Almeida Lustosa nasceu na cidade de São João del Rei, no Estado de Minas Gerais, em 11 de fevereiro de 1886, aniversário da primeira aparição da Imaculada Conceição em Lourdes, circunstância que o marcou profundamente, oferecendo-lhe uma devoção filial à Nossa Senhora, tanto que foi definido, já sacerdote, como o poeta da Virgem Maria.
Recebeu de seus pais uma boa educação cristã e humana. Aos 16 anos ingressou no Instituto Salesiano de Cachoeira do Campo, Minas Gerais e, três anos depois, já se encontrava em Lorena, como noviço e assistente de seus companheiros.
Após a primeira profissão religiosa, em 1906, tornou-se também professor de Filosofia na mesma época em que estudava Teologia. A profissão perpétua ocorreu três anos depois, em 28 de janeiro de 1912, quando recebeu a ordenação sacerdotal.
Após exercer alguns cargos na própria Congregação religiosa, em 1916 tornou-se diretor e mestre de Noviços em Lavrinhas, no Colégio São Manoel. Depois de atuar como diretor em Bagé, no ginásio Maria Auxiliadora e vigário da paróquia anexa, em 11 de fevereiro de 1925 foi eleito bispo de Uberaba, data escolhida por ele para lembrar a presença de Nossa Senhora em sua vida.
Em 1928 foi transferido para Corumbá, no estado de Mato Grosso e, em 1931, foi promovido a arcebispo de Belém do Pará, onde permaneceu por 10 anos.
Ação pastoral
Em 5 de novembro de 1941 assumiu o cargo de arcebispo de Fortaleza, capital do Ceará. Junto com um grande número de iniciativas e ações de caráter social e beneficente, ergueu mais de 30 novas paróquias, 45 escolas para pessoas carentes, 14 postos de saúde na periferia de Fortaleza, a Escola de Serviço Social, os hospitais São José e Cura d'Ars, apenas para citar algumas das obras mais importantes atribuídas ao seu episcopado.
Sua ação pastoral articulou-se particularmente no campo da catequese, da educação, das visitas pastorais, no aumento das vocações, na valorização da ação católica, na melhoria das condições de vida dos mais pobres, na defesa dos direitos dos trabalhadores, na renovação do clero, no estabelecimento de novas ordens religiosas no Ceará, sem mencionar sua rica e frutífera atividade de poeta e escritor. Fundou duas congregações religiosas, como o Instituto dos Cooperadores do Clero e a Congregação das Josefinas.
Vida consagrada a Deus
Onze anos depois de deixar a Arquidiocese para se retirar na casa salesiana de Carpina, e confinado a uma cadeira de rodas devido a uma queda que lhe provocou uma fratura do fêmur, veio a falecer no dia 14 de agosto de 1974, demonstrando, mesmo durante a doença e o sofrimento, uma atitude exemplar de aceitação plena e incondicional da vontade de Deus.
Sua sepultura torna-se, para todos os efeitos, uma verdadeira consagração popular de uma vida, como a vivida por ele, inteiramente consagrada a Deus e ao bem dos outros.
Padre Pierluigi Cameroni, postulador geral das Causas dos Santos da Família Salesiana, comenta: “Dom Lustosa foi um grande asceta. Era dotado de uma vontade adamantina que traía o fogo que queimava dentro dele. Viveu em pobreza: 'Não tenho nada', escreveu em seu testamento. Era um homem de oração, humilde, dedicado à penitência”.
Ainda segundo o postulador, Dom Lustosa sabia aproximar-se de todos, sobretudo dos mais necessitados, totalmente dedicado à causa do Reino de Deus.